Capítulo 1 - Laís

9.4K 196 14
                                    

Embora passe 2 anos que o conheço, nunca o tinha visto. Não foi por falta de dinheiro, eu trabalho e ganho até bem, mas o problema real era a minha mãe. Ela nunca sequer deixou eu tocar no nome dele. Sempre considerou essa minha paixão uma coisa de adolescente que não sabe nem o que é a vida, não sabe se preocupar com às coisas que realmente importa. E sim, talvez minha mãe esteja certa, eu nunca infrentei ou passei por um problema de verdade, mas não quer dizer que eu não saiba o que quero para mim. Mano, nesse momento da minha vida eu só quero curtir, porque eu sou uma jovem de 17 anos que está no último ano, esperando ansiosamente para se formar.
Querendo ou não, tenho que obedecer minha mãe. Afinal, ela é minha mãe, minha responsável. Mas,como sempre, teimosa e marrenta, faço um rabo de cavalo em meus longos cabelos encaracolados e pretos, concerto minha roupa, olho mais uma vez no espelho e repito em minha mente várias vezes o meu manto sagrado:" Eu posso, eu quero, eu consigo." Desso as escadas devagar, não quero que ela pense que estou ansiosa pela sua reposta, que estou suave. Simplesmente na boa, tanto faz ir ou não.
Quando chego na cozinha pego uma maçã na geladeira. Olho para minha mãe que está lavando a louça destraída com os seus próprios pensamentos. Vou até a pia e lavo a maçã, ela se assusta e me diz:
- Que susto Laís!
- Desculpe - falo entre um sorriso de lado.
- Não devia está trabalhando ? - Ela me olha desconfiada.
- Devia, mas hoje minha chefe disse que eu não precisava ir. Então marquei com às meninas de ir ao shopping para ajuda-las a escolher alguma roupa para ir ao show do Mc Livinho. - Falo dando de ombros e depois mordendo minha maçã.
Ela continua a lavar a louça, fazendo de conta que eu não disse muita coisa. Quando vejo que ela não vai dizer nada sobre o show, saio afim de ir encontra as meninas.
Minha mãe me surpreende ao dizer:
- Bem, aproveite e escolha a sua também - ela vira para olhar a minha reação e da de ombros, ao vê meu olhar de confusão explica: - Sim, eu deixo você ir a esse show.
Penso em ir abraça-lá e beija-lá, mas penso bem e só digo:
- Obrigada mãe.
Ela volta a fazer o que estava fazendo e eu vou pegar minha bolsa. Ao sair de casa ligo para Laila, para contar que vou poder ir vê meu Love na The Choice. Laila me atende assim que ligo, com a voz rouca e lenta ela fala:
- Oi ?!
- Laila, minha mãe deixou eu ir para o show do Livinho.
Laila dá um grito que aposto que na China deu para escutar. Mas mesmo com o exagero dela, começo a rir e a dá pulinhos de alegria.
- MENTIRA! SÉRIO MESMO ???
- Sim! Sim!
- Não tô acreditando! Mano, você já tá no ponto ?
- Estou chegando, venha logo. Precisamos fazer compras.
- Vamos fechar nessa festa.
- Vamos, agora adiante. Estou a sua espera.
- Já já chego aí.
Laila desliga o celular, mas eu consigo ainda sentir sua energia vibrando. Eu realmente conseguir o que quero, quer dizer, quero muitas coisas, mas ir ao show do Mc Livinho é mais que um desejo, é uma oportunidade de conhecer um dos funkeiros que mais ganha e é respeitado pelo mundo do funk.
Desço desesperada pela rua, chego ao ponto e espero por Laila. Uns des minutos depois ela chega com Clarisse e Ana.
- Iae monamur, preparada ? Dia 22 só vai dá o Nordeste de Amaralina. - Laila fala me abraçando.
Clarisse e Ana reviram os olhos e me abraçam também.
- Fala sério, eu realmente tenho pena de vocês. - Clarisse fala.
- Ana, você pode me dizer o que sua querida irmã quer dizer com isso. Eu não compreendi. - Laila pergunta revelando está ofendido.
Ana da de ombros e responde:
- Você não sabe que Clarisse tem tolerância a funk, principalmente a certos funkeiros chamados de Mc Livinho.
Eu rio e falo por intermédio de Laila que até agora tenta entender o porquê:
- Todo mundo tá cansado de saber, mas Clarisse, você deveria ter pena é do Oliver que vai ter que lidar com uma fã psicopata que nem a Laila.
- A isso é verdade - Clarisse concorda, ela coloca a mão no peito e diz: - Caro Oliver Decesary, sinto muito por você. Mas, creio que este será seu último show!
Laila revira os olhos e pensa em nos contestar, mas o nosso ônibus chega e temos que entrar. No caminho para o Iguatemi nós conversamos e discutimos um monte de assuntos, até que em um determinado momento entra um grupo de rapazes mó gato. Logo selecionei um como meu crush.
- Migas suas loucas, o de boné preto com a brusa da Nike é meu. - Digo olhando para ele e percebo que ele sorrir.
As meninas olham para o grupo e rir também. Clarisse sussurra:
- O meu é o de olhos azuis que usa o pscign, se ele vienhesse até aqui e disser que quer me comer eu daria para ele de boa.
Eu e Laila rir, enquanto Ana dá um pequeno tapa na irmã gêmia.
- Aff Clarisse, você daria para qualquer homem bonito.
- Quê ?! Nunca se sabe quando você vai ter a sorte de encontra um boy lindo em um ônibus - Clarisse responde rindo de si mesma, depois vira para os rapazes e pisca para eles - Depois, nunca se sabe se por trás desses belos rostinhos fofos existe um Cristian Gray.
Eu olho para os meninos que não para de nos encarar, e começo a rir antes de dá uma resposta a Clarisse:
- Você está certa Clarisse, vai que algum deles é o Cristian versão baiano.
- Né - Clarisse fala entre um sorriso sedutor.
- Tá, deixa de besteira e vamos que nosso ponto chegou. - Interrompo Ana levantando-se e indo para a frente do ônibus.
Nós seguimos ela. Ao decermos, vejo que os nossos crushs tava vindo atrás da gente. Ou eles vinheram de fato para o Shopping da Bahia ou percebem que nós estávamos dando bola para eles e resolveram vim atrás da gente achando que vai conseguir uma conversa com a gente.
Entramos no shopping e os meninos continuaram atrás de nós. Sem conseguir aguentar mais, resolvo falar com as meninas:
- Disfarcem, mas olhem para trás e vejam quem está nos seguindo.
Pedi para minhas amigas disfarçarem algo é um pedido inútil, porque só foi eu falar "olhem para trás..." que elas viraram o pescoço de uma forma que nem a mulher elástico estimava ser possível.
- Migas, os boys estão nos seguindo ? É isso mesmo ?! - Laila olha para nós com um sorriso de "hoje eu vou sair da seca".
- Não miga, a gente deve tá cagada e eles são a Zika Vírus a procura de merda para se alimentar. - Clarisse zomba de Laila.
- Não é o mosquito Aids Egiptty não que você quis dizer ? - Laila pergunta.
- Não querida, é Zika Vírus mesmo. E nós somos literalmente uma merda!
Laila para pra tentar entender o que ela quis dizer com aquilo. Sabendo que não vai adiantar explicar, porque todo grupo tem um lerdo amigo que demora um ano para entender às coisas. Ana suspira indignada com às palavras da irmã e em reposta fala:
- Fale por você, eu sou um sonho de consumo para qualquer garoto.
- Ha-há, só que não, né queridinha ?! Os meninos só ficam com você, porque ainda não aprenderam diferenciar eu de você. O que falar nisso é uma ofensa a minha pessoa.
- Nós somos gêmeas idênticas!
- Mas...
Eu pula na frente delas e a interrompo, antes que aquilo se prolongue e nossas compras não passe de apenas uma ida ao shopping.
