"Superação"

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Após quase um mês sofrendo… acho. Eu me recuperei… acho. Me sinto melhor, eu conseguia pelo menos sair de casa, mas os pesadelos continuavam…

 Esse mês passou voando… eu queria voltar pra escola, estava com saudades dos meus amigos e… nada… eu to viajando nos meus próprios pensamentos. Eu precisava esquece-lo, e nestas férias eu consegui, por pouco tempo, mas eu não garanto que, quando eu vê-lo, continuarei forte…

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Narrativa do Eduardo

 Eu não consigo me perdoar… mandei várias mensagens pra ele, mas, ele me bloqueou… eu precisava falar com ele antes das aulas começarem… para não machuca-lo mais.

 Eu não posso ir na casa dele porque provavelmente a mãe dele vai falar que ele não está. Mas como? Eu preciso arranjar um jeito de falar com ele… pelo menos ver ele… porque, provavelmente, ele não quer me ver nem pintado de ouro a essa altura.

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 Hoje é o dia… de voltar… acabei esquecendo o Renan por esses dias e me sinto bem melhor. Mas existe um porém… ele estuda na mesma sala que eu… na minha frente… não tem como não olhá-lo.

 Cheguei na escola antes dele, como sempre, e fiquei no canto de sempre, no portão. Então ele chega… conversando com com a Anny… como sempre, lindo…

 E mais uma vez me veio um flashback do que aconteceu naquela noite. Meus olhos se encheram, mas eu segurava para não chorar…

 Ele agia normalmente, como se nada tivesse acontecido… conversando, rindo, brincando… eu pensei até em… ir lá…

 Ele passou por mim como se eu fosse um desconhecido… eu me senti mal… de novo. Eu vi a pessoa que eu mais amei… me ignorar… me tratar como nada…

 Eu queria sumir…

 Bem… sofrimentos à parte… começaram as aulas. Esse bimestre seria difícil, pois, os professores enfiariam trabalhos até no nosso nariz… fora o trabalho em grupo que eu fiquei sabendo.

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Narrativa do Renan

 O dia de volta… eu estava seguro de mim… por em quanto. Como sempre, eu fui com a Anny até a escola, conversando e passando mico rsrs… até que entro na escola e… lá está ele…

 Tentei não olhar, nem o cumprimentei, passei reto. Ele é passado, ele morreu pra mim.

 Entrei na sala, e eu sabia que esse bimestre não seria nada fácil, teria trabalhos até nossas mãos caírem. Mal começou o dia e já foi passado um trabalho, de Química, individual.

 O resto do dia foi tudo normal… a não ser… pelo intervalo…

 Eu fiquei um pouco sem norte no intervalo, porque, eu e o Eduardo ficávamos no nosso canto no intervalo, e, o dia que a gente não ia pra lá, mesmo assim a gente ficava junto, então era estranho estar “sozinho”...

“Que droga agora até nisso ele faz falta” pensei. Sim, até na hora do intervalo ele faz falta.

 Acabei ficando no intervalo como antes: eu e meus fones de ouvido no canto mais isolado possível.

 Acabou o intervalo e a música estava propícia para a minha situação. Ela dizia:

“Só tolos se apaixonam por você

Só tolos

Só tolos fazem o que eu fazem o que eu faço

Só tolos se apaixonam”

Ela ficava se repetindo na minha cabeça, e, ela me fazia acreditar que, ele foi apenas uma fase de erros, mas, já passou.

Apenas Amigos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora