Eu poderia partir de qualquer ponto da minha vida curta e insignificante para explicar que hoje eu sou mais feliz do que a um ano atrás.
Tudo que vivi não se compara o que estou vivendo hoje. Ontem Laís disse que estava esperando um filho meu. Eu fiquei muito feliz é claro, mesmo perdendo um. Deus foi bom e me deu outro, e da mulher que amo. Não que eu não amasse meu filho, eu o amava e quando Laís me falou que estava grávida eu pensei logo no meu pequeno Arthur. Eu contei que já havia escolhido o nome do bebê ? Bem, agora todos sabem que eu ia ter um menininho e que seu nome seria Arthur.
Lembro-me do enterro. Byanca estava inconsolável.- Eu nem tive oportunidade de da um beijo nele - ela choramingou a meu lado.
- Você terá outros filhos para beijar e amar, Bya - eu falo pondo minha mão em seu ombro.
Ela sai de perto de mim e me olha curiosa.
- Você deve está dando graças a Deus por não ter mais a responsabilidade de ser pai - ela diz com certo nojo.
- Não ouse falar isso - falo pondo minha mão em punho- Você não tem esse direito. Eu também o amava, até a ajudei a escolher o nome dele.
- Isso muda em que ? - Ela me olha inexpressiva - Isso não é tudo!
- Quem estava dirigindo em alta velocidade não era eu - digo a olhando.
Depois de ter dito aquelas palavras a Byanca evitei o máximo me aproximar dela. E que assim seja, não quero mais saber dela. Já que o único meio de termos contato era o nosso filho e infelizmente ele não está mais entre nós, então que seja assim, eu em um canto e ela outro.
Quando chegamos na praia de Copa Cabana Laís já estava cansada.
- Se eu estivesse em Salvador era só pega uma esquina e chegariamos na praia - ela resmunga.
- Claro, Salvador nem se compara ao Rio - eu a provoco.
- Ei - ela me olha e rir - Merça suas palavras parsa.
Eu lhe olho e dou uma gargalhada. Passamos à noite assim, rindo, comendo e zoando todo mundo.
Quando chegou a hora da contagem regressiva todos nós contamos.
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2,- Ummmm - todos nós gritamos e os fogos explodiram no céu estrelado do Rio de Janeiro.
- Feliz Ano-Novo! - Laís me abraça e beija.
- Feliz Ano-Novo amor - eu respondo.
- Que nossa família tenha muita saúde - minha mãe grita abrindo um champel.
Nós nos abraçamos até um bom momento. Mais tarde quando chegamos no hotel passamos o resto da noite acordados conversando.
Laís dormiu antes de nós, afinal ela tem câncer ainda. No fim só ficou eu e meu pai acordados.
- Que 2017 seja repleto de coisas boas - meu pai sussurra ao meu lado.
Nós estávamos sentados na varanda, já fazia algum tempo que todos haviam se recolhido.
- Pois é - respondo.
- Você parece feliz - meu pai diz.
- Sim - confirmo com um sorriso - Eu tenho uma linda mulher e está grávida. Nós vamos formar uma família que eu espero ser para a vida inteira.
- Com certeza vai filho - meu pai diz pensativo.
- Tenho medo de acabar como o senhor e a mamãe - eu digo o olhando.
- Como Oliver ?
- Separados.
- Não é só porque eu e sua mãe nos separamos que você e Laís vão também filho, o amor de vocês ainda e verde, mas desde já da para ver que é amor de verdade.
- Eu realmente a amo, mesmo tendo esse câncer que não se decide se vai deixar ela em paz ou vai tira-lá de mim.
- Oliver, eu como seu pai, digo que você deve sempre ouvir sua razão, às vezes nosso coração nos trai. Se você tem certeza que a ama e quer viver com ela, então faça isso, porém se acha que não, bem, só lamentamos. Laís é uma ótima mulher.
- Jamais a deixarei, eu tenho certeza que quero leva-lá para minha vida.
Laís
***
- Então que vocês sejam felizes com meu neto - o pai do Oliver fala.
Eu sei que é errado ouvir atrás da porta, mas foi um impulso inevitável. Eu estava vindo tomar um copo de água e ouvir eles conversarem, fui em direção deles com a intenção de me juntar a eles e então ouvir meu nome. Meu instindo foi falar:"Laís o que ?". Porém minha curiosidade falou mais alto, me pus atrás das cortinas de seda do hotel e fiquei escutando eles falarem de mim. Quando o Oliver disse que me amava e que me levaria para sua vida mesmo tendo câncer e sabendo que a qualquer momento eu possa morrer, eu chorei. Meus olhos estavam lacrimejando sem parar.
Eu também te amo Oliver, digo em meus pensamentos.
- Obrigado pai - Oliver diz e pega na mão de seu Paulo.
- Ela é linda - o pai do Oliver diz sorrindo.
- E gostosa - Livinho responde rindo.
- E na cama, como ela é filho ? - O pai do Oliver pergunta e eu sinto meu rosto corar.
- Pai, nunca fiz nada que chegue perto do que eu e Laís fazemos - Oliver diz.
- Sua mãe também era assim, Brígida parece calma, mas quando está entre quatro paredes é uma leoa - seu Paulo fala e o Oliver da uma gargalhada.
- Por favor, ela é minha mãe, não fale isso - Oliver diz.
- Até parece que sua mãe não transa hoje - o seu Paulo fala e o Oliver para de rir.
Livinho o olha e diz sério:
- Minha mãe não transa!
- Transa sim, você é a prova viva disso - seu Paulo diz rindo.
- Argh! - Oliver tapa os ouvidos - Chega, vamos falar de outra coisa. Como por exemplo em bunda.
- Bunda ? - O pai do Oliver rir - Fala sério, bunda serve para cagar.
- Pai em que século o senhor vive em ? Porque bunda serve para muita coi...
- Oi pessoas - eu digo entrando no meio deles.
Chega de ouvir as conversas dos outros.
- Amor, acordada uma hora dessas ? - Oliver diz me beijando.
- Acordei com sede - falo sentando-me em seu colo.
- E como está ? - Meu sogro pergunta.
- Bem, obrigada seu Paulo - o respondo.
- Vamos embora amanhã - Oliver diz - Tenho shows essa semana inteira.
- Eu posso ir ? - Pergunto animada.
- Claro amor - ele me responde.
Eu poderia descrever mais dias, poderia dizer que depois da nossa ressaca nós fomos para a praia e tomamos banho de mar e eu me afoguei e que depois o Oliver ficou me zoando durante um mês.
Mas para que ?
O importante é que eu estou com a minha família. Que eu amo a todos e todos me amam. Ninguém tentou me matar até agora, nem meu câncer estúpido, esse está indo embora. Parece que ele não quer mais saber de me torturar.
Meus dias são como o vento, passa e leva tudo que pode. Quem quiser fazer algo, que faça logo. Afinal, o para sempre só existe em contos de fadas.
Eu estava no jardim quando o Pedro me ligou.
- Oi Pê - falo.
- Iae, como você tá ?
- Bem e você ?
- Estou ótimo, só queria saber como você e esse menino está.
- Obrigada pela sua preocupação, nós estamos bem.
- Lucca foi para a Itália junto com Gutto, parece que eles estão juntos, nosso plano está dando certo.
- Ainda bem, quanto mais Gutto confiar em Lucca, mas fácil será para nós.
- Sim, mas não se preocupe, eu e o Oliver estamos preparando tudo.
- Eu confio em vocês.
- Obrigado, você não sabe o quanto isso me deixa feliz. Agora mais do que nunca, vemos necessidade de nos livrar de Lucca e dos outros que isistem em te importunar.
- Sim, não quero que meu filho cresça no meio disso.
- Já escolheram o nome ?
- Sim.
- Posso saber qual ?
- Arthur, uma homenagem ao filho do Oliver que morreu.
- Você é incrível Laís, merece toda felicidade do mundo.
- Darei então essa felicidade a meu filho.
- Mães!
- Sempre amando.
- Bem, preciso desligar. Passar bem.
- Obrigada Pê, você também.
- Tchau.
- Tchau.
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Crazy Life - Mc Livinho
FanfictionLaís é uma jovem de 17 anos, desde dos 15 anos ela é fã do cantor Mc Livinho. Sempre sonhou em ir a um de seus shows, mas a sua mãe nunca deixou. Em maio de 2016, em um clube de Salvador, a jovem consegui ir ver seu ídolo. Porém, a gorata se decepic...