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|| Sofia Ferraz De Sampaio ||

Estava distraída com o meu celular que estava na conversa de Renato eu não tinha o respondido havia dado o troco nele, no final ele merecia mas agora estava me corroendo pra saber o que ele queria falar comigo. Faltava pouco pra responde-lo, bem pouco.
Já tinha perguntando a André se ele sabia se Renato podia aparecer hoje a noite mas sua resposta apenas me desanimou. Ele não veria.

Sinto alguém me cutucar por de baixo da mesa, era Heloísa que aponta com a cabeça em uma direção, sigo o seu gesto e vejo Manuela e o Cowboy se beijando no meio do povo. Achei que a conversa que ela queria ter com Felipe, era uma conversa mesmo e não se pegar com ele. Mas ela sabia como aproveitar.

Quem não tinha gostado nenhum pouco daquilo foi Vinícius que se levantou da mesa e foi embora sem ao menos se despedir. Dor de cotovelo era fácil não. Quando André sai da mesa pra ir no Banheiro deixando eu e Heloísa aproveito pra me lamentar com a minha nova amiga.
"Não acredito que to de vela."

"Quem diria hein."

"Será que se eu for embora, a Manu se importaria?"

"Fica mais um pouco."

"Não to no clima."

"Ainda chateada com aquele lance do Renato."

"Mais ou menos."

"Ele ta sendo um babaca, você sabe disso."

"Eu sei. Mas sei la não queria que ele nem olhasse na minha cara depois daquele dia. Posso ter sido cruel com Ele, mas não achei que seria pra tanto."

"Talvez ele só precise de um tempo."

"É mais não tenho paciência pra tempo."  Volto a olhar para meu celular, será que se eu respondesse ele agora ele iria me dar vácuo mais uma vez?

"Pelo visto você não teve nenhum problema com o celular." Alguém diz, parado na nossa mesa. Ao olhar pra cima vejo Renato me olhando com um sorriso debochado no rosto.

"Achei que você não ia vir."

"Mudei de ideia. Você não respondeu a minha mensagem."

"Você também não respondeu as minhas." Devolvo de cara fechada.

"Eu precisava de um tempo."

"Já teve o seu tempo?"

"Já." Ele se senta na cadeira vazia ao meu lado.

"Hhm." Digo

"Você foi cruel comigo." Ele diz.

"Eu só disse a verdade."

"Mas a verdade dói."

"Mas é melhor doer com a vontade do que com mentiras. Até quando você vai se iludir pela sua ex? Ela não te merece."

"Eu sei de tudo isso, mas é que no fundo acreditamos que pode ser diferente. É aquilo de; a última esperança é que morre."

"Eu fui dura com você aquele dia, e disse tudo aquilo no momento errado, nunca foi a minha intenção de te deixar constrangido ou de te trazer problemas pra você no seu trabalho."

"Eu não preciso de ninguém pra me constranger eu faço isso, sozinho." Eu o encaro, seus olhos cor de mel me encanta.

"Bom, me desculpa." Insisto, me sentia mal por todo o seu sofrimento sabia muito bem como era isso o quanto doia.

"Não precisa pedir desculpa, ja passou." Ele encontra a minha mão, sobre a mesa e a segura. Seu toque me trás uma sensação boa. Ele continua;  "Acho que quem tem que se desculpar sou eu."

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