O Amor É Ruivo (Pausada)

Apresentando...

Olá pessoas que não conheço.

Meu nome é Melissa Lílian Potter. Vocês já devem ter ouvido falar de mim por aí - se forem bruxos, claro.
Sou famosa unicamente por ter sobrevivido à um ataque de um bruxo do mal, que matou meus pais, deixando a mim e meu irmão órfãos.

A vida não poderia ter sido mais filha da puta comigo.

Há três anos, eu não fazia ideia de minha origem. Não lembrava de meus pais, nem de nada. Até receber uma carta esquisita, me convidando para estudar em uma escola de Magia e Bruxaria.

Os Dursley - meus tios babacas - ficaram loucos. Principalmente o Roliço Rei ou, mais comumente referido, Válter. Todos, principalmente ele, tentaram nos impedir.

Mas acabou que - alerta de clichê - o destino se cumpriu.

Poeta com P de Potter.

Quando descobri o mundo bruxo, fiquei maravilhada e um tantinho assustada. Muito bem, admito que fiquei insanamente assustada.
Todos conheciam a mim e Harry, todos conheciam meus pais e sabiam quem o que nós tínhamos sido (algo que nem eu sabia ao certo, para ser honesta) e tentavam adivinhar o que nós seríamos. Numa explicação mais simples e efetiva, nós éramos para o mundo bruxo, o que a Madonna era para os trouxas.

Me diziam constantemente que eu era absurdamente parecida com minha mãe e que possuía os olhos de meu pai. Harry, meu irmão, era o oposto - como se fosse uma inversão de características. Todos o diziam que ele era a figura de meu pai com os exatos olhos de minha mãe. 

Tudo conspirava para minha ingressão gloriosa no mundo bruxo, minha admissão em Hogwarts, a vida dupla entre trouxa e bruxa.

Contudo, houve um pequeno problema na época.

Não me sentia preparada para tudo aquilo. Para falar a verdade, nem sabia o que era, propriamente, tudo aquilo. Eu estava me sentindo como um unicórnio na água.
Por tal motivo, havia decidido permanecer no mundo trouxa, enquanto meu irmão tinha optado por ir à Hogwarts, com aquele gigante estranho e barbudo que apareceu na porta de uma casa abandonada em meio ao mar, para nos resgatar, em nosso décimo primeiro aniversário.

Dois meses após minha renúncia, uma vizinha que morava na rua dos Alfeneiros, bateu à porta dos Dursley dizendo que tinha uma missão para mim. Eu, em minha inocente ignorância e negação, achei que seria uma tarefa tal qual ir ao mercado, ou cuidar de seus inúmeros e barulhentos gatos.

Mas fora algo totalmente fora do normal - e sim, se tratava de bruxaria.

Ela me contou que tinha sido designada para me ensinar, com a ajuda de alguns professores, todas as matérias e costumes do mundo bruxo. Desde então, passei dois anos aprendendo tudo que podia com ela.

Mas voltamos ao presente momento. O ano é 1993, aquele era o dia de enfrentar um dos meus piores receios -e  que todos diziam ser meu destino. Ir para uma escola onde todos eram bruxos e conheciam muito mais do mundo da Magia e da própria essência da Magia do que eu. Era primeiro de Agosto, ou seja, um dia mais próximo do famoso volta às aulas do mundo bruxo.

E ao pensar naquela data tão especial, meu estômago se contorcia de excitação.
A verdade era que eu estava à beira de um ataque de nervos (ou de pânico, não estava muito certa), mas sabia disfarçar excepcionalmente bem.

Ou era o que eu pensava.

- Melissa, pela décima quinta vez, se acalme. - Harry disse, segurando meu ombros, virando-me para olhar para ele. - Vai dar tudo certo.