Capítulo 5 - Você vai viajar

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Consegui ir para a escola hoje sem que minha vida tenha sido atentada

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Consegui ir para a escola hoje sem que minha vida tenha sido atentada. Depois de algumas aulas, a diretora aparece na sala.

_ Bom dia terceiro ano. _ ela fala animada.

_ Bom dia. _ respondem.

_ Bom, eu vim aqui para avisar que a escola vai fazer uma viagem para uma praia incrível. Como só poderia ir uma turma, fizemos um sorteio e a turma escolhida foi essa. _ todos começam a se animar _ Vocês tem que levar esse papel aqui para um responsável assinar se ele der permissão. Está tudo explicado direitinho nele. _ entrega um para cada. Depois sai.

Coloco o papel na mochila e volto a prestar atenção na aula. Quando, finalmente, somos liberados saio correndo e vou para casa com o maior cuidado possível.
Estava perto de chegar em casa e vi o tal do Max e do Camil na esquina da minha rua com uma pistola nas mãos.
Com certeza estão me esperando.
Me escondo e dou a volta, apareço na outra esquina que fica mais perto de casa, entro pelos fundos.

_ Mãe. _ chamo ela e a vejo na sala olhando pela janela.

_ Giovanna, por onde entrou? _ pergunta.

_ Pelos fundos. O que houve?

_ Dois homens vieram aqui a sua procura e quando saíram, ficaram na esquina. _ ela diz e me abraça.

_ Eu os vi. _ falo.

_ Isso tá ficando muito perigoso. O Sandro hoje tava drogado e querendo te matar, te procurou em todos os lugares possíveis e saiu faz pouco tempo.

_ Mas o que podemos fazer?_ pergunto.

_ Não sei, você poderia fazer uma viagem, ficar um tempo fora, até as coisas se acalmarem.

_ E que viagem seria essa? _ me lembro da viagem da turma _ Minha turma vai viajar para uma praia. _ falo.

_ Ótimo, você vai com eles.

_ Eu não. Mãe, eu não quero viajar, não quero te deixar aqui sozinha. _ tento convencê-la.

_ Você vai e pronto.

_ Mas mãe...tem que pagar. _ falo lendo o papel.

_ Deixa eu ver aqui. _ pega das minhas mãos _ Eu vou falar com a diretora amanhã. Faça suas malas que você vai nessa viagem. _ droga.

Eu não queria ir mas acho que vai ser melhor mesmo, sendo procurada por assassinos ou morta não vou poder ajudá-la.

(...)

Minha mãe veio comigo para a escola hoje.
Ela pediu para falar com a diretora e fomos as duas.

_ Bom dia, como vai senhora Cristina? _ a diretora cumprimenta minha mãe.

_ Bem e a senhora? _ pergunta.

_ Melhor agora. Sentem-se. _ nos sentamos _ Me digam, o que me dar a honra de recebê-las aqui?

_ Diretora, eu vou ser direta. _ minha mãe fala _ Eu quero muito que a Giovanna vá nessa viagem que vão fazer mas, infelizmente, não tenho o dinheiro necessário.

_ Desculpe senhora, mas temos que pagar todos os custos e como ficaria um pouco caro, pedimos que eles mesmos dessem o dinheiro.

_ Eu sei, mas minha filha tem que ir nessa viagem. _ minha mãe suspira _ Olha só, você vai entender os meus motivos. Fica de pé Gi. _ obedeço e ela levanta minha blusa, na minha barriga tinha várias marcas das surras.

_ Meu Deus. _ a diretora coloca a mão na boca.

_ E tem muito mais. O meu marido sempre bateu nela e eu não posso me separar. Me sinto mal em ver minha filha sofrendo desse jeito. _ começa a chorar _ Mas agora tá pior, ele começou a se drogar e a Giovanna viu um de seus negócios. O vendedor colocou dois homens no pé dela que só estão esperando o momento certo para matá-la. Com essa viagem, ela ficaria protegida, pelo menos por enquanto. Por favor, eu te peço que deixe minha filha viajar. _ ela chora mais.

_ Calma senhora. _ a diretora lhe dá um copo com água _ Eu vou pagar a viagem da Giovanna, sua filha vai viajar.

_ Obrigada diretora, muito obrigada. _ minha mãe agradece.

_ Obrigada diretora. _ agradeço e sorrio para ela, em resposta, ela sorri para mim também.

Saímos da secretaria, me despeço da minha mãe e vou com a diretora até minha sala.

_ Com licença professora. _ ela abre a porta e entramos _ Ela demorou porque estávamos conversando um pouco.

_ Tudo bem.

_ Vai lá sentar Gi. _ sento no meu lugar _ Então, tudo certo para a viagem?

_ SIM. _ gritam todos juntos.

_ Ótimo, vocês tem que vir para a escola hoje às 14:00. Daqui vamos para o aeroporto, vocês vão embarcar às 16:45. Entederam? Maravilha, me entreguem os papéis assinados. _ quase todos entregam e ela sai.

Voltamos a aula.
Fomos liberados depois do intervalo hoje pois, temos que nos preparar.
Na porta da escola, quando ia atrevessar a rua, um cara quase me atropela, por sorte, subo na calçada e ele para na minha frente. Desce do carro e o reconheço rapidamente. Era o moço que me ajudou aquele dia.

_ Oi. _ ele sorri.

_ Oi.

_ Lembra de mim? _ pergunta.

_ Lembro, lembro sim e queria agradecer por aquele dia. Como você percebeu, meu pai tava com pressa e nem deu tempo. _ quase engasgo na palavra pai.

_ Hum...-seu sorriso se desfaz _ Aquele homem é o seu pai? _ penso por um tempo.

_ Promete não contar a ninguém? _ ele se aproxima.

_ Prometo.

_ Ele é meu padrasto, não quero ser filha de um homem igual aquele. _ ele sorri.

_ E seu pai?

_ Você quer minha biografia?

_ Desculpa, eu só fiquei curioso. _ ele fala.

_ Tudo bem. Eu não gosto de falar muito do meu pai. _ suspiro _ Obrigada mesmo, agora eu tenho que ir. Tchau. _ ele segura meu braço.

_ Me dá um abraço? _ pede.

_ Claro. _ o abraço.

Me senti tão bem nesse abraço, nunca abracei alguém assim, além da minha mãe, claro.

_ Agora eu tenho que ir mesmo. Tchau. _ lhe dou um beijo no rosto e saio.

Não sei porque fiz isso, certo que ele me defendeu, mas mesmo assim acabei de conhecê-lo.
Chego em casa e minha mãe já estava fazendo minhas malas.
A cumprimento e ajudo a terminar.

_ Ótimo, acho que não preciso de mais nada. _ falo conferindo a mala.

_ Filha, toma. _ me entrega uma caixinha de música.

Quando abro, ouvi uma linda música que eu sempre ouvia com minha mãe.

_ Mãe, obrigada. _ lhe abraço e lhe dou um beijo.

_ De nada minha filha. Isso é para você lembrar de mim, que para lembrar que eu te amo e estou sempre com você, basta o coração bater. Lembra que me disse isso uma vez?

_ É a mais pura verdade. _ nos abraçamos novamente.

A Ilha (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora