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Capítulo dedicado a BellAndrade975
Seja bem vinda. ❤

||Sofia Ferraz De Sampaio ||


Depois que Manuela estava pronta seguimos até a Fazenda, eu ainda tinha que tomar banho e me arrumar não estava em clima de festa e muito menos ter que encarar minha mãe, não sabia como eu era filha de uma pessoa mesquinha, e preconceituosa.

Alguns convidados já tinham chegado por isso entro pelos fundos e eu e Manuela passamos despercebida para os quartos, deixei Manu escolhendo minha roupa para hoje, já em baixo do chuveiro consegui relaxar e até chorar, me senti mais leve.

Depois que sai do banho troquei de roupa, e Manuela fez a minha maquiagem, estava com preguiça de me montar toda. "Tá pronta. Já vamos descer?"

"Não queria, mas ter que ir. E também to curiosa em conhecer o cara que a minha irmã vai se casar."

"Ainda acho estranho, como que sua irmã vai se casar assim com um cara que seus pais nem conhece. Que vão conhecer agora." 

"Ela disse que não queria apresentar qualquer um para nossos pais, acho que esse cara é o cara."

"Mesmo assim, é estranho."

"É, vai entender. Vamos descer."

"Vamos."

Assim que minha mãe me avistou me apresentou para a família do noivo, e é claro apresentou Manuela também e não deixou de fora das apresentações o quanto o sobrenome Costa Brava era importante e o que tinham conquistado, fiquei sem graça por ver minha mãe falando e falando da família da minha amiga como se fosse um produto de venda, Manuela também estava sem graça, e eu sabia que ela odiava quando apenas se importavam com o seu sobrenome e os seus benefícios, era da mesma forma que eu me sentia quando  apenas se aproximavam de mim; por eu ser a filha do prefeito. 

Com sorte, consigo tirar eu e Manuela das garras da minha mãe, tanto eu como Manu respiramos aliviadas por estarmos longe dela. Já tinha conhecido a família do noivo, mas o próprio também não tinha visto e nem minha irmã, começo a procurar Isadora e não a acho do lado de dentro então fomos até la fora. Também não estava.

"Hey, olha quem ta ali." Diz Manuela me puxando pra fora da varanda. Ela me leva até a caminhonete do irmão que estava com Heloísa que carregava um enorme sorriso, Felipe também estava com eles. "O que vocês estão fazendo aqui, fora. Por não entraram ainda?" Pergunto.

"Estávamos conversando." Responde Felipe.

"Sobre?" Pergunta Manuela. Os três se cala e se entre olha. "Sobre, o que gente?" Manu insiste, já perdendo a paciência.

Por fim, Heloísa quebra o silêncio; "O Felipe tava ajudando o André com as rosas, que me entregavam."

"Você sabia que o meu irmão estava na cidade e não me disse nada?" Pergunta Manuela

Confirma Felipe "Sabia."

"Eu não acredito que você deixou eu fazer aquela loucura com o pagode. Eu podia ser presa sabia, você também."

"Eu contei pro André, logo depois que deixamos o pagode no Haras." Tenta se explicar Felipe.

"Do que ia adiantar dizer depois? A Merda já tava feita né. O Daniel tava louquinho pra ferrar comigo, e com a Heloísa por causa do sumiço do pagode, se você tivesse me contado tudo, o André ia arrumar a bagunça dele, e não eu."

"Eu pedi a ele, pra não dizer nada a você." Intervém André, a socorro de Felipe.

"Ah, então é isso você tem mais lealdade ao meu irmão, do que a mim? Bonito isso né. Bom saber disso."

"Eu disse a você que ela ia agir assim." Felipe diz para André,  exasperado

"Manu, eu não contei pra você que voltei por que você não ia conseguir esconder da Heloísa. Eu até ia pedir ajuda do Renato mas ele é pior que mulher, que não consegue esconder segredo." Diz André. Acabo rindo, e então sinto uma enorme vontade de falar com Renato, talvez eu conseguisse cinco minutos com ele.

