Trinta de Agosto de 1865
A seda era azulada, um tom mais suave que o do céu, brilhante e desafiador como a luz da lua. Leve e elegante com as pérolas pregadas em suas extremidades. O corte era justo e modelador até a altura da cintura, o decote era bem desenhado, assim como deixava claro que tinha atributos também deixava claro que teria que trabalhar duro pra consegui-los. Da cintura pra baixo a saia caia esvoaçante e inocente, com saiotes por baixo fazia-me parecer uma princesa francesa, ao menos era o que mamãe disse ao ver-me vestida daquela forma. Ser considerada uma moça pronta para o casamento, era um feito a sociedade, e em minha família não se tratava apenas da primeira vez em que sangue descia. Não estive tão animada para uma festa de aniversário desde os meus treze anos quando ganhei um belo cavalo alado de papai. Querido diário, sou uma mentirosa. Por mais animada e feliz com o vestido e minha festa de aniversário o que realmente me interessou nessa noite foi o presente que Justin prometeu a mim, disse que daria o que venho esperando desde que começamos a fazer travessuras juntos. Poderia escrever sobre a festa, às três horas em que passei no salão. Dançando e cumprimentando os convidados, os dois goles de champanhe que papai permitiu-me tomar, para ser sincera detestei o gole da bebida e não compreendia como superestimavam tanto algo que fazia o céu da boca coçar de forma quase agonizante. Tio disse a papai que era a nova moda em Paris, e ele como bom fazendeiro provou e disse com todas as letras que havia adorado. Por infortúnio, ele realmente gostara. Meus pés doíam quando mamãe me arrastou para longe do rapaz de cabelo longo e olhos azuis com quem dançava há alguns minutos pediu que os músicos parassem e uma sessão de discursos intermináveis começou. Em breve momento passando os olhos já cansados de ver as mesmas pessoas- as quais só estava aturando pela quantidade absurda de presentes que havia ganho -ele surgiu, bem ao canto da pilastra longe de todos os olhares, ele me observava com um sorriso puro e orgulhoso. Queria correr em direção aos seus braços e guia-lo até meu quarto pra me desse o que tanto queria. Mas se fizesse, não chegaríamos à escada sem que um de nós fosse açoitado com chicote, relação entre empregado e patrão era tão abominado quanto entre irmãos. Nunca entenderei essa mente pobre das famílias de sociedade. Por deus!Perdi totalmente o foco, deixe-me ver sobre o que falava.A tão esperada hora chegou, os convidados se foram, mamãe deixou meu quarto estupidamente abarrotado de presentes após fechar a porta e desligar a luz. Na noite anterior quando nos encontramos no lago ele pediu que deixasse a janela aberta pra que pudesse entrar, não me opus, estava disposta a saber até onde ele iria com aquela promessa. Não foi preciso esperar, logo sua sombra caminhou pelo quarto desviando das dezenas de caixas por ali espalhadas. Sua voz soou doce quando se apresentou, ainda que não fosse necessário, uma vez que reconhecia seu perfil ainda na luz baixa do quarto. Fomos à cama onde ele me cumprimentou pelo aniversário e disse que eu estava linda com aquele vestido, tão linda que não queria tira-lo. Então eu não tirei.Sua mão fria contornava a lateral do meu corpo, nos beijamos e nos tocamos como de costume, mas podia sentir que havia algo mais ali, suas carícias eram mais intensas ou talvez fosse meu corpo ansioso pelo contato que viria a seguir. Com as saias levantadas seu sexo teve acesso a minha pequena, um urro afoito explodiu dos meus lábios. Seu sexo duro e grosso deslizou dentro a mim, no mesmo instante em que cogitei pedir que parasse uma onda de desejo me acertou, ainda me agoniava ter algo tão grande em um lugar tão pequeno, no entanto ondas de calor faziam meu corpo vibrar, meu coração acelerava e gemidos escapavam pelos meus lábios. Acima de mim Justin sorria e encara meus olhos, uma ou duas palavras gentis saíram de sua boca, mal podia ouvi-lo. Em outra entocada ele chamou pelo meu nome e disse que me amava, apesar de ter ouvido não pude responder, e nem queria. Naquele instante só o que importava era aliviar os espasmos que minha virilha dava, ousado Justin colou minhas pernas para cima, teria gargalhado se naquele mesmo instante, quando ele aumentou suas entocadas e tocou minha semente eu não tivesse desmanchado em prazer. Ainda não sei como expressar em palavras os milhares de sentimentos que me ocorreram quando perdi minha inocência, mas sei que me lembrarei para sempre como Justin foi gentil, mesmo quando pedi que ele tivesse mais atitude. A verdade é que ele sabia exatamente como fazer, onde suas mãos deveriam estar, como sua boca faminta deveria seguir a minha. Pergunto-me como ele aprendeu tanto já que nunca o vi sair dessas terras, talvez seja talento natural. A única certeza que tenho é que foi a melhor primeira vez que poderia imaginar, a primeira de muitas.
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Página Vinte Seis
Misteri / ThrillerSeja bem vindo a Chermont ! Um internato para adolescentes renegados por suas famílias. Onde qualquer insanidade se transforma na melhor distração. O lar de criaturas que se escondem nas sombras e te enfeitiçam com sua luz. Almas solitárias...