22. PIMENTA - PARTE I

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Está chegando ao fim ;) a história do meu casal favorito na vida (até agora porque já estou escrevendo uma nova história com um casal novo que tende a se tornar meu favorito também! Pra quem me acompanhou ate aqui, um super obrigada *.* 

Em breve, tem mais! 



Estava decidida a ver Cristofer, mas a coragem para isso ainda não tinha me encontrado. Era tão simples, ele estava logo ali ao lado. Tentava me convencer disso todo dia, mas parecia quase impossível chegar até ele.

Naquela tarde de sábado, tinha acabado de voltar da casa dos meus pais, estava exausta por ter ajudado minha mãe a fazer almoço, sobremesa e tudo o que eles tinham direito. Avisei a Madalena que demoraria um pouco para voltar, mas não contei a ela que estava matando trabalho para dormir. O sol estava clareando meu quarto, mas nem isso impediu que eu adormecesse facilmente num sono profundo.

Acordei assustada quando notei que o sol já estava se pondo. Fui despertando lentamente e aos poucos comecei a ouvir o som que vinha da rua. Levantei e andei até a janela que estava aberta e pude escutar um grupo de meninas brincando na rua. Quando voltei para a cama pude escutar um carro que passando pela rua anunciava algo que eu tentava ardentemente obter sem êxito algum: sonhos deliciosos. O som do carro de sonhos ficou distante até sumir por completo enquanto eu pensava que já deveria estar na pâtisserie há muito tempo.

Antes de sair fui até a cozinha fazer um chá para me esquentar e acordar de uma vez. Me recostei na pia enquanto assoprava o chá super quente quando notei o vasinho de flor que Cristofer tinha me dado e que estava perto do meu pé de cebolinha. Larguei a caneca de qualquer jeito na pia quando vi que a planta estava brotando. Senti até um frio na barriga quando me aproximei do vaso. Tinha uma pontinha verde que saia da terra. Era ainda tão pequena, mas fez um efeito enorme dentro de mim.

Me obriguei a sair dali para ir até o café, tinha prometido para Madalena que ia.

A tarde estava linda num tom alaranjado, não fazia calor, mas também não estava frio. As ruas começavam a ficar enfeitadas de luzes com o natal ficando próximo, deixando o caminho que eu fazia todo dia cada vez mais bonito.

Em um trecho, ao longo da calçada, havia estrelas douradas penduradas nas árvores que balançavam com o vento. Estavam brilhando com as luzes que também estavam enroladas nos galhos. Eu as olhava admirada quando uma delas caiu próxima ao meu pé. Parei por alguns instantes admirando o pedaço de papel em formato de estrela que agora estava caído no chão. Recolhi a estrela e pensei comigo se estrela cadente de papel também valia pedido. Na duvida, apertei meus olhos e acabei fazendo um.

Quando cheguei no café recebi um olhar fuzilante de Madalena, mas devolvi a ela um sorriso.

- Onde esteve? – perguntou.

- Acabei me atrasando, desculpe. Está tudo certo por aqui?

- Tudo certo, e com você?

- Também... – falei olhando para cima.

- O quê? O que está procurando?

- Não enfeitamos para o natal ainda.

- Tá cedo...

- Amanhã vou arrumar isso aqui.

- Você é quem manda.

- Você manda também.

O Novo InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora