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A atmosfera de excitação foi descendo como uma névoa. E durante o pôr-do-sol, o próprio ar parado de verão parecia estar vibrando de excitação.
Com o cair da noite, os milhares de bruxos se libertaram, deixando de lado o disfarce trouxa. O Ministério até tentou contê-los de início, mas acabou por desistir - eram imensas as amostras de magia.

Ambulantes aparatavam a cada metro, com bandejas e empurrando carrinhos cheios de mercadorias. Haviam várias cornetas luminosas verdes e vermelhas que gritavam os nomes dos jogadores, chapéus verdes, echarpes búlgaras adornadas com leões que rugiam de verdade - admito que comprei uma sem a menor necessidade -, bandeiras dos dois países que tocavam os hinos nacionais quando eram agitadas; miniaturas de Firebolts, que realmente voavam - mais uma coisa inútil, porém bonitinha, a qual comprei.

- Que demais! - Disse Frederick, com os olhos compridos em um carrinho que ostentava cartolas com trevos verdes dançantes.

Ele e George eram os únicos que não haviam comprado qualquer idiotice, por terem apostado todo o seu dinheiro mais cedo.

Me aproximei do carrinho, sorrindo para o vendedor.

- Dois, por favor. - Pedi, apontando para o chapéu. Passei mais uma vez os olhos pelo carrinho. Acabei por ver uma pequena estatueta, que imitava o estádio de quadribol, com todas as luzes e pequenos jogadores rodando dentro do campo. - E um daquele ali também.

Me virei para Fred entregando-lhe um chapéu e a estatueta.

- Potter... Não... não precisa. - Disse ele, ficando vermelho. Ele
empurrou o chapéu e a estatueta de volta para mim.

Fred sempre se ofendia quando eu lhe comprava coisas. Ele sabia que eu possuía uma pequena fortuna herdada dos meus pais, e às vezes se incomodava que tivesse mais dinheiro do que ele.

- Não te dei nada de aniversário esse ano. - Refutei, colocando-os novamente em suas mãos. Cruzei os braços e lhe dei um sorriso atrevido; eu sabia exatamente o que dizer para fazê-lo aceitar meus presentes. - E vou ficar extremamente triste, sentida e chateada se você não aceitar e se desfizer do meu presente.

Ele rolou os olhos. Fred realmente não queria aceitar e ficou ainda mais sem jeito quando eu lhe comprei um cachecol - para que combinasse com o meu.

Já George, não se importou nem um pouco quando eu lhe entreguei o chapéu, acompanhado por uma bandeira da Irlanda.

- Olá, meu nome é Serina Hollowey, sou jornalista. Este é o Nick. - A mulher estendeu a mão, abordando-me em meio às compras. No primeiro momento eu me assustei. - Uma foto para o Semanário das Bruxas, senhorita Potter?

Como ela sabia quem eu era?

A moça estava em parceria com um outro bruxo, que segurava uma câmera. A mulher era morena, com um sorriso muito grande e olhos espertos. Usava um batom vermelho sangue e estava acompanhada por um bloquinho de notas flutuante, com uma pena rosa em mãos.

- Ah... - Olhei para Frederick, sem saber bem o que dizer; nunca havia sido entrevistada por uma revista bruxa, então não sabia como agir. Ele balançou a cabeça positivamente. Olhei para a moça. - Ah, pode ser.

Posei para a foto - um pouco nervosa e estática, admito; Frederick fez uma careta para mim, me fazendo rir quando o flash intenso atacou meus olhos.

A mulher correu os olhos espertos por Fred.

- E o senhor, quem é?

- Ninguém. - Respondeu ele, ao mesmo tempo em que eu respondia "Meu namorado".

- Namorado? - Seus olhos espertos brilharam. - Qual é seu nome? Posso ter uma foto do casal?

Fitei Fred, que hesitava. Pela primeira vez em muito tempo, não pude adivinhar o que se passava na cabeça dele.

O Amor É Ruivo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora