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Harry, Hermione, Rony e eu estávamos subindo calmamente a escadaria da entrada, quando uma voz familiar chegou à nossos ouvidos.

- Você desmaiou, Potter? Longbottom está falando a verdade? Desmaiou mesmo, é?

Harry e Rony abriram suas bocas para responder.

Mas é óbvio que eu me adiantei.

- E isso é da sua conta, querido? - Perguntei, me virando para o garoto.

Gargalhei ao ver quem era.

- Ah, você! - Exclamei, começando a gargalhar. - Que bom te encontrar, estava precisando dar umas boas risadas mesmo.

Ele abriu a boca, pronto para revidar. Mas eu nunca deixaria que ele zombasse de mim, e muito menos do meu irmão.
Não conhecia aquele tal de Draco, mas já não havia gostado dele.

- Se manca, filhinho de papai. Vaza.

- Acabou de chegar e...

- Exatamente, tingido. - Respondi, procurando não vacilar. Se ele pensava que eu era tímida como Harry, e que ele iria passar por cima de mim, bem, ele tinha se enganado.

- Sou folgada e me acho. E daí, vai fazer o quê, hein?

Podia não ser a decisão correta, nem a maneira certa de se começar as coisas mas, eu estava doidinha para meter a mão na cara daquele moleque.

- Melissa. Que bom ver que já está se sentindo à vontade. - Ouvi a voz do professor Lupin, e rolei os olhos.

Qual é, bem na hora do barraco? Eu só queria cinco minutos para arregaçar a cara do loiro. Era pedir demais?

- Claro que sim, professor. - Respondi, meio contra à vontade. Ainda estava olhando para Draco, tentando deixar claro que, mais cedo ou mais tarde, eu ia socar a cara dele. - Estou conhecendo as cobras do recinto.

Rony tentou reprimir uma risada.

O professor deu uma última olhada em nós dois, como se estivesse se avaliando se a bronca valia o cansaço. Pelo visto, ele constatou que não, pois saiu logo em seguida.

Malfoy se adiantou.

- Escute aqui, Potter...

Ele estava tentando me intimidar?

- Não, escute aqui você, Malfoy. - Falei, sobrepondo minha voz à dele. A ironia de meu tom, deixou a mim mesma irritada. - A próxima vez que eu vir essa sua carcaça loira, a menos de um metro de distância do meu irmão ou dos meus amigos, vou fazer você engolir uma cobra...

Peguei na gola de sua camisa, aproximando-o de mim.

- De trás para frente. - Sussurrei, empurrando-o. Só queria lhe mostrar uma pequena parcela do que eu faria. - Você entendeu bem? Espero que tenha entedido. Caso o contrário, eu te caço até o inferno.

O garoto nem piscou. Parecia estar à ponto de chorar. Fiquei satisfeita.

Bom, ao menos ele tinha entendido o recado.

- Passar bem, Malfoy.

...

Já na entrada do Castelo, uma professora chamada Minerva veio me receber. Ela me conduziu pelo hall de entrada até um salão enorme, cheio de mesas com estudantes, cada um deles vestidos com capas longas e chapéus pontudos, como os que as crianças usavam no Halloween, na rua dos Alfeneiros.
Me senti, no mínimo, deslocada.

Não notando, ou não dando a mínima para meu estado de choque, a professora simplesmente me deu um banco para sentar, dizendo que eu esperasse, pois logo seria selecionada.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora