Capítulo 11 -Parte 3 Dean

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Siimm, vai ter Parte 3! Ouçam a música Send my love, da Adele. A tradução está no vídeo (-; amo samusica!

Não faço a mínima idéia do que fazer com a garota, as músicas pararam de tocar e o barulho de pessoas também reduziram. Merda, merda e merda! Por que é que ela tinha que dormir? Droga, o que vou fazer com ela?
Deixe ela ai, ou, na beira da estrada, porque você se importa mesmo?
Mente estúpida!  Como isso está dentro de mim? Merda, perguntas sem respostas, e incrivelmente a que mais me pertuba é Porque é que eu me importo? Eu realmente não sei. Olho para a garota que se quer sei o nome em meus braços, suas madeixas castanho claro caem levemente se esparramando sobre seus ombros e também tampa toda a visão do meu peito. Por quê eu me importo?
Lembro-me da correntinha dourada com pingente de estrela que tanto tirou o meu sono, aquelas letras, a delicadeza do objeto. Merda, to pensando como um idiota apaixonado. Prometi a mim mesmo que não iria me deixar envolver depois da enorme decepção que foi, a minha última tentativa de amar. Isso não é para mim, não nasci para isso. E então, eu olho para os meus braços. Merda, droga, porra! Garota atrevida, por que ela tinha de aparecer? Qual é? Nem tamanho ela tem, é mais desastrada do que uma criança, os ossos dela só podem ser de ferro, ela é toda irritadinha, mimada, metida, branquela, urgh! Chega disso. A aconchego melhor nos braços e me levanto, uma pena pesaria mais que ela, me agacho e pego o seu sapato do chão, o qual ela tentou me acertar. Ando até a porteira e agradeço às forças divinas por ela estar aberta, passo pelo jardim que agora está visivelmente desarrumado e pouco destruído, as fogueiras em sua maiora se apagaram, copos, garrafas e até mesmo roupas estão no chão. Poucas pessoas estão tentando arrumar a bagunça, algumas delas me olham, então paro perto de um rapaz.
- Conhece ela?
- Não cara, aconteceu alguma coisa?
- Ela estava deitada em um banco logo ali atrás. -Digo apontando com a cabeça para o jardim de onde sai.
- Sei, só esperando ela acordar realmente, vou perguntar para minha amiga Belle, vi elas chegarem juntas. -O cara diz e sai indo em direção à uma garota de cabelos vermelhos e roupa de couro sintético. Eles conversam algumas poucas palavras e vêm em minha direção.
- A garota é prima de Peter, eu acho. Mas ele saiu daqui há umas duas horas, com duas garotas e duvido muito que o encontre. Infelizmente não tenho o contato dele, sinto muito. - A garora diz e sai, simplesmente não me dando tempo de ao menos perguntar o nome da baixinha irritante. Então faço o que é mais racional, saio do local da festa e sigo para o meu carro, é difícil pegar a chave com os braços ocupados, então apoio a perna direira em uma pedra e coloco ela apoiada na perna, pego as chaves e destravo o carro, coloco a garota nos braços novamente e sigo até o carro, coloco-a no banco do passageiro e passo o cinto nela. Fecho a porta. Rodeio o carro e me sento no banco, ligo o automóvel e assim, sigo para o meu apartamento.
*
A baixinha dormiu todo o caminho me dando o famigerado silêncio. Me sinto estranho pois parece que não é certo o que estou fazendo, mas eu não quero acordar ela. Minha sorte é o quarto de hóspedes, onde a coloquei há algum tempo, tive de tirar os sapatos dela e pude ver o outro pé dela com um curativo, com toda a certeza ela é muito desastrada.
Estou agora no meu banheiro, tomando o meu maravilhoso banho. Não quero nem pensar em como vai ser amanhã, quando a criatura acordar, mas espero acordar antes dela. Saio do banho e visto minha samba canção, fecho a porta do quarto e me deito na cama. Primeira noite no meu apartamento, e que maravilha, tem uma pessoa no quarto de hóspedes e ela é uma garota que provavelmente é de menor. Se alguém descobre isso serei acusado de estupro e agressão física, pois o corpo dela deve ter mais hematomas do que ossos.
Merda.
*
Acordo com o sol na minha cara, então me obrigo a me levantar. Apenas coloco uma camiseta e vou para o banheiro, faço as higienes necessárias e vou para a cozinha. O silêncio é perturbador, odeio o silêncio. E então me lembro da criatura no outro quarto, droga! Subo as escadas e vou para o quarto de hóspedes, a porta está escorada como deixei ontem, a abro e vejo o emaranhado de cabelos, cobertas, braços e pernas em cima da cama, tudo tranquilo. Escoro a porta novamente e desço para a cozinha, preciso fazer algo pro café da manhã. Como não posso sair ligo para a padaria e peço variados tipos de lanches, não sei do que a garota gosta afinal. Arrumo a mesa e coloco dois pratos, copos e talheres, pego os guardanapos e decido fazer café. Coloco os ingredientes na cafeteira e a ligo, fico a espera do café. Quando a cafeteira apita, a desligo e coloco o café na garrafa térmica. O entregador chega, então pego as várias sacolas e o pago. Coloco os lanches todos na mesa, arrumando da melhor forma. Me sento na mesa e estou me preparando para comer quando ouço barulhos vindo do andar de cima, parece que alguém acordou. Me aconchego na cadeira, me preparando para o pior. Vejo ela descer as escadas, o cabelo todo bagunçado, o rosto amaçado juntamente com o vestido. Ela me vê e eu não consigo decifrar sua reação: susto, tristeza, alegria, raiva? Simplesmente não sei. O silêncio é grande.
