Surpresas!!

103 7 0
                                    

Eu não sei se começo a rir ou chorar, ok Jenn. Respiro fundo e guardo o teste na embalagem dele, saio do banheiro e o guardo na minha gaveta de calcinhas.

Passo as mãos nos cabelos ainda em transe e me sento na poltrona apoiando os cotovelos nas pernas e as mãos nas bochechas.

Oque vou fazer agora? Contar ao Dean? E se ele ficar chateado? Talvez ele fique chateado em saber que vai ser pai e que vai... Vai ir para o inferno antes de conhecer o filho ou filha.
Preciso de um concelho urgentemente. Me levanto e saio do quarto quase correndo, bato na porta do quarto da Julli e logo ela aparece.

-- Podemos conversar? -- pergunto enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta.

-- Claro. -- ela responde saindo do quarto e fechando a porta.

-- Mas não pode ser aqui.

-- Ok. Vamos até a sala.

-- Não. Não estou falando do cômodo, é a casa. Vamos a uma lanchonete ou parque, qualquer lugar.

-- Tudo bem?

-- Depende do ponto de vista. -- dou um sorriso fraco.

-- Ok. A coisa está feia. -- ela exclama me guiando para as escadas. Saimos da casa e entramos no meu carro.

Seguimos até um parque não muito longe, nos sentamos em um dos bancos de frente ao playground onde algumas crianças correm.

Ela fica olhando as crianças brincarem em silêncio, esperando que eu comece a falar.

-- Estou grávida. -- falo ainda olhando para as crianças mas posso sentir o olhar de Julli sobre mim.

-- Mas... Isso é maravilhoso! -- ela sorri alegre e me abraça -- Mas não parece tão maravilhoso para você.

Ela fala me soltando do abraço. Respiro fundo e solto uma lufada de ar pela boca olhando para minhas mãos.

-- Não sei... Talvez pelo fato de que o pai vai para o inferno em três meses e algumas semanas. Não podendo assim conhecer o filho ou filha e fazendo eu me perguntar se ele vai ficar chateado ou não em saber que vai ser pai. -- falo tudo em um fôlego só.

-- Ah... Esse seu ponto de vista é bem negativo. -- ela faz uma pausa -- Acho que o Dean vai ficar super feliz. Principalmente em saber que vai deixar um herdeiro ou herdeira do sangue dele.

-- Eu não sei. Talvez eu devesse não contar.

-- Claro. E passar quatro meses sem ir para cama com ele? Porque obviamente ele vai perceber a barriga com o passar das semanas, e nunca vi ninguém fazer...

-- OK Julliene, já entendi seu argumento. -- ela sorri.

-- É sério. Fugir ou omitir não vai funcionar. A única saída é contar a ele.

-- Eu vou. Mas não agora.

-- "Agora" você quer dizer hoje?

-- Não Julliene. Nem eu sei oque quero dizer. -- ela sorri de lado e me abraça de novo.

-- Ai eu vou ser titia!! Que fofo!! -- ela faz uma voz de bebê que me faz rir.

-- Você é maluca Julli. Mas é a única irmã que tenho. -- retribuo ao abraço.

-- Também te amo.

-- E por favor. Não conte a ninguém.

-- Sou um túmulo fechado.

...


Passamos em uma lanchonete para comprar comida e Julli dá um pití dizendo que eu não posso mais comer porcarias. Já estou até vendo ela abrir o bico e contar tudo a todos.

-- Para de besteira! Não devia ter te contado. -- resmungo andando até o carro.

-- Mas é a verdade! Você não pode mais ficar comendo essas porcarias! Não quero que meu sobrinho nasça obeso. -- ela exclama vindo logo atrás de mim com as sacolas.

Paro em frente ao carro e me viro para ela.

-- Primeiro: Nem sei porque eu te contei.
Segundo: Se você deixar um pití desse acontecer em frente ao Dean, Bobby ou Sam eu deixo uma faca "acidentalmente" entrar na sua garganta. -- abro a porta do carro e entro.

-- Você não faria isso. -- ela fala sorrindo e andando até a porta do carona -- Faria?

-- Entra logo Julliene! -- ela entra e dou partida no carro, daí seguimos para casa.

...

-- Trouxemos comida. -- falo entrando na casa primeiro e indo até a cozinha. Logo Julli e os três senhores chegam até mim.

-- Está tudo aí. -- coloco as sacolas encima da mesa e Dean como sempre começa a procurar a torta.

-- Minha baby. -- ele abre um sorrio ao pegar a vasilha de torta e Sam apenas ri pegando um hambúrguer.

-- Vejo vocês daqui a alguns minutos. -- saio da cozinha e subo para o quarto.

Pego meu roupão e entro no banheiro, tiro minhas roupas e sapatos e entro no box. Ligo a água quente e respiro fundo sentindo o calor molhar minha pele devagar e relaxar meus músculos.

Nem acredito que vou ser mãe, é maravilhoso. Saber que uma pequena e tão linda vida será guiada ao mundo através de você, por um momento me faz esquecer da vida maluca que tenho, e me faz ser mais forte nos treinos, para que eu possa garantir um futuro a essa criança. Um futuro que não envolva monstros, armas com balas de sal ou que a faça ler livros sobre demônios e espíritos. Que ela ou ele seja uma criança normal, que cole chiclete no cabelo da professora ou que faça do mundo oque ela imaginar. Farei tudo para proteger meu pequeno do mal que o mundo guarda na escuridão, para que ele ou ela sofra o menos possível.

Sorrio involuntariamente de meus pensamentos e passo as mãos por minha barriga.

-- Ouviu pequenino... ou nina, nada de mal vai te acontecer, eu prometo.

Dou um sorriso fraco e termino meu banho depois de ficar um tempo acariciando minha barriga, não está tão grande, tenho apenas três semanas de gestação segundo o teste. Preciso fazer um exame médico para ter certeza. Bobby tinha razão, estou grávida de quase um mês e não me dei conta, estava tão empenhada em vencer essa batalha contra o submundo que esqueci da minha vida, da minha vida real.

Visto o roupão e saio do banheiro. Me seco e visto minhas roupas íntimas, uma calça moletom cinza, blusa branca de mangas longas e penteio os cabelos. Pego um dos livros encima do criado mudo e me deito na cama, começo a ler mas acabo dormindo.

Continua...

Operação SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora