Monique despertou. O quarto estava escuro, o lustre de velas estava apagado e grossas cortinas cobriam a luz natural do dia. Monique, que dormira quase 17 horas, ainda estava exausta, e sentia que dentro de si, existia apenas um fio de cabelo de poder, o qual poderia acabar a qualquer instante, profanando seus planos e magias, e assim, deixando de ser uma bruxa.
Monique massageou suas têmporas, na tentativa de amenizar sua dor de cabeça. Fez aquilo por alguns instantes, até que ouviu um barulho: Era a maldição, ou melhor, uma personificação humana dela.
- Rainha Monique, achei que você estivesse morta. Os governantes de Aider foram embora finalmente. Todos estranharam sua ausência, mas ninguém ousou incomodá-la. Ninguém me viu ainda, fiquei aqui todo tempo, cuidando da senhora. O sol já está se pondo novamente. - O homem barbado falou sussurrando, mas ainda sim era possível perceber sua voz grossa.
Monique se assustou no primeiro momento em que ouviu aquele homem falar, mas daí veio as lembranças da única vez que acordou durante aquele período de fraqueza. Também se lembrou de seu plano frustrado e as consequências de tal erro.
- Obrigada, acho... Estou fraca, meu poder está acabado, mas isso não vem ao caso agora. Temos que inventar uma desculpa sobre você. Não pode ficar aqui todo tempo, também temos que limpar esses cacos e as coisas do ritual... QUE NÃO DEU CERTO! - Monique berrou de ódio. Haviam lágrimas de raiva em seus olhos.
O homem ficou assustado e correu até sua cama. Com muita relutância e medo, tocou o rosto de Monique, na tentativa de acalmá-la.
- Não se preocupe, rainha, tudo será resolvido no final.
Monique o encarou e agarrou sua mão, retirando-a imediatamente do rosto. Sua expressão era séria e um pouco raivosa.
- O que acha que está fazendo!? - Ela falou furiosa.
O homem barbado recuou na mesma hora, permitindo que Monique o visse com mais clareza. Era bonito, forte, e estava... nu.
- Se acha que pode me paquerar dessa forma, está muito enganado - Monique falou com um tom de ignorância. - É melhor arranjar roupas logo, ou senão terá que desfilar pelo castelo... pelado! - Ela se levantou, se apoiando no dossel da cama, e vestiu se trocou ali mesmo, bem na frente do homem.
Não demorou muito para que ele se sentisse atraído pelo corpo esculpido e perfeito de Monique. A rainha, por outro lado, jogou uma vestimenta apropriada para alguém da realeza para o homem, que a vestiu na mesma hora, para esconder tal coisa que havia... "acordado".
Rainha Monique vestia um longo, porém leve, vestido de seda prateada. O homem barbado vestia uma camisa branca, juntamente com uma calça preta e suspensório, o qual deixou muito elegante.
- Agora está a altura... Para ninguém desconfiar de nada, você, a partir de agora, na frente daqueles tolos ignorantes, é meu amante. - Monique falou, séria. O homem arregalou os olhos e corou. - Os governantes podem ter qualquer tipo de relação com outras pessoas... E sobre você ter passado a noite, eles, provavelmente, reclamem... Mas eu não me importo, eu sou a rainha, e eles precisam me obedecer, queiram eles ou não - Monique sorriu maliciosamente. - Mas agora... você tem um nome?
- N-não, rainha Monique, não, não tenho... - O homem falou envergonhado.
- Ótimo, seu nome é... Denis, significa "Dia e Noite"... Que tal? - Monique falou, arrumando a roupa de Denis.
Ele apenas confirmou com a cabeça e sorriu.
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A Rainha e o Espelho
AdventureUm espelho. Uma rainha. Uma maldição Uma alma desesperada e soturna criou uma poderosa magia, que nem Deus pode destruir. Toda magia tem um preço à ser pago, e ela cobra mais caro toda vez que é usada. A rainha e magia negra vão trazer uma er...