II.

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não se ouvia uma voz sequer pelo casarão. Os alunos estavam em seus quartos e os supervisores e instrutores já dormiam há muito tempo. Caminhei pelo quarto escuro segurando o diário e uma lanterna pequena que George havia me dado. Puxei a porta e sai sem fazer barulho, acendi a lanterna no corredor e caminhei cuidadosamente até as escadas. Eu poderia ligar as luzes pelo caminho, mas não arriscaria chamar atenção de ninguém. Passei pela escadaria e fiz o caminho contrário da cozinha, passei por algumas portas até encontrar a biblioteca, a ultima porta no final do corredor.

Arrastei a porta de correr fazendo o mínimo de barulho possível. A casa era velha então não se incomodariam com um pouco de barulho. Entrei, liguei o interruptor e fechei a porta. A biblioteca era tão grande quanto um salão de festas, deveria ter no mínimo umas vinte estantes de livros, sem contar as dezenas de mesas espalhadas cheias de exemplares, a volta ainda havia uma grande parede de livros que formava um circulo a volta de tudo. Caminhei em passos rápidos no corredor de prateleiras, dez de cada lado e virei a direita em meio a sétima. Havia uma mesa retangular com vários exemplares e cinco cadeiras a volta. Um vento gelado soprou sobre mim assim que sentei, o mais estranho era que ali não havia uma janela sequer e muito menos ar condicionado, o que contribuía pro cheiro de mofo. Sorte a minha não ser alérgica, caso contrário já teria morrido no meio daquela velharia.

Abri o diário sobre a mesa na intenção de começar minha leitura, porém a luz na biblioteca era fraca pra toda aquela extensão. Voltei a ligar a lanterna e a usei pra iluminar. Abri em uma página qualquer, já havia me dado conta de que a garota não escrevia na ordem, mas sempre colocava a data.

Vinte e cinco de abril de 1865

Querido diário, ele prometeu que essa noite visitaria meu quarto novamente e dessa vez me mostraria algo novo. Nos nossos últimos encontros ele se limitava a toques a caricias que só serviam pra me deixar mais sedenta pelo toque real de nossos corpos. O abracei assim que passou por minha janela e adentrou meu quarto, ele perguntou se estava certa do que fazia e eu disse que sim. E aquilo foi tudo que bastou pra nossas promiscuidades tomassem força. Meus olhos se encheram de luxuria quando ele revelou o que escondia dentro das vestes, era extenso um pouco grosso e rosado. Só tinha visto um daqueles quando pequena, entre meus primos, mas nada se comparava aquilo, eu quis tocar e ele permitiu. Era duro como um músculo contraído e parecia tomar mais força e tamanho na medida em que eu tocava. Pedi que ele o usasse em mim, mas disse que não era hora, porem eu poderia sentir como seria. Me pôs de frente a cama e se posicionou atrás de mim enfiando...

Algo tocou minhas pernas impedindo que continuasse a leitura. Gelei olhando pra frente, o toque frio subiu pelo meu joelho dedilhando minhas coxas. Afastei a cadeira de uma vez a arrastando, segurei a lanterna pra baixo da mesa já com o coração disparado, mas não havia nada lá. De repente duas mãos fortes apertaram meus ombros me fazendo soltar um gritinho apavorado.

-Acalme-se milady! - a voz dele soou me acalmando e então tombei a cabeça pra trás tendo visão do seu rosto.

-Quer me matar de susto? - perguntei com a voz pouco falha.

-Matar não é bem o que quero fazer com você. -ele se inclinou parando próxima ao meu rosto. - Posso? -perguntou me fazendo arquear a sobrancelha.

-Deve.

Era diferente beija-lo. Seus lábios eram frios e tinha um gosto diferente, uma mistura de amargo e doce, expeço e cremoso no qual eu me derretia.

-Você veio até aqui só pra me encontrar? -perguntou levantando o corpo e massageando meus ombros com certa força, gostava do peso de suas mãos.

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