Problemas com-fusões

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Então cada um tem seu poder, ok entendi.
O meu poder é ver as linhas do tempo possíveis, ok, ok.
Eu tenho mais poderes herdados?
O Flink tem poderes e não me falou nada? ELE NÃO ME FALOU NADA?

Calma, calma. Isso não vai acontecer assim. Claro que ele falaria pra mim...
Mas nem eu falei do que eu sinto e vejo pra ele... Como eu espero que ele demonstre algo? Que idiota.

Eu me sinto estranha. É como se a qualquer momento algo fosse desabar em cima de mim. Alguma coisa fica me perseguindo... Eu tô nervosa com isso.

Mantenha a calma e vai ficar tudo bem, Helvética.

Na escola, Sophie e Ruby estavam estranhas... Pareciam distantes, o que não é normal. Sophie estava um pouco triste mas não demonstrava a emoção, e Ruby estava barulhenta e estressada.

Acho que eu deveria perguntar o que foi. Eu gosto delas e não me sinto bem quando tem brigas entre amigos ou quando um casal briga. Será que eu posso falar que elas são um casal? Ou isso é só quando é hétero? Eu sei lá.

No recreio, eu e Luka fomos falar com a Sophie. Ela ficou só, debaixo da árvore na área aberta.
"Oie... Tudo bem aí?" Luka sentou do lado dela. Eu vi Flink olhando de longe. Ele acha desrespeitoso interromper e ficou só observando.

"Ah, olá meninas..."
"O que foi que houve? Percebemos que vocês duas não estão tão unidas quanto antes..."
"É... Vocês eram tipo... Fundidas, sei lá..." Eu resolvi sentar. Ia ser uma história longa.
"Ah... Eu sei..." Ela estava triste e transtornada.
"Aconteceu alguma coisa?"
"Claro que aconteceu, né Luka? Olha, Sophie, fica fria e pode falar se quiser."

Ela fechou os olhos e reabriu-os com algumas lágrimas.
"Vocês não sabem o que a gente fez ontem..."
Eu fiquei pensando merda, mas me segurei. Não era isso OBVIAMENTE.
"Ruby foi lá em casa como de costume... Mas... Minha irmã estava lá..." Ela começou a se abrir, entre soluços.
Luka abraçou-a. Nada melhor do que um abraço para acalmar...
"... Ela sabe de tudo... Eu não posso mais ver minha Ruby..."
"Mas porquê? Não faz sentido!" Luka tinha um pensamento diferente.
"Luka, você não entendeu? A maluca da Kate é uma preconceituosa! Ela acha que é sua mãe pra ficar mandando na sua vida?!"
"E-eu acho que s-sim... Meu pai não sabe, mas se eu f-fizer algo errado... Sabe-se lá o que ele vai fazer comigo..."
"Ele não pode fazer nada com você! Você manda na sua vida!"
"E você não pode deixar seu pai se meter nas coisas que são só suas. Suas opções."
"Você pode dizer isso, Helvética. Mas com a maioria das meninas, os pais delas ficam na cola delas pra não fazerem besteira. A outra metade são as mães que fazem."
"Mas como assim eu posso dizer isso?"
"É porque você tem pai."
"... Talvez..."
"QUÊ?"
"EU QUIS DIZER que ele é tão ausente quando o seu que você nem tem... Mas vamos parar de falar da MINHA vida e escutar a vida da Sophie!?"

A pequena Sophie riu timidamente. Ela ficou abalada por deixar Ruby mais sozinha, e não expressar seu amor. Que saco. Porque o mundo trata como lixo quem não é como o mundo?
Deu uma vontade de falar umas boas verdades com a Kate...

"E... Porque você deveria obedecer o que ela te falou? Que se dane o que vão dizer..."
"Sophie, você ama a Ruby?"
"S-sim claro!" Ela ficou vermelha.
"Então vai dizer isso pra ela! Vai ser livre menina! Manda aquele pra quem fizer cara feia e se orgulhe de quem você é. Porque é como você é. Você é feita de amor!" Luka ajudava a garota a se levantar.

Eu senti um calafrio estranho. Realmente estava ventando como se fosse chover, mas eu estou de jaqueta...

Flink veio da onde tinha ficado e Sophie foi correndo até a Ruby. Ficamos olhando de longe. Era fofinho ver os olhos da Ruby se alegrando como se orgulhasse da sua Sophie rebelde.
"Shippei." Flink susurrou e Luka riu alto.
"Vamos logo, a aula vai começar!"

No fim do dia, eu fui no meu armário deixar os livros e as meninas estavam lá. Perto do corredor dos armários, tem um pequeno jardim com flores coloridas. Elas estavam como se fazendo uma promessa...

Eu me aproximei um pouco, e aconteceu denovo. A linha na minha frente estava pálida, não tão brilhante quanto antes.

Eu fiquei um pouco desconfiada, mas peguei nela.

A visão foi rápida. Eu vi só Sophie e Kate, mais novas eu acho, abraçadas chorando. Do nada, a visão mudou e Ruby consolava Sophie num canto. Kate aparecia e parecia surpresa e decepcionada. Parecia que ela que queria estar ali, cuidando da irmã.

Eu soltei a linha e ela desapareceu. Eu acho que vou me acostumar com isso.

Repensei sobre isso indo pra casa e em casa e tenho uma teoria.
E se algo aconteceu na família da Kate e da Sophie que abalou muito as duas, e a Kate, como é mais velha, ficou meio que na missão de proteger a maninha. Mas aí Sophie conheceu Ruby, que dava mais atenção e amor pra ela e Kate ficou um pouco... "enciumada" ou com raiva de ter sido "descartada"...
Sei lá.
É uma teoria.

Papai veio pra casa com trabalho denovo. Ele fica na escrivaninha com os gráficos dele e não quer saber de outra coisa...
Mamãe vai voltar a trabalhar normalmente. Que bom que é pela manhã, ou seja, ela fica em casa pela tarde. Antes ela saía de tarde, de manhã, e até a noite, pra resolver as coisas dela e talz...

Meus pais estão cansados. Papai dormiu em cima dos papéis dele. E eu tive que acordá-lo.
Ai, ai...
Até quando eu vou aguentar isso? Como que o Flink não se importa, ou parece não se importar?
Ele anda muito próximo da Tia Chara. Ela tem celular e fica falando com a mamãe e ele.

Eu ainda quero saber o que ela fez pro papai odiar ela tanto assim... Eles nem se olham cara a cara... Será que ela é tipo uma ex???
Naaaahhh que nada, mamãe diz que o papai sempre foi vacilão nessas coisas. Quando ela diz "vacilão" ela quer dizer virjão mesmo. Frisk foi a primeira e única namorada de Sans, segundo as escrituras de vó Toriel.
Se tá lá, deve ser verdade.

Bem, hora de dormir. Mas antes vou brincar com o Gaster...
Pelo menos ele passa um tempo comigo.

LegacytaleWhere stories live. Discover now