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Assisti Harry ser ameaçado por Snape com incontestável tédio e ironia.
Havia terminado meu antídoto há tempos, e apenas aguardava que Severo terminasse seu circo para entregar meu trabalho.

- Senhorita Potter, por um acaso a figura de seu irmão fará com que seu antídoto se realize por conta própria?

Ergui as sobrancelhas, procurando não rir. Suspirei, inclinando o assento para trás.

- Já concluí o meu antídoto, professor Snape. - Respondi, me permitindo um sorriso zombeteiro. - Ia até aí para te entregar há uns 20 minutos, mas o senhor estava mais interessado em tagarelar com Harry.

Me levantei, girando o frasquinho com a amostra entre os dedos. Os outros alunos estavam muito ocupados com suas próprias atividades para darem a devida atenção às minhas gracinhas.

- Deixe a insolência para seus familiares, Potter. - Coloquei uma das mãos na cintura e ensaiei uma expressão indignada. Ele recebeu a vidraria, acomodando-a numa estante. - E saia.

- Já?

- A menos que queira se juntar ao seu irmão, claro.

- Vou ganhar pontos em cima da nota dele?

Se fosse esse tipo de pessoa, tinha certeza de que Snape teria rolado os olhos.

- Receio que não. - Respondeu, com ar sarcástico.

Fingi tristeza e me afastei entre falsos suspiros. Mas, enquanto arrumava minhas coisas para sair, ri de modo anasalado.

Harry me lançou um último olhar invejoso, antes que eu abrisse a porta da masmorra e saltitasse pelo caminho da liberdade e também para a sala de Alquimia.
Porém, enquanto descia pelas escadarias, trombei quase que de frente com Karkaroff. Ao me ver, o homem mudou o lado em que subia as escadas.

Desde o incidente no início do torneio Tribruxo, ele sempre procurava estar o mais distante possível de minha pessoa e quase sempre estava com seu bloqueio mental à postos - o qual era inutilmente ridículo.
Ele parecia muito agitado e, ao gatunamente sondar seus pensamentos, apenas obtive fragmentos de informações bagunçadas, pois ele logo correu em direção à sala de Snape.

Estacionei no degrau em que estava e, após milésimos de hesitação, decidi seguir meu caminho.

Estava tentando ficar fora de problemas, de todo modo.

[...]

O final de semana parecia zombar de minha condição de proibição, se fazendo mais ensolarado do que qualquer um dos outros dias desde o começo das aulas, e o cair da tarde fora ainda rodeado pelo clima ameno.

E enquanto os outros alunos voltavam de Hogsmeade, eu permanecia em meu quarto, observando o céu pela janela. Àquela hora, Harry deveria estar voltando repleto de pequenas informações adquiridas na conversa que eu sabia ter tido com Sirius. Ele fora até o esconderijo do padrinho já que, diferente de mim, James não estava atolado por detenções.

Não demorou muito para que Darkian se esgueirasse para o dormitório. Suas patas estavam sujas de terra mas mesmo assim, o deixei se acomodar em minha cama.

- Você vai adorar saber o que descobri. - Ronronou, afagando minha perna com sua própria cauda.

- Mal posso esperar. - Assumi, lhe fazendo um carinho atrás das orelhas. - Mas agora, descanse um pouco.

Crouch, Karkaroff e Moody.
Qual era a relação? Devia haver algo que os ligasse uns aos outros, eu tinha certeza.
Mas o quê?
Por mais que forçasse minha mente, nada - simplesmente nada - estava nítido. E ainda pior, tentava entender o quê tudo isso tinha a ver com o Torneio e, consequentemente, com meu irmão.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora