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- Tá, mas eu só tenho uma pergunta. - Gargalhei novamente. - Como você sabe quem é quem?

Típico. A pergunta que mais me fizeram ao longo do ano passado.

Rolei os olhos, trocando um olhar com Frederick.

- Pelo simples fato de o George não ser o Fred. - Ri mais um pouco, observando a confusão que se formava no rosto de Carlinhos.

Estávamos acomodados na sala, numa grande roda de conversa. Todos os 6 irmãos e agregados.

- Ó, no começo, até conseguíamos enganar ela. - Disse Fred, rindo com George.

- Mas algumas semanas depois, já ficou impossível. - George exclamou, num misto de riso e indignação. - Até nossa própria mãe nos confunde. Não entendo como ela não faz o mesmo!

Ergui as mãos, como se me desculpasse.

- Qual é o segredo? - Perguntou Gui, que estava acomodado no chão.

- Eu presto atenção nos detalhes. - Admiti, dando de ombros. Nem eu mesma sabia como havia se tornado tão simples para mim a diferenciação entre os dois.

- Como assim? - Gina perguntou, entre risos.

Rolei os olhos novamente.

- Olha. - Apontei para Fred. Ele sorriu, confuso. Foi inevitável. Ele levou a mão esquerda à sua cabeça, como eu sabia que faria. - Ele tem a péssima - porém fofa - mania de ficar mexendo no cabelo. Já o George, vive esfregando a droga dos sapatos na própria calça, por isso sempre está com a frente deles limpa, independente de ser um tênis.

Carlinho desceu os olhos para conferir os sapatos de George, me fazendo rir.

- Impressionante. - Admitiu Gui, boquiaberto.

- Agora sei como diferenciar. - O ar vitorioso de Rony me fez gargalhar.

- Não se eles quiserem te enganar. - Olhei para os garotos. Eles estavam lado a lado, sentados num sofá, junto com Gina. - Esses idiotas imitam tão bem um ao outro, que quando querem fingir, trocam até as manias.

- E isso nos leva novamente à questão principal. - Hermione sorriu. - Como você os diferencia?

- Isso é um segredo só meu. - Respondi, mantendo o ar misterioso.

Eles fizeram um coro de "aaaah!", decepcionados por minha resposta.

- Eu só tenho a agradecer por ela ser capaz de diferenciar. - Fred ergueu as mãos para o céu, dando graças.

A expressão aliviada de George nos fez gargalhar mais um pouco.

- Imagina se George e Fred trocaram de lugar quando eram crianças, e não se lembram, e passaram a vida inteira vivendo no lugar do outro?

Foi um coletivo revirar de olhos.

- Não viaja, Ron!

...

- Já está na hora? - Perguntou Fred, com os olhos exageradamente arregalados.

Dei um pequena risada, afirmando.

- Já está sim. - Sussurrei, acariciando seu cabelo. - Cuidado para não acordar os outros.

Com agilidade e silêncio, ele se levantou e calçou os sapatos.

- Pela janela? - Questionou ele, pegando em minha mão.

- Acho melhor fechar os olhos. - Respondi, me concentrando; logo, senti a sensação de flutuar.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora