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|| Sofia Ferraz De Sampaio ||

Enquanto Manu estava lá em cima conversando com o irmão, eu e Heloísa fomos dar uma volta pela casa, e que casa, se a minha mãe estivesse aqui ela iria ficar deslumbrada com tudo. Nossa última parada era a cozinha, que ao contrário do resto da casa não estava nada organizado, era uma verdadeira zona.

Caixas de pizzas largadas sobre a bancada com restos comido, latas de refrigerante e cerveja transbordava a lata de lixo. Heloísa olha pra tudo com um pouco de nojo.

"Ele podia pelo menos ter jogado no lixo né!?" Diz Helô pegando uma caixa que estava na mesa, e jogando no lixo.

"Podia né. E então matou a saudades do André?" Pergunto, enquanto abria a geladeira que se encontrava vazia se não fosse por algumas garrafas de cerveja. Como que o André estava sobrevivendo esses dias? A base de pizza e cerveja? Céus!

"Sei lá." Heloísa me responde, olho para minha amiga depois de ter fechado a geladeira. Ela estava com o olhar vazio e triste.

"O que aconteceu?" Me aproximo da bancada, Heloísa estava do outro lado, com o olhar distante.

"Você acha que ele ficou com alguém, nesses dias que esteve sozinho?" Sua pergunta me pega de surpresa. As chances de André ter aproveitado eram bem grandes, mas queria acreditar que ele era um cara não tão babaca assim, a ponto de ficar com outras garotas quando tinha uma garota que se preocupava  com ele, e nutri alguns sentimentos.

Eu acabo opitando em responder nem que sim, nem que não. "Eu não sei. Você acha que ele fez isso?"

"É o André. Sabemos da fama dele em Girassol, cinco dias num lugar desses,sozinho. Ele acabou de me dizer que ontem a noite ele saiu, com certeza nas outras noites ele saiu também. O que impediu ele de não ter ficado com alguém?"

"Você?" Digo incerta

"Não temos nada. É só uma ficada que tá durando."

"Ah qual é Helô?! Ele gosta de você, se ele fez algo do tipo ele vai ser sincero com você."

"Eu perguntei pra ele, se ele ficou com alguém." ela diz, depois que se levantou, e começa a andar pela cozinha.

"E ele?"

"Disse que não."

"Viu."

"Eu to um pouco insegura, não sei se devo acreditar nele."

"Ué, você sempre acreditou nele. O que mudou agora?"

"Eu senti que ele não foi verdadeiro comigo."

"Talvez você esteja tão pilhada com tudo, que não ta raciocinando direito. O André não faz o tipo de que esconde as merdas em baixo do tapete, por mais cafajeste que ele possa ser. Se ele fez algo, ele vai te falar."

"É pode ser."

"Relaxa ta?" Heloísa apenas concorda, balançando a cabeça. "Se diverte, nada de neura e insegurança ok?"

"Ok." Dessa vez Heloísa sorri, não era nenhum sorriso igual do Gato risonho de Alice no País das Maravilhas, mas ja servia.

Quando aparecesse uma oportunidade iria falar com Manu, ela era irmã  de André com certeza sabia de algo, e se ela soubesse fosse bom ou ruim podíamos estar prontas, quando Heloísa precisasse da gente.

Era engraçado ver como nós três estávamos unidas assim, em tão pouco tempo, dizem que uma amizade verdadeira não se constrói da noite pro dia, e nem semanas, leva anos e mesmo anos conhecendo um ao outro ainda vai ter coisas que não saberemos. Mas eu sentia que com as meninas éramos uma exceção, é claro que tínhamos que nós conhecer mais, eu precisava saber do que Manuela tinha medo, e qual era o livro preferido da Heloísa e mais um par de coisas, mas a lealdade, a preocupação, o cuidado a gente já tinha uma pela outra. Eu sabia que se eu precisasse de uma ajuda agora pra qualquer coisa, Heloísa e Manuela iriam me ajudar eu tinha certeza.

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