Quando passamos pelo pedágio a viajem já estava ficando tediante. O clima estava pesado e sinceramente, ninguém tava com ânimo algum para falar alguma coisa. Fora o fato de Eliza e Mário terem feito questão de chamar Gustavo, Elias, Antônio, Milena e Valesca para ir com a gente. Tudo bem eles irem, tô pouco me fudendo pra eles, mas chamar Gustavo e Valesca já é demias.
Clarisse resoveu quebrar o gelo do grupo.
- Namoral, o enterro de Victor tava mais divertido do que essa viajem.
Ana cutuca Clarisse e ela resmunga baixinho.
- Isso não é coisa que se fale. - Ana a repreende.
- Quê ? Mas é verdade. - Ela justifica
- É, mas respeita a dor de Laís.
Eu olhei para Ana e dei de ombros, sério, não me importava com isso. Não é tão ruim assim! Afinal, todo mundo morre um dia, só não estamos preparados para isso.
- Relaxa - falo - Clarisse falou a verdade. Vocês tão muito quietos, nem parece que são meus amigos.
Oliver me olha confuso. Coitado, mal sabe ele como foi minha terça-feira.
- É que parece que perdemos um membro do nosso corpo - Mário diz.
- É, Victor era tão legal. - Ana fala deixando uma lágrima cair.
Suspiro, prendo a respiração. Não, eu não podia chorar ali. Não podia chorar por algo que já passou. Doeu ? Sim. Mas já foi, tá feito.
- Olha aqui - digo olhando para cada rosto da van - Ninguém vai ficar deprimente hoje por causa da morte de Victor, entenderam ? Ele se foi. Pronto, acabou! Ele não vai voltar, e quer saber mais ?! Ele não ia querer ver ninguém deixando de viver por causa dele.
Minhas lágrimas descem desgovernadas. Não tinha controle de mim, simplesmente me pus a chorar.
Oliver me abraçou e eu deixei que ele me confortasse.
- Sinto muito, não sei o que aconteceu, mas quero que saiba que eu estou aqui para te confortar. - Livinho diz perto do meu ouvido.
- Obrigada - respondo limpando minhas lágrimas.
- Você quer falar o que aconteceu ? - Ele acaricia meu rosto e eu apoio minha cabeça em seus braços.
- Ele era chefão do Vale das Pedrinhas, era meu primo. Armaram uma emboscada para ele e o mataram, seu pai foi reconhecer o corpo na segunda de tarde, de madrugada ele nos ligou dando a notícia - respiro fundo antes de continuar - Ele não era ruim, mas se envolvia com drogas e pessoas perigosas. Eu o amava, era o primo mais pertubado que tinha.
- O cara era relíquia, vai fazer falta - Gustavo fala.
Olho para ele com um olhar venenoso. A raiva me subiu, eu não suportava ele, nem sua namoradinha Valesca, agora com essa falsidade já fazia com que eu sentisse vontade de vomitar.
Livinho continua a fazer carícias em mim, o que faz meu corpo relaxar e não querer quebrar a cara de Gustavo
- Bota uma música tio Cléber. - Clarisse pedi.
- Vamos de Pablo ? - Ele joga.
- Tá maluco?! - Mário pergunta.
- Qual foi, Pablo, o cator apaixonado... - tio Cléber fala ponda o cd.
Todos rimos, a música começar a tocar.
Chora não bebê
Chora não bebê
Esse cara não te ama
Só te faz sofrer...- Não, para! Nojeira. - Clarrise diz indo até tio Cléber.
Ela procura um cd e o coloca. Em seguida a música de Marília Mendonça começar a soar pelo carro.Só queria mais um pouco
desse sentimento louco
De acordar de madrugada para fazer de novo
Se isso for errado
Quem vai nos julgar ?Clarisse volta pro seu lugar e quando começa o refrão ela acompanha a cantora.
Sei que é errado
E ninguém vai etender
Você é casado e eu não quero
perder
Você tá com ela mas amo você
Você e ela não tem nada haverNão demora muito e todos estamos cantando. Quando passou a vibe de ouvir Marília Mendonça, passamos para os funks. Hora de zoar.
Clarisse fez titio colocar a música do Livinho, Meu Bem Querer.
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Crazy Life - Mc Livinho
FanfictionLaís é uma jovem de 17 anos, desde dos 15 anos ela é fã do cantor Mc Livinho. Sempre sonhou em ir a um de seus shows, mas a sua mãe nunca deixou. Em maio de 2016, em um clube de Salvador, a jovem consegui ir ver seu ídolo. Porém, a gorata se decepic...