Capítulo 24

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Há quinze anos 

- Mamãe, a senhora não precisa de ajuda? Posso costurar as roupas da vizinhança em troca de dinheiro.. - Monique tenta dar uma ideia.

- Não, filha, não precisa trabalhar. Nosso dinheiro é pouco. Mas temos o suficiente para bancarmos nós duas.. - Tereza fala, com um sorriso apagado no rosto.

Monique dá de ombros. 

A garota apanha um livro velho e começa a ler. O tempo parecia não passar. O livro continha manuscritos de uma feiticeira branca, cujo poder flui da terra.

- Mamãe, eu queria poder controlar a magia.. Como este livro fala.. 

- Minha filha, isso seria impossível. Algumas pessoas nascem com o esse dom, elas podem controlar as forças da natureza, são as famosas "bruxas brancas". - Tereza, por mais que não gostasse de ver a filha triste, era realista.

- Por que elas tem esse nome? bruxas brancas.

- Por que elas utilizam a magia de forma natural e benigna. Existe outro tipo de bruxas. São as bruxas negras, ou apenas bruxas. Elas são mulheres que escolheram associar-se ao exército de Satã, e por isso ganharam poderes mágicos..

- Então há uma forma de eu ser uma bruxa, por mais que isso signifique utilizar magia das trevas.. - Monique fecha o livro e olha para a mãe, com uma expressão sonhadora.

- Não, filha. São forças malignas que sempre exigem de nós algo de bastante valor, e não estou falando de bens-materiais.. eu te proíbo de tentar ser uma bruxa, fui clara? - Tereza fala com rigidez, mas era tudo para a proteção de Monique.

- Sim, mãe.. - Monique largou o livro.

Tereza foi tentar arrumar mais dinheiro. Monique ficou sozinha em casa, naquele casebre. A única coisa que pensava era ser alguém melhor e ajudar sua mãe, e Monique tinha um plano para isso: Usar magia.

Monique foi até a floresta. Onde a solidão reinava. Monique se viu próxima à uma pedra. Onde tinha símbolos estranhos.. Símbolos satânicos, como o pentagrama invertido.

- Espero estar fazendo a coisa certa. - Monique não aguentava ver sua mãe sofrendo tanto. Era necessário fazer aquilo.

Monique fez fogo através dos fósforos mofados que havia na casa. A pequena garota acendeu a vela negra que estava na pedra. O pentagrama invertido não parecia tão assustador agora para Monique. O fogo trouxe consigo uma forma que vestia preto. Sua aparência era humana, mas uma força maligna saia daquela criatura.

- O que uma... criança? Quer dizer.. Uma moça está fazendo aqui, no meio da floresta? - O homem que emergiu do fogo perguntou.

- Quero falar com o.... o.... Diabo. Quero poder, quero magia. - Monique falou assustada.

- Minha cara, está falando com ele.. O que está desposta à abrir mão para ganhar a magia negra?

- O que? O senhor quer algo em troca?

- É uma questão de negócios, sabe? Toda magia tem um preço. E o preço, para mim neste momento, é uma visita até sua casa..

- Como é? O que quer fazer na minha casa? Não tem nada lá, além de móveis velhos arruinados..

- Eu preciso da sua permissão para poder entrar em sua casa, é como se fosse um convite. Não é nada de mais... Posso?

- Acho que sim...

O homem que denominado Satanás abriu um sorriso malicioso e tocou, levemente, a testa de Monique. Logo a força maligna e sombria que rodeava o homem passou para Monique. Magia e maldade tomou o coração da menina, que por si só, esqueceu do propósito de conseguir a magia: Ajudar sua mãe.

A Rainha e o EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora