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Desci as escadas saltitante e quando finalmente cheguei à cozinha, os três Dursley já estavam sentados à mesa.

Nenhum deles ergueu a cabeça quando eu entrei. A cara vermelha de tio Válter estava escondida atrás do matutino Daily Mail, e tia Petúnia partia um grapefruit em quatro, os lábios contraídos por cima dos dentes de cavalo.

Duda parecia estar ocupando mais espaço do que de costume. Ele sempre ocupava sozinho um lado inteiro da mesa quadrada, mas por um acaso do destino, parecia estar pior.

- Ah, é um belo dia para grapefruit, não acham? - Comentei maldosamente, me sentando à mesa junto com os Roliços.

Duda me lançou um olhar mais que raivoso.

Segurei a risada.

A vida dele havia tomado um rumo muito desagradável desde que ele voltara para passar as férias de verão em casa, trazendo o boletim de fim de ano.

Válter e Petúnia, como sempre, tinham conseguido arranjar desculpas para as notas baixas dele, assim como para as acusações de intimidação e violência.

Contudo, havia uma observação muito bem colocada da enfermeira da escola, que nem mesmo os baba-ovos Dursley conseguiram justificar.

Por mais que Petúnia choramingasse que Duda tinha ossos grandes e que seu excesso de peso era na realidade gordura infantil, não havia jeito.

Nem os fornecedores de uniformes da escola estocavam calças suficientemente grandes para Duda.

E, que fique registrado que não tive um só dedo na conclusão do show de horrores; a enfermeira do colégio de Duda havia constatado o óbvio:

Que o garoto tinha atingido aproximadamente o tamanho e o peso de um filhote de orca.

Então, depois de muitos acessos de raiva, muitas discussões e muitas lágrimas de Petúnia, o novo regime começou.
A receita da dieta que a enfermeira da Smeltings enviara fora colada na geladeira, já esvaziada de todas as besteira que Duda comia. E é óbvio que não bastava que a rolha de poço seguisse a dieta - nããão - todos da casa tinha que seguir também.

Mas Petúnia não fazia ideia era de que Harry e eu não estávamos seguindo dieta alguma.
Pois, assim que souberam de nossas restrições, nossos amigos se prontificaram a ajudar com nossa emergência culinária.

Frederick e George me mandaram uma enorme caixa de sapos de chocolate, e Hermione mandou uma enorme caixa de lanchinhos sem açúcar; sem contar os três bolos que nós havíamos recebido. Toda aquela riquza escondida entre tábuas soltas do soalho.

Harry e eu nos entreolhamos e nos pusemos a comer.

Nossa paz não durou muito. Bastou atender a campainha, e lá vinha Válter rosnando e nos chamando para a sala.

Larguei o terrível café da manhã e me arrastei, atrás de meu irmão.

- Então... - Disse o homem, indo até a lareira e se virando para nos encarar, como se estivesse prestes a dar voz de prisão.

- Qual é? - Respondi, abrindo um sorrisinho para saborear o efeito de minhas palavras.

A boa disposição de meu querido titio deveria ser testada cedinho, principalmente por estar sob forte estresse por falta de comida.

Eu adorava ver a raiva faiscando em seus pequenos olhos suínos.
Ainda mais naquele momento, por eu estar frequentemente saindo com o grupinho de garotos trouxas que havia conhecido no armazém.
Válter e Petúnia classificavam meus amigos trouxas como "um bando de arruaceiros rebeldes".

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora