Eu & Você. 2° temporada A Escolha.

Mais um natal chegou.

Mas um fim de semana perfeito. Chegou Natal e com ele 6 meses que eu tinha saído do coma. Estava tudo estranho, eu realmente amo uma pessoa na qual não faço ideia se existe. Como isso pode acontecer comigo? Não contei para ninguém sobre o sonho tão real que eu tive. Mas preciso fazer isso ou vou acabar ficando louca. Se tem algumas coisas boas nessa loucura toda, é que minha mãe nunca correu perigo nenhum, e está de volta com o meu pai e que o Jonatas está bem. Nossa e ele está quase morando na minha casa. Os dias foram longos até esse 24 de dezembro. O Dr. Claudio pediu que o eu pai me levasse no hospital para fazer um checape, e hoje era o dia.

Me olhei no espelho, eu estava vestindo a mesma roupa que eu usei quando eu fui patinar com o Lorenzo no meu sonho. O meu casaquinho listrado não podia me deixar mais linda e timidamente magra. Se é que faz sentido. Desci as escadas e meu pai já estava me esperando no carro. Passei bem rápido pela a minha mãe e dei um beijinho nela. Olhei para o Jonatas que estava deitado no sofá assistindo algum jogo de futebol e fui até ele só para avisar que estava saindo.

- tem certeza que não quer que eu vá junto?

- tenho, não há nada que você não vai saber, assim que o meu pai chegar. Sorri para ele com carinho. E ele retribuiu mostrando as covinhas bem fundas na sua bochecha.

Entrei no carro e meu pai sorriu para mim. Eu conhecia aquele olhar.

- filha...

- pode desembuchar logo.

- é que... eu e sua mãe estamos pensando em nos mudar para Porto Alegre. O que? Comecei a tossir.

- filha você está bem? Ai meu Deus eu sabia... isso é pelo o Jonatas não é? Nós pedimos os pais dele para ele ir também.

- pai não... quer dizer sim. Por que vocês estão pensando nisso? Perguntei juntando as sobrancelhas.

- queria ficar mas perto dos meus pais, e eu fui promovido. Lá eu vou ter um cargo bem melhor.

- e o que o senhor está esperando? Perguntei sorrindo de orelha a orelha.

- eu achei que... nossa Mary. Eu pensei que você não iria aceitar sair daqui.

- pai, eu não tenho amigos aqui, só tenho vocês e o Jonatas. E se ele também vai, está tudo completo.

- você é incrível.

Eu ainda não estava creditando no que eu acabara de ouvir. Chegamos no hospital, o Dr. Me examinou, olhou os meus olhos e minha cabeça. Estava tudo bem comigo, pelo menos medicamente falando, por que se ele pudesse enxergar além da minha alma... ele saberia que... que eu sou a pessoa mais frustrada do mundo. Meu pai saiu para conversar com o Dr. E foi na hora que a enfermeira Melina chegou.

- olá Louise. Soube que você estava aqui, e vim ver você.

- olá, obrigado. Disse sorrindo para ela. Ela era idêntica a Melissa, tamanha era o extremismo nisso.

- então você conhece a minha irmã? De onde? Perguntou ela sentando do meu lado na cama.

- de um sonho. Engoli em seco.

- de um sonho? Perguntou ela sorrindo.

- sim, eu passei dois meses sonhando com ela e com o Lorenzo... esse era o momento que eu precisava para desabafar.

- está de brincadeira não está? Perguntou ela parando de sorrir imediatamente.

- eu pareço estar brincando?

- não. Ela disse engolindo em seco. - Como isso é possível?

- eu venho me fazendo essa pergunta a 6 longos e exaustivos meses.

- no sonho... você conhecia eles como? Que pergunta é essa?

- eu namorava com ele...

- minha nossa. Você contou para alguém? Perguntou ela olhando para os lados. Só fiz que não com a cabeça.

- você sabe onde eles moram? Perguntou ela ainda assustada.

- no meu sonho, era em Porto Alegre.

- santo Deus... menina, acho que... eu não estou louca. Disse ela olhando para as mãos.

- eu espero que não. Ela me observou por mais tempo.

- então... eu queria saber de toda a história. Disse ela sorrindo, mas tarde não tenho plantão, eu posso e ver você. Eu assenti com uma lagrima escorrendo pela a minha bochecha direita.

- não chora, eu não sei explicar isso, mas se você viveu outra vida enquanto estava em coma... precisa descobrir mais sobre isso. Assenti de novo, e resolvi perguntar.

- só mais uma coisa?

- claro. Disse ela esperando ansiosa.

- o Patrick também existe?

- o que? Você conheceu ele também?

- sim, ele era o meu melhor amigo.

- ele é meu filho... agora eu pude ver lagrimas escorrendo pelo o rosto dela.