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- Ai! - Senti uma dor aguda no pé, e entrei cambaleante pela porta.

- Se quiser levar o piso, fique à vontade.

- Vá se foder, Snape. - Respondi, fechando a porta às minhas costas.

O professor riu, balançando a cabeça negativamente.

- Muito bem Potter, vamos à aula. - Comentou ele, ainda risonho. - E então você poderá me contar como caiu da escada e arrumou esse curioso hematoma no pescoço.

- Sabe Severo... - Respondi, ligeiramente afetada. O fato dele mencionar a marca havia me deixado roxa de vergonha. - Intimidade é uma merda.

O homem continuou a rir, iniciando uma conversa comigo.

Com o passar dos meses, eu havia me aproximado muito do professor e percebido que, apesar do que as pessoas - principalmente meu irmão - diziam dele, ele era incrível.

Não sabia se aquela aproximação e o fato dele ser legal comigo, haviam se dado pelo fato de que ele e minha mãe eram amigos na época em que estudaram juntos ou por eu ser extremamente parecida com ela. Talvez pelas duas coisas.

Andávamos até o subterrâneo, o local em que normalmente tínhamos aula.
Por conta das minha habilidades serem do tipo propagatórias, que se espalhavam pelo espaço, e ainda estarem descontroladas, havia um corrente risco de machucar alunos, destruir a floresta, a escola e etc. Por tal motivo, Dumbledore havia designado uma parte da planta subterrânea de Hogwarts - me dando o mapa e tudo - especialmente para meus estudos.

Okay, talvez eu fosse ligeiramente privilegiada em certos aspectos.

- Hoje, vou tentar ensinar a você um pouco mais sobre Legilimência. - Iniciou ele, gesticulando. - A Legilimência é...

- A habilidade mágica capaz de extrair sentimentos e lembranças, da memória de outras pessoas. Quanto mais orgulhosa e sentimental uma pessoa for, mais fácil será extrair um sentimento dela. - Completei sua fala, interrompendo-o. Desde que vira aquela habilidade no folheto a mim passado, me pus a estudá-la completamente. - Blá, blá, blá. Me conte algo novo.

- Muito bem, Merlim. - Respondeu ele, numa tonalidade sarcástica. - Vejo que já passou pela aula teórica. Então vamos já nos introduzir na prática. Mas antes de aprender a atacar, você precisa aprender a se defender.

Ele começou a caminhar pela sala.

- Proteção é fundamental quando se trata de jogos mentais. É a proteção que não vai permitir que você enlouqueça numa suposta situação de tortura.

O primeiro questionamento que me veio foi: E porquê eu seria torturada?

- E para se defender, - Continuou ele. Sem se atentar a mim. - você deve saber quais são suas fraquezas, ou seja, deve conhecer sua própria mente.

- Tá. E como eu começo?

- Está vendo o círculo vermelho?

- Só se eu fosse cega para não ver.

Severo me olhou de lado, como quem diz: me poupe.

- Primeiro, se posicione dentro do círculo. - Disse ele, ignorando minha gracinha. Ergui os braços, obedecendo o comando. - Depois, entre em estado de meditação, vou lhe instruir mais sobre isso.

Já posicionada, eu o encarei com a sobrancelha arqueada.

- Tá, e agora?

- Esvazie a mente. Não é preciso fechar os olhos. - Orientou, quando fiz menção de fechar os mesmos. O fiz mesmo assim. - Respire fundo e relaxe. Não pense em nada, nem em ninguém.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora