Estou Vulnerável.

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Caraca, passei tanto tempo brincando com o Gaster que eu já estava morta de sono. Quando ele percebeu isso, ficou todo preocupado e me pôs pra dormir.

"Você quer uma história pra dormir?..."
"Nah... Eu já tenho 16... Mas conta aí..."

Ele ficou um pouco mais baixo, parece um puff preto com uma carinha branca em cima. Suas mãos sumiram e ele começou a contar na sua voz robótica cheia de erros, que só eu entendia.

"Era uma vez... Um humano...
Ele estava angustiado... Perdido na floresta depois de muito correr de seus medos e traumas...
Queria esquecer tudo...

Ele subiu a montanha...
E pensou em se jogar do buraco...

Mas algo lá dentro... Algo poderoso e forte... Disse que não...

Mas o destino já havia sido traçado... As plantas que ali cresciam... Na borda do buraco... Fizeram o humano cair...

O humano caiu...
O humano caído...
O anjo da salvação...
O demônio da destruição...

O arauto do fim... Seja ele qual for...

Ele agora já não é só um...
Ele agora não está mais só...
Ele agora está livre...
Ele agora tem você...

Esse não é o fim."

Essa... Foi a história mais densa e tensa que alguém já me contou.

Eu sonhei com uma teia de aranha... Eu estava nela... E não tinha aranha nenhuma. Eu era a aranha.

"Bom dia Helvética!" Mamãe acordou com entusiasmo hoje. Eu estava acabada, Flink estava meio sonolento, mas comeu todo o cereal de ovinho de dinossauro dele.

Papai apareceu bagunçando meu cabelo.
"Bom dia criança..."
"Oi pai..."
"Pai olha! Eu comi tudinho denovo!" Flink Levantou a tigela sorrindo.
"Que bom garotão!"
"O quê? O Flink comeu tudo? Que bom querido!" Mãe Frisk surgiu da cozinha.
"Olha só mamãe! Vazio!" Ele mostrou a vasilha denovo.

Vazio. Porque essa palavra ecoou na minha cabeça?

Tudo estava bem aparentemente... Mas aquela história do Gaster foi tensa... De quem que ele tava falando? Eu acho que era a história da mamãe e de como ela caiu no subterrâneo... Mas também pode ter sido da Tia Chara, já que elas tem histórias parecidas...
Falando nela, nunca mais eu a vi...

Luka estava toda feliz hoje, pois era dia de maratona de anime e doramas na casa dela. Eu tinha vontade de participar, mas não mais...

Sei lá, eu me sinto esquisita... Um pressentimento ruim. Eu pus os pés na escola e minha barriga quis botar o café pra fora, de nervosismo. Do nada.

Não tivemos as duas últimas aulas, o que fez a turma ficar dispersa pela escola... Que saco.

Eu e Flink iamos para a biblioteca onde tem wi-fi, mas ele esqueceu o caderno com um colega.
"Fica ai! Eu já volto!"
"Cuidado..."

Eu estava sozinha. Num corredor longo, e o sol já estava baixo, fazendo das janelas ums bonitos vitrais brilhantes. O corredor estava amarelo com essa luz de fora. Eu me senti estranha denovo.
Aquele lugar era estranho.
Eu sentia uma presença estranha.
Não tão estranha, parecia alguém que eu conhecia...

Mas aconteceu denovo. E eu já estava mais que curiosa sobre os meus poderes e o que eles me mostravam, então toquei sem pensar muito. Cometi um erro.

LegacytaleWhere stories live. Discover now