A Rainha e o Espelho

Capítulo 13

Há Quinze Anos

Monique e Tereza estavam no meio do jantar. Aquilo não era exatamente um jantar, na mesa tinha apenas algumas frutas e dois pedaços de pão.

- Obrigado, Deus, por nosso alimento. Bom apetite. - Tereza faz as preces.

- Por que faz isso, mãe? - Monique pergunta, curiosa. - Por que agradece por uma coisa que nós não temos e por alguém que não existe?

- Eu acredito, com todo meu coração, que o Senhor existe, e eu agradeço por essas coisas pequenas que nós temos, pelo menos nós somos felizes.

- Eu acho bem patético. Eu vi mulheres e homens se humilhando para alguém que nem sabemos que existe, eles estavam se ferindo, de joelhos na frente da igreja.

- Isso se chama fé, Monique. Ele é o ser mais bondoso e mais caridoso que existe.

- Como caridoso? Ele foi mesquinho, pegando o poder só para Ele, destruindo todos que queriam dividir este poder. Ele não é bom, se Ele fosse realmente bom, não estaríamos nessa situação. - Monique levanta a voz, com vontade de chorar. - Eu só quero parar de sofrer. Licença, perdi a fome! - Monique se retirou da mesa e foi para seu quarto, onde deitou no meio de sacos de verduras e lá adormeceu.

Tereza adormeceu no sofá da sala de estar. Elas haviam achado aquele sofá no lixo.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO! - Monique ouve sua mãe gritar e acorda na hora. Ela vai até a sala e vê um homem tirando as roupas de sua mãe. Ele estava bêbado.

- Venha aqui e faça sexo comigo, sua meretriz imunda! - O homem dizia, ele queria estuprar Tereza. - Antes a mãe, depois a filha. - Ele se referiu a Monique.

- Monique, FUJA! - Tereza ordena.

- Não irei deixá-la aqui! Eu prefiro morrer do que vê-la morta! - Monique tenta tirar o homem quase nu de sua mãe, mas ele a joga na mesa de jantar e vai para cima, na tentativa de estuprá-la.

Tereza pega um jarro com uma essência de alguma planta e joga na cara do homem. A essência era ácida e irritante. O homem gritou de dor e saiu da casa, deixando-as em paz.