O treino leva a caça

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Faz duas semanas que estou treinando tiros, tipos de monstros e tudo mais sobre todos os tipos de monstros com que Dean, Sam, Julli e Bobby já cruzaram. E os que não cruzaram o caminho também.

Agora estou tentando me soltar de uma cadeira, estou amarrada nos tornozelos e punhos a uma cadeira no porão da casa de Bobby. Dean fez questão de ser bem específico nos detalhes.

Já tenho várias cicatrizes pelo corpo e meus punhos já estão doendo. Daqui qualquer momento Dean vai entrar aqui e me "matar".

Ele já simulou um ataque de vampiro, lobisomem, Polthergeist, fantasma vingador e vários outros. Mas hoje ele quis simular um ataque de um psicopata humano. Como se eu já não tivesse lidado com isso antes.

A verdade é que ele está bravo comigo nos últimos quatro dias. Desde que brigamos por causa dessa história de "A vingança não leva a nada".

Dane-se. Não quero saber oque pensam sobre minha cede por vingança.

Consigo me soltar da cadeira com a ajuda de uma navalha que escondi na bota.

A porta se abre e fico escondida em um canto, ele entra segurando uma arma travada. Ele anda pelo lugar, super atento, quando ele fica de costas eu pego um objeto pontiagudo, como uma faca mas realmente não sei oque é.

Sigo devagar até perto dele mas antes que eu pense em ataca-lo ele se vira e puxa meu braço me forçando a soltar o objeto e me prendendo contra a parede.

-- Perdeu. -- ele sorri apontando a arma para minha cabeça.

-- Sério? -- dou uma joelhada naquele lugar super sensível e pego o pulso dele o torcendo e tirando a arma de sua mão. Aponto a arma na direção dele que está de joelhos no chão.

-- Perdeu. -- falo sorrindo.

Depois de segundos ele se levanta.

-- Ha Ha. -- ele pega a arma da minha mão e então saímos do porão.

Chego na sala onde Bobby está assistindo TV.

-- Então. Empate de novo? -- ele pergunta.

-- Dessa vez não. Eu ganhei. -- falo sorrindo e Dean revira os olhos guardando a arma no cinto da calça nas costas.

-- E então. Oque mais temos para hoje? Lobisomem, vampiro? Oque? -- pergunto.

-- Tiros. Vai lá para fora que eu já te sigo. -- ele fala indo pegar uma cerveja na geladeira.

Saio da casa e sigo até o Impala. Me encosto no mesmo e fico esperando Dean.

Depois de segundos ele chega até mim segurando uma cerveja, ele abre o porta malas e pego uma 45mm.

-- Está carregada com balas de prata. Vê se não tenta me acertar com elas.

-- Bem que eu quero, para ver se você para com essa bobagem de ficar bravinho comigo.

-- Não sou criança para ficar bravinho. -- ele fala pegando sua arma no cinto da calça.

Sigo até o meio do ferro velho e miro em um dos carros velhos. Até que me viro para o Impala, Dean me encara com um olhar super ameaçador.

-- Oque... -- ele tenta falar.

-- Talvez se eu atirar "na baby" você deixe de ficar bravo comigo, certo?!

-- Se você atirar no meu carro eu te mato. -- ele me ameaça, oque só me faz rir.

Sinto uma leve tontura e balanço a cabeça, ouço Dean pedir para que eu pare de mirar no Impala, tento mexer meus braços mas não consigo. Tudo começa a ficar distorcido e então me vejo em outro lugar.

Ouço gritos de desespero, estou em um lugar escuro e gélido, sombrio e assustadoramente tenebroso.

Então percebo que posso me mexer, não vejo mais Dean ou o ferro velho, vejo somente o nada, um tipo de inferno de filmes baratos, mas sem o fogo e almas queimando, apenas gritos e o nada perdido na escuridão, ouço trovões mesmo sem haver nuvens ou céu nesse lugar.

Sinto uma mão em meu ombro e me viro rápido apontando a arma na direção de quem seja. Tem um homem todo maltrapilho e sangrando, um medo começa a tomar conta de mim e não consigo dizer ou fazer nada. O homem vai se aproximando aos poucos e tudo que consigo sentir é o desespero me consumindo aos poucos. Quando o homem vai me tocar aperto o gatilho duas vezes e então tudo muda. Volto a ver o ferro velho e o vidro traseiro do Impala em pedaços.

-- SUA FILHA DA PUTA!! -- Dean grita de raiva e deixo a arma cair no chão, sinto meu corpo cair sem força alguma e mãos me acolherem, vejo Dean em minha frente mas não entendo oque ele diz. E então não vejo mais nada.

                    °Dean°

Jennifer está tentando me tirar do sério. Tive que ficar dando uma de babá durante duas semanas para ensina-la tudo sobre a caça.

Agora ela está apontando a arma para minha baby.

-- Se você atirar no meu carro eu te mato. -- falo e ela sorri.

-- Ta legal Jenn. Para de mirar no Impala. -- pesso.

Jenn não faz nada, sua feição muda e ela não mexe mais nenhum músculo.

-- Jenn? -- a chamo e ela nem sequer pisca -- Jennifer?

Chego perto dela guardando a arma no cinto.

-- Jenn. -- estalo os dedos em frente a seu rosto e ela nem se mexe -- Ta legal. HA HA já pode parar de brincadeira.

Ela não faz nada. Sua feição muda, ela parece estar com medo de algo, mas simplesmente não diz nada.

Ela destrava a arma e a encaro.

-- Jennifer?

Antes que eu pense ela atira duas vezes contra o Impala.

A Jennifer atirou na minha baby. EU NÃO ACREDITO QUE ELA ATIROU NA MINHA BABY!!

-- SUA FILHA DA PUTA!! -- grito e ela solta arma no chão.

Jenn cai de joelhos e me ajoelho de frente para ela, ela parece pálida e distante.

-- Jenn?! -- pego o rosto dela entre as mãos tentando faze-la voltar ao normal -- Jenn fala comigo. Jennifer.

E então seus olhos se fecham e ela desmaia. Pego ela nos braços e a levo para dentro da casa.

Subo as escadas e a deito na cama dela. Desço as escadas e aviso Bobby sobre tudo.

-- Sabe oque ela fez antes de desmaiar? -- ele pergunta.

-- Claro que sei, ela atirou no mei carro. -- falo alterado subindo as escadas.

Entramos no quarto dela.

Bobby pega o rosto dela entre as mãos examinando seu pescoço, a marca vermelha ainda está ali.

-- Ela está ardendo em febre. Pega uma tigela com água e álcool e uma toalha de rosto. E o termômetro na terceira gaveta do escritório. -- Bobby fala.

Faço oque ele pede e levo pro quarto. Bobby molha a toalha de rosto a deixando um pouco encharcada e colocando na testa de Jenn. Ele coloca o termômetro na axila direita dela e respira fundo. 

-- Sam e Julli precisam de ajuda em Seattle. Continue colocando a toalha úmida na testa dela. Se a febre passar de trinta e oito  leva ela pro hospital. -- Bobby fala.

-- É Bobby eu sei. -- falo irritado e Bobby sai do quarto.

Me sento em uma cadeira perto da cama e fico a observando.

Ela parece tão frágil no momento, sem aquela carranca de agente especial e toda essa sede de vingança. Sem toda a arrogância com quem tive que passar as duas últimas semanas.

O termômetro apita e o pego, 38,5° gráus. Deixo o termômetro de lado e molho a toalha novamente, a colocando em sua testa.

Espero que isso não seja nada.

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