17. FLORESTA NEGRA - PARTE II

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Foi breve, mas foi o suficiente. Desta vez meu coração parou como se levasse um solavanco. Eu puxei o ar pros meus pulmões com toda força que pude mesmo que de forma leve para não assustá-lo.

Abri meus olhos enquanto fazia isso tomando um pouco de distância. Parecia que meu cérebro havia dado sinal de vida e, pensando bem, eu não estava preparada para mais uma ceninha de arrependimento repentino dele, mas ele ainda tinha uma das mãos em minha nuca e me puxou para ele novamente. Sua mão deslizou pela minha nuca descendo até minha cintura onde com as duas mãos ele me segurava bem próxima a ele.

Fiquei refém dele, não podia mais me mover.

Olhou para mim mais uma vez como se estivesse procurando por aprovação para continuar o que estava fazendo. Eu não queria continuar resistindo. Ansiava muito por aquele beijo, por isso, beijando-o de volta dei a permissão que ele queria.

Mal sentia o chão sob meus pés enquanto ele me beijava. Todas as minhas terminações nervosas estavam sobrecarregadas. A sensação dos seus lábios nos meus era incrivelmente prazerosa. As pontas dos seus dedos pressionavam as minhas costas, sem muita força, mas intensamente.

Me agarrei com força na lateral de sua camiseta com as duas mãos. Eu estava desesperada. Estava nervosa. Meu corpo reagia como jamais havia acontecido.

Quando eu dei por mim não me apoiava em meus pés. Sem muito esforço Cristofer me tomou em seus braços e me colou sentada sob a bancada da cozinha. O olhar que me dirigia era tão carinhoso que eu nem acreditava que vinha dele. Agora fui eu quem tocou seu rosto com as mãos. Queria sentir com os dedos o rosto que eu havia decorado em detalhes. Ficamos nos olhando por alguns instantes. Eu podia olhar para ele pela eternidade.

Por um momento ele se voltou para a minha cicatriz. Minha mão ainda estava em seu rosto quando seus olhos se desviaram para o meu colo que estampava a marca. Foi com as pontas dos dedos que Cristofer tocou o pedaço da cicatriz que aparecia por minha blusa. O olhar que ele tinha no rosto ao fazer isto era irresistível. Entrelacei minhas pernas nele e o puxei para mim novamente.

Achei que não tinha como estar mais próxima a ele, mas ele me provou o contrario descendo a mão um pouco abaixo da minha cintura e me puxando ainda mais para ele que agora me dava um beijo em um dos lados da minha bochecha. Logo depois beijou o outro lado. Olhou bem nos meus olhos, tirou o meu cabelo que atrapalhava e seguiu para o meu pescoço. Enquanto isso, eu deslizava meus dedos, que agora estavam entrelaçados por seus cabelos, para suas costas.

Cristofer me puxou para os seus braços, me ergueu do balcão e seguiu em direção à sala. Eu ainda estava na mesma exata posição que antes, mas agora não havia mais o apoio da bancada, Cristofer era o único apoio que eu tinha.

Notei que ele procurava por algo.

- É para lá – mostrei o caminho pro meu quarto.

- Tem certeza? – perguntou com suavidade.

- Sim, o quarto é pra lá.

- Disso eu sei, Sofia – lançou um olhar recriminador.

Respondi que sim com a cabeça, mesmo que internamente não tivesse certeza de absolutamente nada.

Ele me olhou e sorriu enquanto se encaminhava na direção que eu tinha apontado até chegar ao meu quarto que ainda tinha a cama desarrumada. Pareceu não se importar, talvez nem tenha notado esse fato quando me colocou sobre a cama.

Não conseguia parar de olhar para ele. Cada vez que me tocava era como se eu levasse pequenos choques. Estava me beijando de forma doce, mas logo senti que ele estava tão desesperado quanto eu. Passou a ofegar. Eu sentia o mesmo, como se fosse uma coisa urgente. Eu o queria a todo custo.

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