- Estou faminta.
- Eu também – Cristofer respondeu preguiçosamente enrolado em mim no sofá.
- Vou fazer alguma coisa pra gente.
Tentei me levantar, mas Cristofer não queria deixar, me puxando para ele toda vez que eu tentava sair do sofá.
- Cris, eu preciso comer. Não tenho mais forças – resmunguei.
- Fica aqui mais um pouco.
- Eu não vou pro Alasca, vou estar ali na cozinha – falei brincando.
- Agora sim tô mais tranqüilo.
- Sério. Você não vai se arrepender, e vai ser rápido.
- Tudo bem, prefiro comida mesmo – brincou.
- Engraçadinho – mostrei a língua.
Então me libertou de seus braços e eu fui para cozinha.
- Não vale espiar – gritei da cozinha.
Quando o cheiro da comida começou a ficar forte ele não parava de reclamar dizendo que não iria resistir.
- Só mais um pouco. Fique aí!
Em menos de uma hora eu já tinha tudo pronto. Comida simples, fácil de fazer e que agrada a quase todos os paladares.
Cheguei com os dois pratos perto do sofá e ofereci o dele avisando o que era.
- Macarrão ao pomodoro com parmesão ralado.
- Nossa, o cheiro vai me matar antes que consega comer.
Já passava das duas da tarde quando me sentei ao lado de Cristofer para comer. Ele elogiou a comida, mas mal respirava entre uma garfada e outra, o que me deixava extremamente orgulhosa de mim mesma.
- Vai me ensinar como faz isso, não é?
- Já imprimi a receita pra você. É fácil. Se você comprar seu macarrão no mercado, é sim. Daí só precisa cozinhar a massa e fazer o molho.
- Você faz tua própria massa?
- Com freqüência.
- Não acredito...
- Acredite – sorri. – Eu te ensino isso algum dia também, caso queira.
- Aprendo o que for pra passar horas com você dentro da cozinha.
- Sério? – quis que ele repetisse.
- Sério – disse enquanto se aproximou demais de mim como se fosse me beijar, mas roubou uma garfada do macarrão do meu prato.
- Ladrão – falei como se não me importasse.
Ele sorriu enquanto mastigava, e eu estava duplamente alimentada. Estômago e coração.
Expliquei para ele como era simples o prato do dia enquanto ele se ajeitou no sofá depois de repetir sua pratada de macarrão. Eu, ao contrário, ainda estava no primeiro prato.
Ele olhava fixamente para a minha estante quando olhei para ele.
- O que são essas bonecas? – perguntou.
- Essas feitas de madeira?
- Sim...
- São matrioskas. Lindas, não são?
- São coloridas. Você tem várias.
- Adoro elas, faço coleção. Tenho outras no meu quarto, não reparou? – sorri. – Algumas ainda estão guardadas. Elas são originalmente russas, mas conheci através de uns amigos poloneses.
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O Novo Inquilino
RomanceSofia teve um problema no coração e precisou de transplante. Agora, Sofia tem um novo coração e um novo vizinho que vai oferecer muito mais que apenas uma xícara de açúcar. Uma história de amor que envolve um mistério capaz de derreter qualquer cora...