Deixo o pessoal lá fora, e entro em casa, os convidados estavam em silêncio alguns estavam cochichando uns com os outros enquanto olhavam para minha mãe que discutia com Renato, havia uma bandeja caída no chão. Minha mãe falava o quanto o tinha pegado caro no tapete e que ele iria pagar a lavagem ou até outro. Eu não estava acreditando nisso, minha gritava com Renato para que todos ouvissem, ela não se importou em colocar sua postura de mãe equilibrada de lado, para humilhar Renato, que apenas estava de cabeça baixa ouvindo as barbaridades da minha mãe.

Ela não estava brigando com Renato por causa de um simples tapete manchado que ela tinha pagado caro, eu já tinha derrubado suco, refrigerante nessa mesma merda de tapete e nem mesmo assim ela surtou comigo ou gritou apenas mandou lavar. Ela tava agindo assim por que era o Renato, o cara com quem eu estava saindo, o garçom. Ela tava humilhando ele, por que ele estava comigo.

Dou um passo pra frente, disposta a acabar com essa palhaçada mas minha irmã segura meu braço, me impedindo. "O que você vai fazer?"

"Não é da sua conta."

"Não estrague meu noivado." Isadora, implora.

"E a mamãe pode humilhar as pessoas dessa forma; no seu noivado? Isso não vai estragar?" Isadora solta meu braço finalmente, mas mamãe já tinha acabado com seu showzinho ridículo. Renato havia sumido com a bandeja. Vou atrás dele, mas mais uma vez alguém me impede e agora era a minha mãe.

"Fique aqui. É o noivado da sua irmã."  

"Que se dane isso."

"Não me desobedeça, fique aqui."

"É melhor você deixar eu ir, antes que eu começo a discutir com você aqui, bem na frente dessa gente toda, gritando pra todo mundo o quanto você é preconceituosa e o que você fez com o Conrado."

"Você não se atreveria."

"Se eu você fosse não pagaria pra ver."  Minha mãe me encara duramente, mas me solta.

Estava tremendo de nervoso, sentia o nó na garganta se formando, eu o encontro na cozinha falando com o nosso chefe, ao ver Renato sinto minhas lágrimas descendo, ele não merecia passar por isso. Depois que ficamos sozinhos na cozinha Renato me olha. "Ele achou melhor eu encerrar por hoje."

"Me desculpa. Você merecia passar por isso."

"Tanto faz."

"Eu sei que a minha mãe é horrível. Me desculpa mesmo." Digo com a voz chorosa 

"Por que você tá chorando?"

"Por que a minha mãe te tratou mal na frente de todo mundo, ela foi cruel."

"Eu derrubei bebida no tapete carismo."

"Eu ja derrubei várias vezes bebida naquele tapete e nunca ela gritou comigo ou brigou, me chamou atenção nada. Ela fez isso por implicância." 

"Mas não precisa chorar ta. To acostumado."

"Não ta. Eu sei que não tá." Limpos minhas lágrimas, Renato se aproxima de mim.

"Eu to bem, ta?"

"Você vai embora, eu vou com você."

"É o noivado da sua irmã."

"Ela, não vai sentir a minha falta. Eu vou com você."

"Sua mãe vai surtar."

"Eu não quero ficar nessa casa, nesse noivado. Eu quero ficar com você."

"Ta disposta a encarar a fúria da sua mãe, depois?"

"Eu to cada vez mais enfrentando a minha mãe."

"Então vamos lá." Renato deixa um beijo em minha testa, antes de passar os braços pelo meu ombro.

"Tá sabendo que a minha cama é de solteiro, ou seja você vai dormir no chão." Renato diz, me fazendo rir demais.

"Você é tão cavalheiro." Digo sarcástica.

"Eu sei."

•••

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