O Amor É Ruivo (Pausada)

16

- Seja muito bem vinda à Toca, querida!

Não vi bem quando, mas a mulher me puxou da lareira - viajar com pó de flú era mil vezes melhor que aparatar - me apertando em seus braços. Apesar de um pouco sufocante, era um abraço daqueles em que se sente o carinho.

- Obrigada senhora Weasley.

- Para você é Molly, querida. - Observou ela, apertando minha bochecha.

- Largue-a um pouco mamãe! É minha vez! - Exclamou Gina, me agarrando no mesmo momento em que sua mãe me soltou.

Céus, quantos abraços.

- Senti sua falta também, Ginny. - Respondi, um pouco esbaforida. Ela me apertara tanto, que minhas costelas estavam doídas. - E também minhas costelas.

A garota rolou os olhos.

- Ridícula. - Ela sorriu novamente, balançando meus braços freneticamente. - Vai ser incrível ter você e Hermione aqui em casa!

Nós trocamos alguma palavras, mas eu não conseguiu manter minha atenção em Gina por muito mais tempo.
Pois, sentados à mesa da cozinha, estavam dois rapazes ruivos que eu nunca havia visto antes.
Mas apenas pelas descrições de Fred, sabia quem eles eram.

Só não esperava que estivessem lá.

- Como vai, Melissa? - Disse o que estava mais próximo, sorrindo largamente e me estendendo a mão enorme. Ele tinha uma voz extremamente agradável de se ouvir. - Sou Carlinhos.

O rapaz tinha o mesmo físico dos gêmeos, mais baixo e mais forte do que Percy e Rony, que eram compridos e magros. Seu rosto era
largo e bem humorado, e tão sardento que quase parecia bronzeado; os braços eram musculosos; e em um deles havia uma grande e reluzente queimadura.

- O louco que mexe com dragões. - Acrescentou ele num tom jovial e caloroso, se levantando, ainda com a mão estendida. A ignorei, partindo para um abraço.

Ao se afastar, o homem sorria gentilmente. Alguma coisa em seu olhar me lembrava Fred.
Talvez aquela coisa cavalheiresca e despojada ao mesmo tempo, que havia em seu modo de agir.

- Seguindo a escadinha... - O ruivo da esquerda soltou um riso com uma ponta de libertinagem. - Sou Gui.

Para mim o garoto foi uma surpresa.
O pouco que sabia sobre Gui, era que ele havia monitor-chefe em Hogwarts e atualmente trabalhava no banco Gringotes. Ou seja, por dedução, imaginava uma versão mais velha - e possivelmente mais certinha e chata - de Percy.

Preocupado com infrações dos regulamentos e chegado a mandar em todo mundo.

Mas Gui era, numa definição literal, descolado.
Alto, de cabelos compridos - no momento presos em um rabo de cavalo. Usava um brinco de argola - como o meu! - com um berloque pendurado, que parecia ser um dente canino.

Longe de ser um Percy plus.

O encarei de cima à baixo pela segunda vez.

Frederick que não me ouvisse, mas ali estava o mais bonito dos Weasley, eleito com sucesso.

- Não poderia ser diferente. - Cumprimentei o homem, do mesmo modo que ao seu irmão.

E ele só me remeteu à uma pessoa: George. Desde sua expressão até seu sorriso torto.

- É demais conhecer vocês! - Comentei, rindo. Gui colocara o dedo no berloque em minha argola, comparando com seu próprio brinco. Carlinhos soltou uma longa gargalhada. - Me chamem de Mel.

- Cunhada. - Tossiu Gina, em contrapartida.

Lhe lancei o pior dos olhares. Ela ia mesmo anunciar pra todo mundo?
Os pais de Frederick ainda não sabiam e, consequentemente, seus irmãos mais velhos também não.