- Vamos entrar naquela loja e vê as roupas. - Falo apontando para uma butique.
Nós passamos à tarde toda no shopping, rodamos todas as nossas lojas preferidas até encontrar a roupa perfeita. E é claro, tivemos uma ajudinha de nossos seguidores. Acabamos na praça de alimentação com nossas roupas em mãos e de quebra uma merendinha com nossos crushs.
- Então vocês vão para o show do Mc Livinho. - O meu crush, que se chama Pedro fala e olha diretamente para mim - Você não parece curtir funk.
Dou de ombros, não queria da a ele uma reposta qualquer. Mas antes de responder Laila responde por mim:
- Laís curte e muito o funk.
- E vocês não ? - Ele pergunta, mas dava para vê que ele queria uma reposta minha.
- Sim, eu Laila e Ana curtimos alguns funks, só a Clarisse que é contra a nosso gosto. - Respondo.
O crush de Clarisse olha para ela e vê logo que tipo de música ela gosta. Não é tão difícil adivinhar, é só olhar par suas unhas pretas e roupas de rokeira muito louca que da para vê que ela curte aqueles rocks pesadão. Seu estilo de cabelo e sua maquiagem também deixa muito claro. Um estilo de rockeira de verdade, Clarisse é linda, apesar de seu jeito trevoso, ela é muito doce e meiga, só é seu jeitinho marrento que às vezes deixa a desejar.
- Dá pra vê que Clarisse é o do contra do grupo. - O crush de Clarisse, chamado Felipe, diz.
- Sou mesmo - ela toma um gole de seu suco e continua: - Na verdade, eu sou a que mais procura fazer o certo aqui. Ou seja, elas só pensam em fazer coisas que estão contra a lei, o que faz com que eu seja o do contra.
- É verdade, minha irmã é o oposto de mim. Em todos os sentidos, da para vê pelo modo como nos vestimos. - Ana fala pondo sua mão no ombro da irmã, fazendo ela bufar de irritação e continua: - Na verdade temos aqui: uma trevosa, que não curte quebrar as regras - ela aponta para a irmã - Uma lerda, que nunca entende de primeira às coisas que falamos, mas que é a única que faz a gente rir quando estamos com o coração destruído - ela aponta para Laila, que rir sem parar - Temos uma patricinha, que aparenta ser meiga e doce, mas se você brincar com ela pode ter certeza que você ganha uma passagem para o inferno sem volta. Além disso ela é a nerd do grupo, contudo a mais preguiçosa - ela aponta para mim e rir desafiando-me a questionar - E finalmente eu, uma garota que briga por tudo, mas que nunca deixa isso afastar as pessoas de mim. Sou o contrário de minha irmã. Ou seja eu amo rosa e ela preto, ela ama filme de terror e eu amo filmes de romance, nada de zombir ou espíritos de gnomos possuidos pelo elefante cor de rosa.
Os meninos riem da falta de noção de Ana com a última parte.
- De onde você tirou esses "espíritos de gnomos possuidos pelo elefante cor de rosa"? - Pedro pergunta ainda rindo.
- Ela vive falando isso - Ana responde com relutância e olhando para sua irmã.
Clarisse se diverte com a conversa de sua irmã e assim vai o fim de nossa noite.
Conversamos várias coisas e terminamos com o número de cada crush salvo no nosso celular e o nosso no deles.
No fim, quando estávamos no ponto Laila glorificava sua noite.
- Vários danadinhos no contatinho da mãe.
- É, nosso dia foi produtivo. - Falo rindo de sua felicidade.
- Precisamos fazer mais vezes isso. - Ana indaga.
- É...

***

Em casa, tomada banho, de barriga cheia, deito na cama e tento dormir. Mas só saber que no próximo final de semana vou vê meu Oliver fiquei com insônia. Resolvo lê para que o sono venha e me possua, e é o que acontece. Pego no sono gradativamente.

Crazy Life - Mc LivinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora