17. FLORESTA NEGRA - PARTE IV

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- Estou faminta.

- Eu também – Cristofer respondeu preguiçosamente enrolado em mim no sofá.

- Vou fazer alguma coisa pra gente.

Tentei me levantar, mas Cristofer não queria deixar, me puxando para ele toda vez que eu tentava sair do sofá.

- Cris, eu preciso comer. Não tenho mais forças – resmunguei.

- Fica aqui mais um pouco.

- Eu não vou pro Alasca, vou estar ali na cozinha – falei brincando.

- Agora sim tô mais tranqüilo.

- Sério. Você não vai se arrepender, e vai ser rápido.

- Tudo bem, prefiro comida mesmo – brincou.

- Engraçadinho – mostrei a língua.

Então me libertou de seus braços e eu fui para cozinha.

- Não vale espiar – gritei da cozinha.

Quando o cheiro da comida começou a ficar forte ele não parava de reclamar dizendo que não iria resistir.

- Só mais um pouco. Fique aí!

Em menos de uma hora eu já tinha tudo pronto. Comida simples, fácil de fazer e que agrada a quase todos os paladares.

Cheguei com os dois pratos perto do sofá e ofereci o dele avisando o que era.

- Macarrão ao pomodoro com parmesão ralado.

- Nossa, o cheiro vai me matar antes que consega comer.

Já passava das duas da tarde quando me sentei ao lado de Cristofer para comer. Ele elogiou a comida, mas mal respirava entre uma garfada e outra, o que me deixava extremamente orgulhosa de mim mesma.

- Vai me ensinar como faz isso, não é?

- Já imprimi a receita pra você. É fácil. Se você comprar seu macarrão no mercado, é sim. Daí só precisa cozinhar a massa e fazer o molho.

- Você faz tua própria massa?

- Com freqüência.

- Não acredito...

- Acredite – sorri. – Eu te ensino isso algum dia também, caso queira.

- Aprendo o que for pra passar horas com você dentro da cozinha.

- Sério? – quis que ele repetisse.

- Sério – disse enquanto se aproximou demais de mim como se fosse me beijar, mas roubou uma garfada do macarrão do meu prato.

- Ladrão – falei como se não me importasse.

Ele sorriu enquanto mastigava, e eu estava duplamente alimentada. Estômago e coração.

Expliquei para ele como era simples o prato do dia enquanto ele se ajeitou no sofá depois de repetir sua pratada de macarrão. Eu, ao contrário, ainda estava no primeiro prato.

Ele olhava fixamente para a minha estante quando olhei para ele.

- O que são essas bonecas? – perguntou.

- Essas feitas de madeira?

- Sim...

- São matrioskas. Lindas, não são?

- São coloridas. Você tem várias.

- Adoro elas, faço coleção. Tenho outras no meu quarto, não reparou? – sorri. – Algumas ainda estão guardadas. Elas são originalmente russas, mas conheci através de uns amigos poloneses.

O Novo InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora