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Eu não sabia onde estava. Só não pretendia sair dali tão cedo.

Tipo, nunca mais.

Sentia vergonha do que tinha feito, medo de fazer novamente e, acima de tudo, estava irritada por não ter conseguido me controlar.

Pelo amor, o que eu era? Uma espécie de bombinha mágica que explode assim que atiçam?

E outra, o que estava acontecendo? Como eu tinha aqueles... Dons? Qual é, eu não era um X-Men ou coisa do tipo. E nunca havia ouvido falar de alguém daquele jeito, em todo o mundo bruxo.

Eu só queria que alguém pudesse me explicar!

Já estava cansada de andar sem rumo por aí. Subi escadas, desci escadas e rodei por diversos corredores, uns com quadros falantes e armaduras que se mexiam. Eu estava esgotada.
Parecia ter levado uma sequência de socos, pois meu corpo estava mole e minhas mãos tremiam.

Eu só tinha uma única observação:

Bem que poderia ter um elevador nessa escola.

Não sabia em que corredor estava, e muito menos em qual andar. Apenas me sentei no chão e encostei na parede.

Fechei os olhos e comecei a lembrar da cena, das sensações, da cara de Draco.
Comecei a pensar. Pensar mesmo. Olhe bem, eu nunca fui do tipo racional, mas também não era a impulsiva sem razão.

Harry me dizia que eu era a equilibrada dos irmãos. Eu nunca gostava de agir sem pensar, mas também não me calava diante de situação nenhuma.

Porém, com todo o meu controle e habilidade de ponderar sobre as coisas, ainda não sabia como tinha feito aquilo. Como seria possível um ser, mesmo bruxo, fazer algo como aquilo?

E mais, se eu estava aterrorizada, imagine as pessoas que haviam presenciado tudo? Bem, se eu já era classificada como diferente pelos outros, só por meu sobrenome, ia ser mais estranha ainda, de um jeito ruim.

Me dava vontade de gritar. Gritar muito.

Estava perdida em meus pensamentos, quando alguém pôs a mão em meu ombro.

Me assustei com o toque repentino.

- Sabe, eu acho que você não deveria estar aqui. - Disse ele, como quem não quer nada.

Mas eu reconhecia um charminho e principalmente, sabia reconhecer segundas intenções.

Ele era monitor da Grifinória. Sem dúvida, ele era bonito e muito inteligente. Mas... Não era bem quem eu queria.
Para falar a verdade, naquele momento eu não queria ninguém. Precisava apenas de espaço.

- É. - Respondi. Não estava dando a mínima em ser gentil, ser agradável. Eu só queria que ele saísse. - E eu acho que onde eu devo ou não estar, não é da sua conta.

- Ouch! - Reclamou ele, com uma careta. Havia algo de divertido em sua voz. - Eu sei que fui meio evasivo, mas não precisava dar patada, moça.

Eu não estava para brincadeiras e tentei, juro que tentei ao máximo não rir, mas acabei rindo.

Ele se virou para mim e sorriu. Eu tinha que admitir, o moço tinha um sorriso bonito. Acho que como a maioria dos Weasley.

- Você não está, tipo, com medo de mim? - Perguntei, recolhendo minhas mãos no mesmo instante. - Sabe, eu meio que... Estou me ajustando.

Ele rolou os olhos. Algo que eu sinceramente não esperava vindo de Percy.
Pelo que Harry havia me dito, ele era o corretíssimo senhor certinho da família.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora