O exército inimigo era enorme. Muitos homens altos com armaduras, cada um carregando um par de espadas afiadas. Mas isso não intimidou o exército do reino de Réussi. Mas todos ficaram surpresos, inclusive Monique, que estava escondida entre o Rei e os outros, quando uma voz feminina saiu do meio do exército inimigo.
- Bem, meus amigos, chegou a hora de vencermos essa batalha. Apesar de ricos, o reino de Réussi não chega a nossos pés, e em breve dominaremos tudo deles, depois de deixarmos cada um no chão, morto. - Uma mulher, que carregava uma coroa simples, porém elegante, na cabeça, disse. Ela usava uma armadura, semelhante a de Monique.
Porém, com aquela fala da rainha do reino adversário, Monique se prontificou e saiu do meio dos cavaleiros, sendo bem vista por qualquer um.
- É hilário como algumas pessoas são ingênuas, chega a ser ridículo. - Monique sorriu, olhando diretamente para a outra rainha.
- Diga seu nome, minha cara, para eu poder me lembrar de sua insolência toda vez que ver sua cabeça na minha parede. - A rainha se aproximou de Monique. As duas estavam próximas o suficiente para lutarem ali mesmo. - Antes que se pergunte, meu nome é Lince.
- Monique, rainha, mas se fosse você, teria mais respeito para falar com alguém como eu. - Monique falou mansamente.
Lince se aproximou de Monique, e antes de qualquer coisa, criou e projetou uma estalactite de gelo sólido e penetrou na armadura de Monique.
- MONIQUE! - Jean gritou o nome da rainha, depois que viu sangue saindo da armadura, colorindo o gelo transparente. - BRUXA! MORTE ÀS BRUXAS!
Os exércitos começaram a guerrear. Logo, aquela clareira, no meio da floresta, virou um banho de sangue. Raul, Denis e Jean foram para cima de Lince, que foi protegida por muitos cavaleiros.
- Sim, minha cara Monique, sou uma bruxa. Crio e controlo o gelo e o frio. Eu e meu reino somos de raças superiores à você e seus... cavaleiros medíocres. - Lince riu para Monique, que tentava controlar o fluxo de sangue do ferimento. - Suas últimas palavras, rainha?
Monique estava chorando, mas aquilo era falso. Ela ergueu a cabeça e encarou Lince, tirando a estalactite sem esforço nenhum de seu corpo. Monique, com aquele pedaço de gelo na mão, sorriu, e disse:
- Você não é a única bruxa aqui - Lince arregalou os olhos quando viu Monique passar sua mão no ferimento, curando-o na hora.
- O QUE? ISSO NÃO PODE SER POSSÍVEL! - Lince falou irritada.
- É sim, rainha tola, é sim. E... pelo que percebi, é só gelo que pode criar, né? Uma pena o seu poder não ser nada comparado ao meu. - Monique sorriu, e andou até a árvore mais próxima. Nessa altura, a briga entre os exércitos estava bem longe das rainhas. Monique tocou no tronco da árvore, e fechou os olhos. Apanhou a adaga que carregava na cintura, e cortou sua palma da mão, conjurando: - Je convoque le mauvais côté de la nature, le côté qui fait que les plantes tuent cruellement, sans douleur ni pitié, je convoque, je convoque!
Lince observou horrorizada aquelas palavras, e a automutilação de Monique. Lince sabia o que aquelas palavras significavam.
- O QUE É ISSO! ISSO É... É... MAGIA NEGRA! - Lince caiu no chão quando ouviu os gritos de seus homens. Eles estavam sendo enforcados e destroçados por raízes e cipós da floresta. As cordas naturais os pegaram tão forte, que foi possível ouvir os ossos do pescoço se quebrando.
Os homens do exército de Monique olharam aterrorizados pela cena. Alguns até tentaram ajudar os inimigos, que gritavam pedidos de socorro antes de serem mortos pelas árvores.
- Olha, rainha Lince, parece que seu exército... perdeu! - Monique falou com uma voz de nojo.
Monique sacou a espada de seu cinto e foi até Lince, na esperança de poder cortar sua cabeça. Mas aquele ato de Monique foi interrompido por Denis e Jean, que a seguraram à tempo.
- RAINHA! COMO ESTÁ VIVA? EU VI VOCÊ MACHUCADA... - Jean gritou, depois de tirar a espada da mão de Monique. - Onde está a ferida? Ela... ela... sumiu!?
Monique olhou para Denis, que devolveu um outro olhar de preocupação.
- Ela é uma bruxa, rei de Réussi, sua rainha é uma... BRUXA! - Lince gritou desesperada.
Jean olhou incrédulo à Monique e perguntou:
- Isso é verdade... Mo... Monique?
- Pare de gaguejar feito um tolo fraco. SIM! EU SOU UMA BRUXA! DO PIOR TIPO, SE QUER SABER. SOU FILHA DAQUELA MULHER INOCENTE QUE QUEIMARAM QUINZE ANOS ATRÁS! - Monique gritou furiosa, encarando Jean. - Mas adivinha, fui eu que salvei vocês... Eu matei os três exércitos. Dois, hoje de madrugada, e o último, agora. Graças à mim e aos meus poderes, você, Jean, e o seu exército estão vivos.
Monique estava irritada. Jean quase não aguentou a notícia de Monique. Todo esse tempo ela era uma bruxa, e ele não percebera. Mas antes que pudesse fazer algo, Monique, com sua magia, levitou todos os punhais, adagas e espadas daquele lugar e as deixou cair em cima de Lince. Que, num piscar de olhos e um grito de desespero, ficou, momentaneamente, cheia de cortes e furos. Lince soltou muito sangue e o último suspiro de vida. Ela estava morta.
- Que hilário! - Monique comemorou. - Vamos, Denis, vamos lançar uma maldição!
Monique, juntamente com Denis, virou uma coruja cinzenta, enquanto o homem barbado havia se metamorfoseado em um magnífico corvo negro, que voou junto com a coruja até o castelo.
Chegando na enorme estrutura de pedra, Monique virou humana novamente, igual Denis.
- Rainha, o rei e todos os outros sabem que você é uma bruxa... o que vai fazer?
- MATAR TODOS, É ISSO QUE FAREI! - Monique gritou. - Tenho um plano para desencadear a maldição e condenar estas terras para sempre.
- Como, minha rainha, seu poder não o suficiente!
- Meu poder não, mas conheço um amuleto forte o suficiente para lançar a maldição. E, bom, ele está no castelo de uma velha amiga. VAMOS!
Monique e Denis viraram as mesmas aves de antes e partiram para o seu destino.
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A Rainha e o Espelho
AdventureUm espelho. Uma rainha. Uma maldição Uma alma desesperada e soturna criou uma poderosa magia, que nem Deus pode destruir. Toda magia tem um preço à ser pago, e ela cobra mais caro toda vez que é usada. A rainha e magia negra vão trazer uma er...