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A chuva caía em tal volume e rapidez que até parecia que alguém estava esvaziando baldes de água gelada em nossas cabeças.

- Onde caralhos você estava, Potter? - Questionou George, aparecendo ao pé da escada.

- Sonserina. - Respondi, desencadeando um revirar de olhos em Frederick, que permanecia ao meu lado. - Pensei que já tínhamos superado essa fase, Fred.

- Não gosto muito desse tal de Deneb. - Frederick fez uma careta ao dizer.

Balancei a cabeça em resposta, rolando os olhos também.

- Gosto dele. Ele de alguma forma me lembra o Sirius; - Abri meu guarda-chuva, correndo escada à cima. Muitos estudantes acharam meu movimento sem sentido, já que eu tinha tomado chuva o caminho inteiro e mesmo assim, nem tocado no guarda-chuva.
Mas eu sabia muito bem o que estava para acontecer. - A irmã dele foi transferida de Beuxbatons para cá. É da Sonserina também, fez a seleção nas férias.

- Aquela ali? - Perguntou George, apontando para a menina ao longe.
Os cabelos cacheados pingavam e ela ria, acompanhada do irmão.

- Ela mesma. - Ergui meu braço, acenando para ela. - Adhara!

Ela acenou, caminhando até mim.

- Oi Potter! - Ela olhou para os gêmeos, franzindo a testa. A perfeita expressão da confusão. - Fred e George, certo?

- George. - O ruivo acenou, olhando-a de cima à baixo. Seu sorriso torto já revelava sua primeira impressão.

- Fred. - Ele me cutucou, logo apos se apresentar, apontando para a escola. É claro, havia me esquecido!

Pirraça já iria iniciar a atiração de bexigas, era questão de tempo.

Fred tomou o guarda-chuva de minhas mãos, me dando uma piscadela. George se grudou no irmão; tivemos que nos espremer para que conseguíssemos nos proteger.

- Por que vocês estão se espremendo aí? - A garota piscou, franzindo a testa mais uma vez.

- Boa coisa não deve ser. - Deneb cerrou os olhos, me fitando com desconfiança.

No mesmo momento, uma bola vermelha o atingiu em cheio; a água pingou no chão, e os dois irmãos sacudiram os cachos, procurando de onde viera a bexiga com água.

Futuando seis metros acima, Pirraça, o poltergeist, contorcia seu rosto e fechava um dos olhos, num ritual de concentração para tornar a fazer mira nos dois.

Gargalhei, apontando para o fantasma.

- Nos primeiranistas são os balões brancos, não se esqueça! - Gritei, recebendo um jóia do espectro. Ele ajeitou sua gravata borboleta - que tinha uma coloração muito parecida com a de meu cabelo - e desapareceu pela parede.

- Você... - O sonserino agitou mais uma vez seus cachos loiros. Por sua expressão, estava pronto para me matar.

- PIRRAÇA! - O berro zangado de McGonnagal foi ouvido antes mesmo que ela aparecesse na escadaria. - Volte já aqui!

Os gêmeos e eu nos entreolhamos.

Se Minerva desconfiasse que tínhamos algo a ver com aquilo, ela nos daria uma detenção antes mesmo do início das aulas.

Aquela era a hora em que corríamos.

- Bem vinda à Hogwarts. - Pisquei para ela, fechando o guarda-chuva.

Ela sorriu, devolvendo o gesto.

Segui subindo a escadaria, com uma sensação esquisita rondando minha mente.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora