Crazy Life - Mc Livinho

Capítulo 14 - Mc Livinho

Puto da vida eu tava com ela, mas só em está desse jeito eu me odiava. Sim, me odiava por está com ciúmes dela e por não conseguir, na verdade, nem tentar disfarçar. Mário ficou calado, não falou nada até que eu me manifestei.
- Cara, essa garota tá me deixando louco. - Digo pondo minha mão na cabeça.
- Laís causa esse efeito colateral nos homens - Mário suspira.
- Sério ? Tudo que tem a me dizer é isso ? - Olho para Mário indignado com suas únicas palavras.
- Pivete, vou te dizer uma coisa de Laís. Presta bem atenção, tá?! - Ele fala me olhando - Laís não é as minas que tu costuma pegar, muito menos o tipo certo de garota errada. Laís é tipo cafeína, vicia e alucina qualquer um. Tá na cara que você tá caidinho por ela, mas para pra pensar! Você vai dá segurança suficiente para ela ? Não, você tem o que para oferece-lá ?
Olho para Mário, analiso suas perguntas e procuro por respostas coerentes o suficientes para ser compreendidas e convincente.
- Eu sei Mário - finalmente digo - Tudo que eu mais quero é entender o que sinto por Laís, e se serei capaz de admitir essse sentimento. Porque sinceramente, eu não quero viver o resto da minha vida pensando nela. A garota foi a melhor coisa que me apareceu em toda minha vida, minha carreira e todo meu sucesso não valem de nada comparado a ela.
- Você já sabe o que sente por Laís, resta agora, como você disse, admitir. - Mário se deita e apaga a luz.
- Eu estou incondicionalmente apaixonado por essa mina!
- Se você não me falasse eu nunca ia descobrir - Mário diz ironicamente.
Dou uma pequena risada e me levanto. Pego meu caderno e começo a pensar em rimas, eu já havia começado. Agora estou disposto a terminar.
Não demorou muito e eu já tinha uma letra, ritimo e batida da música. Pereira ia amar essa, vai ser sucesso total.
Mandei a música para ele e expliquei algumas coisas. Graças a minha inspiração, Laís! Aposto que se ela ouvir vai se indentificar, afinal foi feita especialmente para ela.
Os jornalistas normalmente perguntam se eu tenho uma musa para mim inspirar. É claro que tenho!
Quando fiz Vilão do Amor, fiz pensando em uma "namorada". A gorata cismava com esse tal do príncipe, que tinha que ser na hora certa com a pessoal certa e tals. Tuuudo beem! Até aí vai, mas eu nunca fui o tipo de homem que tá com uma mulher só pra ficar de abraços e beijos. Poupe-me! Nunca fui grosseiro nem agrecivo, mas convenhamos, amor é sentimento, sexo é prazer. Entendeu a diferença de um para o outro?! Nada contra sua escolha. Agora se não quer fuder, vira freira, virgem é signo não vocação parsa!
O mesmo foi Pepeka do Mal , a mina tinha uma linda buceta do Mal, não queria me sastifazer com seu cuzinho. E eu cheio de desejo, o que podia fazer se elas não gostam?! Como sempre falam:"Dói!" Meninas, o que dói é meu pau duro e com um monte de espermas loucos para sair. Isso sim dói!
Claro que no fim valeu até a pena todo esse cú doce, tive inspiração pra fazer minhas músicas, que embora não estejam muito no contexto, ou que para muitos não faça sentido, resultou em um bom resultado.
Sem mais aguentar um minuto acordado, me deito e feicho meus olhos e durmo imediatamente.

***

No dia seguinte todos estavam em um bom ânimo. Até parece que não teve nada na noite passada, entramos na van e começamos a conversar. Clarisse tagarelava, seus lábios faziam movimentos grotescos para mim, provavelmente ela estava me insultando.
- Iae Livinho, o que achou dos cantores baianos ? - Clarisse me pergunta.
- Legal tia - falo em reposta.
- Nós baianos é demais, né ? - Clarisse diz.
- É sim - concordo.
Olho para Laís que desde que entrou não falou nada. Seus cabelos encaracolados estavam em um rabo de cabelo, sua boca tinha um batom vermelho fraco, ela vestia uma camiseta branca e um short jeans.
- Gente - Clarisse berra - Vocês não sabe onde passei à noite!
- Claro que não sabemos - Laila suspira.
- Aah Laila, deixe de ser antipatica. - Clarisse diz.
- Aposto que em algum quarto de hotel com um homem gostoso- Ana fala imitando Clarisse tão perfeitamente que por um momento achei que fosse Clarisse.
- Não, na pousada mesmo - Clarisse diz com desdém - Mas a parte do gostoso você acertou. Cara te falar, que homem.
- Ele fode bem ? - Mário pergunta rindo.
- Nossa tio - ela rir - Bote fuder bem aí viu, ele me fez gozar umas cinco vezes.
- Linguada foi ? - Mário agora gargalhava.
- Sim, Aff Mário, linguada, pirocada de baixo pra cima, de cima pra baixo. Foi o caralho todo, chega me deu vontade de deixar meu número pra ele.
- Nossaaa! - Mário bate palma - Esse cara é foda! Conseguiu deixar Clarisse em dúvida a respeito de dá ou não o telefone.
- Clarisse é o tipo de menina que só pega é ? - Pergunto rindo.
- Clarisse é o tipo de menina que pega e não se apega - Laís fala depois de muito tempo.
- Ao contrário de você, né binha ? - Ela fala rindo.
- Tomar no cú! - Laís revira os olhos e volta a ficar quieta.
- Não sei como somos gêmias, você parece uma ninfomaníaca! - Ana fala indignada com sua irmã.
- Tar, irmã, acorde para a realidade! Tenho que aproveitar enquanto minha buceta ainda é nova, por que quando estiver velha os ninõs não vai tá nem aí.
- Você é ridícula - Laila fala rindo. - Ana, você é a única virgem que faz questão de ser virgem.
- Se tu soubesse como é bom fuder - Mário diz.
- Faço questão de ser virgem, e não tenho vergonha da minha virtude, me manterei pura até encontrar o meu "príncipe encantado" - Ana diz em pé e pondo a mão no peito como se isso fosse um pronunciamento que ela honrava.
- Como já dizia o contemporânio filósofo Mc Livinho:" Príncipe encantado não existe!" e "Virgem é signo, não vocação". - Clarisse deboxa
- Para quem não suporta Funk, você até que cita bem algumas letras. - Digo, fazendo Calrisse revirar os olhos.
O pessoal rir e nós voltamos a cinversar sobre um monte de coisa. Laís já estava me incomodando em silêncio, não havia tanto o que falar, isso é verdade, mas não pode haver essa frieza entre nós. Será que falo a ela sobre a música que fiz pra ela ? Não, ela pode se ofender com o cheia de marra. Acho melhor, fazer o lançamento, vê no que vai da e depois falar a ela que foi ela quem me inspirou.
Não demorou muito e nós já estávamos em Salvador, a cidade era de fato linda. Um lugar tão viril, aconchegante e hospitalar. Não queria sair de lá tão cedo, o lugar me fascinava, cheio de histórias e coisas pelas quais qualquer um se encanta enquanto observa as ruas.
Quando chegamos Mário veio falar comigo.
- Ei, Pombo Sujo, você pode ficar na minha casa hoje se quiser.
- Agradeço, mas tenho que voltar para São Paulo. - Digo estendendo minha mão para ele.
- Tem certeza ? Custa nada passar o resto do dia aqui, só pra descansar. - Mário responde pegando minha mão.
- Não é uma má idéia, acho que aceito seu convite. - Retruco em meio a um suspiro.
Meu único motivo pra ficar é Laís. Hoje nós vamos conversar, e se tudo der certo, quem sabe eu não venha mais vezes.
- Cara, minha mãe vai amar ter um famoso em casa. - Mário diz - Vamos por aqui.
Mário se dispede do pessoal e eu vou falar com Laís.
- Você vai embora hoje ? - Ela pergunta.
- Não, quero resolver umas coisas antes de ir - respondo.
- Tipo ?
- Tipo, o que tá rolando entre a gente ? Se isso tem futuro ou não!
- Tá tudo tão confuso.
- Por isso que precisamos conversar - pego na mão de Laís e a beijo - Você sabe onde é a casa do Mário, vá até lá hoje de noite.
- Ok.
- Até daqui a pouco.
- Até.
Fomos para casa, peguei meu celular e liguei pra minha mãe, avisei que chegaria amanhã. Depois liguei para Byanca, ela não atendeu, tornei a ligar para ela, mas ela não atendeu. O que estava rolando ? Byanca nunca deixa de me atender.
Desistir e fui tomar um banho. Quando sair do banheiro meu celular tocou e eu pensei qie fosse Byanca, mas era apenas Juninho.
- Oi - respondo.
- Livinho o que foi aquilo ? - Juninho pergunta irritado.
- Aquilo o que ? - Pergunto confuso.
- Aquela cena patética de você batendo em um rapaz. - Ele diz.
- A cara, sério que isso virou notícia ?
- Pois é, o Mc Livinho na Bahia batendo em um jovem e pelas informações foi tudo por causa de uma garota. - Ela rir sacasticamente.
Era evidente que ele estava irritado com aquilo. Mas não é culpa minha, o babaca foi um idiota, merecia mais
- Conseguir o número do rapaz e o convenci de não da queixa sua. - Juninho diz.
- Valeu man.
- Acho bom você vir logo pra São Paulo, não quero você se metendo em briga de novo até amanhã.
- Tá, ok Juninho. Já estava indo mesmo!
- Já tenho sua agente de show para os próximos dias.
- Ok. Ei, fiz uma música nova.
- Ok.
Ele desliga o celular e eu vou me vestir. Mário apareceu e disse que Laís estava a minha espera.
Eu não sabia bem o que falar, nem como falar. Mas seja como for, eu vou dizer a Laís que não faz mais sentido ficarmos escondendo o que tá rolando entre nós. É bom, melhor coisa que esperimentei na vida. Eu estou completamente apaixonado por essa guria, e sei que ela também está por mim.