Queria tanto voltar a dormir.
Meus olhos pesavam e tudo ainda estava fracamente iluminado. Estava tonta de sono, mas mesmo assim os ouvia - falando, falando, falando... Cada vez mais perto.
- O senhor nunca deveria ter trazido para o interior do castelo! - Meu corpo chacoalhou de maneira inconsciente. Um susto que se tem quando se acorda com gritos.
- Está tudo bem, Melissa. - Era a voz da senhora Weasley. A manta quentinha se moveu acima de meus ombros; Molly acertara o cobertor. - Volte a dormir.
Rolei para o lado e abri os olhos. Harry acordara também, e olhava ao redor com os olhos espremidos. Me sentei na maca, alcançando e entregando-lhe seus óculos.
- O que está acontecendo? - Murmurou ele, agradecendo pelo objeto.
- A professora Minnie está gritando com alguém. Parece ser sério, nunca ouvi aquele tom dela. - Minha voz saiu incrivelmente baixa. Bocejei, esfregando os olhos que não paravam de lacrimejar. - Ainda estou com tanto sono...
- Consegue afastar essas coisas?
- Essas coisas se chamam biombos, Harry. - Retruquei, movendo a mão. Os objetos se afastaram, bem a tempo de vermos Fudge, Minerva e Snape atravessarem a entrada. Estavam muito agitados. - O que está havendo?
- Eu não sei.
- Onde está Dumbledore? - Indagou o velho, num tom absolutamente grosseiro.
- Quer procurar no meu bolso? - Minha voz ainda estava baixa, mas soei sarcástica o bastante para que o Ministro curvasse as sobrancelhas. Repeti minha pergunta anterior. - O que está havendo?
Não obtive minha resposta, pois Dumbledore logo invadiu a enfermaria, atraindo toda a atenção, e disparando quase que de imediato uma bronca. Ele olhava de Fudge para McGonagall e parecia um pouco irritado:
- Por que estão incomodando estas pessoas? Minerva, você me surpreende. Lhe pedi para ficar vigiando Bartô Crouch...
A professora gritou.
- Não há necessidade de vigiá-lo mais, Dumbledore! O ministro já
providenciou isso!Olhei para Harry, que balançou a cabeça em desentendimento.
- Quando informei ao Sr. Fudge que tínhamos apanhado o Comensal da Morte, o senhor Fudge se sentiu ameaçado e...
O final da história era extremamente presumível.
- Deixa eu adivinhar... Ele matou o cara, não foi? - Falei, olhando de Snape para Fudge. Estava desacreditada e segurando a irritação. Estava para rir de tanta incredulidade. - Ele matou o réu!
O ministro me olhou com uma careta.
- Como ministro da Magia, sou eu quem decide se quero trazer uma proteção pessoal quando vou entrevistar alguém possivelmente perigoso...
- Você matou o cara! - Repeti, interrompendo-o. Soltei uma risada, ligeiramente aguda. - O acusado, a testemunha mais importante... Simplesmente morta!
- Ora, e o que há?! Pelo que todos dizem, não se perdeu nada! - O velho vociferou, parecendo muito disposto a me bater. - Ele parece ter sido responsável por várias mortes!
Dumbledore parecia estar com muita vontade de revirar os olhos, quando deu a réplica ao ministro.
- Mas agora ele não pode testemunhar por que matou essas pessoas, Cornélio.
- Ele é doido de pedra! Pelo que Severo e Minerva me disseram, ele parecia pensar que tinha feito tudo isso seguindo instruções de Você-Sabe-Quem!
- Como ele chegou a esse cargo mesmo? - Questionei, recebendo uma advertência de Harry. Continuei a falar. - Ele parece ser desprovido de qualquer tipo de raciocí...
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O Amor É Ruivo (Pausada)
FanfictionOnde a gêmea de Harry Potter não é apenas a Garota-Que-Sobreviveu.