O Amor É Ruivo (Pausada)

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- Se eu ouvir seu namorado perguntar mais uma vez se Harry sente falta do amiguinho mestiço, vou arrastar a cara dele pelas escadarias.

- Ele não é meu namorado, é meu ficante. - Frisou Adhara, afastando os longos cachos negros. - E sinta-se à vontade para realizar seu plano. Ele está mesmo merecendo.

Ergui uma das sobrancelhas, sorrindo torto.

- Brigou com ele, foi? - Provocar a Black com seu relacionamento com Draco era um dos meus passatempos preferidos.

A maneira como ela ficava irritada era hilária. A garota achava estar cometendo um crime, e repudiava com veemência qualquer menção à compromisso ligada aos dois.
Sua testa se franzia e seus olhos pareciam diminuir. Ela desviava o olhar, quando não soltava falsos risos sarcásticos, para disfarçar seus reais sentimentos.

- Melissaaa, ele quer que eu use uma aliança. - Exclamou, abandonando a pose desinteressada. Suas sobrancelhas acompanharam o nervosismo de seus olhos. Dara estava horrorizada com a ideia e repetiu a palavra como se fosse uma maldição. - Uma aliança.

- É só um anel, num dedo específico. Não precisa surtar por isso. - Tranquilizei, dando-lhe a mão para que observasse a minha. - Viu? Não morde.

A garota fez careta.

- A aliança expressa que o seu parceiro não confia o suficiente em você para se guiar sozinha por um mundo com outros homens. É tipo uma coleira, só que no dedo.

- Você tem uma visão distorcida sobre o significado, mas tudo bem. - Rolei os olhos, abrindo o saco pardo, repleto dos pães de mel que Frederick havia feito para mim. - Black, você sabe que possui um negócio chamado livre arbítrio, não sabe? Pode muito bem falar um "Não, muito obrigada" e seguir sua vida.

- Dizendo assim parece fácil. - Ela suspirou pesadamente. - Mas estou com tanto medo de ficar presa à um Malfoy. Um Malfoy!

- Presa? - Indaguei, tentando reprimir o riso.

- É como jogar fora tudo que a relação dos meus pais representa sabe? Poxa, meu pai foi rebelde a vida toda e enfrentou a podridão da própria família! Deu todo um novo significado para o sobrenome Black. E o que eu faço? - Ela abriu os braços exageradamente, arregalando os olhos. - Namoro Draco. Logo ele. A parte podre dos Black que ainda vive.

- Draco é um Black? - Senti que minha boca se abriu ligeiramente. - Mas isso faz dele seu primo. Nossa, a relação de vocês fica cada vez mais estranha.

A morena rolou os olhos, gesticulando.

- Não vou te explicar nossa árvore genealógica, até porque nem eu mesma sei direito. - Adhara praticamente arfou em meio à frase. Falava rápido demais, como se quisesse despejar a informação para fora de seu corpo. - Entretando, acho que ele é filho da filha de uma prima em segundo grau? Eu realmente não sei. Mas os Black tinham a tradição horrenda se casar entre primos, para manter o sangue puro.

A cada palavra, eu estranhava ainda mais. No mundo trouxa, algo como aquilo seria tão bizarro quando inaceitável.

- Mas o que sei é que Narcisa é irmã de Bellatriz e Andrômeda. Elas são filhas de Cyngus que é irmão de Waipurga, que é mãe do meu pai.

- Draco é seu primo em segundo grau.

- Ele tem o nome de uma constelação, não é? - Replicou, dando de ombros.

Deu um longo suspiro.

- Mas se formos considerar toda a árvore Black, até você é minha prima em algum grau, já que os Potter são de uma linhagem puro sangue e em algum momento devem ter se casado com algum Black.