Mas o quê...

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    Continuei olhando para onde a Lídia estava sentada e dessa vez o Jonatas percebeu.

- quem são eles? Perguntou ele impaciente.

- o que? Eu não sei!

- e por que você não para de olhar pra eles?

- não estou olhando. Mentirosa.

- Mary? Perguntou ele em tom de aviso.

- Jonatas, só achei os dois bonitos juntos, parecem felizes. Só estava admirando.

- você não é feliz? Perguntou ele agora um pouco preocupado.

- o que? Meu Deus de onde você tirou isso? Claro que eu sou feliz, sou a mulher mais feliz do mundo. Ele suspirou aliviado e nós nos beijamos. E bem nessa hora...

- casal ai em cima? É vocês mesmos. Eu ainda estou falando aqui, podem namorar mais tarde. Que droga, que merda.

- o senhor já amou? Jonatas perguntou sorrindo? Não faz isso, por favor.

- claro que já, e ainda amo. Disse o diretor entrando no jogo dele.

- então sabe que não dá pra resistir não é?

- Jonatas. Repreende ele.

- eu sei, ainda mais quando a nova aluna é filha de um dos membros do governo e o pai dela sabe atirar. Mas que droga foi essa?

- seja bem-vinda Mary Louise, sua mãe é a nova professora de matemática da escola.

    Todos estavam olhando para mim e para o Jonatas que também se calou quando viu que precisava. Por que minha mãe não falou nada sobre isso? Ela nunca me esconde nada. Baixei a cabeça e ele continuou. Quando a palestra acabou, o Jonatas me pegou pela a cintura e me deu um beijinho no pescoço.

- não fica com essa cara tá? Eu não imaginei que ele conheceria você.

- amo suas demonstrações de afeto, mas tenta por favor ser mais discreto.

- tudo bem, fica aqui. Vou buscar o carro. Só assenti e ele desapareceu no meio da multidão de adolescentes.

   Resolvi pegar meu celular na bolsa e quando eu achei alguém esbarrou em cheio em mim, me fazendo ir ao chão.

- mas que merda. Disse sem olhar pra cima.

- desculpa, eu... eu estava distraído. Olhei bem rápido para a voz masculina que estava estendo a mão pra mim. E engoli em seco.

- tudo bem. Só consegui dizer isso.

- eu conheço você? Perguntou ele mostrando a covinha enquanto sorria. Eu fiz que não com a cabeça, e sorri apontando pra trás como se estivesse alguém me chamando.

- conheço sim, filha de um dos membros do governo e seu pai sabe atirar. Nunca vou esquecer disso.

- ele não deixaria você esquecer. O que Mary?

- então eu vou indo nessa, ah já ia esquecendo. Meu nome é Lorenzo.

- e o meu Mary Louise, mas você já sabe. Ele sorriu e saiu.

    Eu preciso de ar, como isso pode ter acontecido? Socorro. Quando eu estava quase recuperada do baque, o Jonatas para o carro bem na minha frente.

- quem era o cara com o cabelo do Justin?

- ninguém, ele só esbarrou em mim e pediu desculpas. Ninguém Mary? Minhas próprias palavras me deram náuseas.

    Ele ia falar mais alguma coisa mas deteve a língua dentro da boca dessa vez. Saímos do estacionamento e fomos pela a av. principal. No meio do caminho avistamos um cachorrinho, ele era bem pequeno e parecia estar com medo. Aposto que alguém acabou de abandona-lo ali. Ele até que era gordinho. O Jonatas parou o carro antes que algum infeliz sem coração passasse por cima do animalzinho, indefeso. Ele era um poodle, mas não totalmente, era misturado com outra raça. Só não era mais branco por estar sujo. Peguei ele no colo e olhei para o Jonatas que sorriu.

- seu pai não vai gostar. Disse ele fazendo carinho na cabeça do animal.

- meu pai não está gostando de nada mesmo, acho que mais uma encrenca não faz mal.

- então tá. Disse o Jonatas dando a volta e dando a partida no carro. Chegamos em casa e foi quase instantâneo.

- mas o que é isso?

- um cachorrinho Afonso. Disse a minha mãe já vindo na direção da gente e sorrindo.

- achamos ele na rua, estava assustado. Achei que...

- achou errado. Não podemos ter um cachorro.

- pai... por favor. Eu limpo.

- eu também limpo. Disse o Jonatas sorrindo.

- se ele roer alguma coisa minha... vocês serão os culpados.

- assumimos as responsabilidades. Disse minha mãe dando um gritinho, juntamente comigo.

    O Jonatas e meu pai se olharam e imitaram a gente, mas é claro com bem mais ênfase, nos gritos. Deixamos eles lá na cozinha, preparando algo pra gente comer e fomos atrás de uma caminha improvisada para o meu mais novo animalzinho, não que eu tivesse outros. Pegamos umas caixas grandes da mudança e abrimos até fazermos delas uma caminha. Depois colocamos umas almofadas e estava pronta. Até amanhã ele vai dormir bem.

- bom trabalho mãe.

- bom trabalho Mary, seu pai nunca resiste ao seu por favor pai...

- ainda bem. Começamos a rir e voltamos para cozinha. 

Eu & Você. 2° temporada A Escolha.Onde histórias criam vida. Descubra agora