- Bom dia, dormiu bem? - Pergunto, tentando começar uma conversa.
- Estou com uma dor de cabeça horrível. - Ela diz mais pra ela do que pra mim. - Não é um bom dia, dormi bem. - Acho que o Alaska se instalou aqui.
- Hum, eu comprei algumas coisas, não sabia do que gostava então...bem, não quer se sentar?
- E eu tenho outra opção? - Ela agora vem em minha direção, se senta na cadeira aveludada, e me olha. Um clima realmente estranho, e estou impressionado por não termos brigado ainda.
Ainda...
Olho para ela, que olha para mim.
- Acho melhor você comer, preciso levar você até sua casa ou onde você quiser ir. - Digo pegando um pãozinho temperado.
- Ah, ok. Bom, er, hum, o que aconteceu depois que eu, hum, dormi?
- Eu tive que sair procurando por alguém que te conhecesse, uma garota de cabelos vermelhos disse que você estava com um tal de Peter, e que ele já tinha ido embora, então tive de trazer você para cá. - Explico.
- A gente...?
- Não, claro que não que horror! Não sou um pedófilo muito menos estuprador.
- Ah sim, me desculpe. - Ela parece estar envergonhada, mas decido comer os pãezinhos em silêncio. Termino o meu café e me retiro da mesa. - Preciso tomar um banho, se quiser pode usar o banheiro do quarto em que dormiu, tem toalhas no armário. Fique a vontade. - Digo a ela, que ainda come, subo as escadas e vou para o banheiro, a melhor parte do meu dia é quando estou tomando banho. Demoro tempo o suficiente para que meu corpo relaxe, então saio do banho e me visto com bermuda e camiseta. Desço as escadas e fico na cozinha arrumando a bagunça do café. Depois que termino de arrumar tudo a garota desce as escadas, ainda com o mesmo vestido mas os cabelos molhados.
- Será que você poderia, me levar em casa? Meu celular ficou no carro de Peter. - Ela pede, o clima estranho ainda reside entre nós, as vezes a tensão é tão grande que seria palpável.
- Ah sim, vamos? - Saio da cozinha e pego as chaves e a carteira no mesanimo da sala. Saímos do apartamento, e o clima não é tão legal. No elevador pensei que iria morrer, ela não parava colocar a mão na orelha direita, pegando nos brincos. Aquilo me deixava um pouco constrangido. No carro foi pior ainda. O silêncio era estranhamente estranho. Então decido tentar uma conversa.
- Você não me disse o seu nome.
- Você não perguntou. - Ela está na defensiva.
- Qual é o seu nome?
- Melanie. Melanie Mayers. Qual é o seu mesmo?
- Dean Bennett. - E novamente o silêncio. Ligo o rádio e uma música desconhecida começa a tocar, conheço a voz da cantora Adele, e então o clima no carro piora mais um pouco, devido ao conteúdo da música. Amor.
E então a pergunta de ontem me ronda a cabeça.
Por que eu me importo?
Merda. Perguntinha chata. Deposito a minha atenção no trânsito, mas mesmo assim quase provoco um acidente pois só agora percebi que estava a quase 100 km/h em uma avenida pouco movimentada, porém, quase bati o carro em outro.
- Você está louco? Você ia me matar seu idiota! Não quero morrer como meus pais não seu otário! - Ela grita comigo, e como se algo caísse em minha cabeça, algumas memórias daquele dia se encaixam perfeitamente agora. Duas coisas no meio do espaço vazio. Dois caixões. Flores, todos de preto. Ela chorava.
E então, a única coisa que eu realmente consigo pensar é na merda que fiz aquele dia. Droga! Droga! Volto ao mundo real com Melanie gritando meu nome, e então percebo que não reduzi a velocidade e sim que ela aumentou. Pareço estar em transe. Sinto socos no braço e então bruscamente estaciono o carro no acostamento. Bato a cabeça no volante algumas vezes, e então paro. Que droga. Sinto muitos tapas no meu braço. Levanto a cabeça.
- Me desculpe. Por quase te matar, e por ser insensível.
- Do que você está falando seu irresponsável? Você quase me matou! Eu iria morrer, Meu Deus! Eu quero te estrangular! - Ela diz histérica.
- Desculpa porra! Eu não sei o que aconteceu ok? Não vai se repetir, juro.
- Ta que seja, só não faça mais isso!
- Ta bom. - Ligo o carro, e dessa vez dirijo como alguém descente. Sigo as coordenadas dela e me surpreendo ao parar em frente à uma mansão que com certeza custa o PIB do estado. O portão se abre para que o carro entre, então entro na propriedade, parando na entrada da casa. Ela se prepara para descer, e me lembro da corrente que está na minha carteira.
- Bom, peço novamente desculpas pelo ocorrido e qualquer coisa que eu tenha feito.
- Pare de se desculpar, Bennett. Desculpas são para incompetentes. Obrigada pela carona, passar bem. - Ela abre a porta do carro e sai, batendo a mesma. E eu apenas fico ali, olhando ela se afastar, saio da mansão, lutando contra uma voz na minha cabeça que diz.
Parece que um peixinho foi fisgado, pobre do peixe, vai morrer e nem notar.
Não seja tola, não aconteceu nem nunca acontecerá nada entre eu e ela.
Então por que não entregou a corrente à ela?
Então penso:
MERDA.

CelesteOnde histórias criam vida. Descubra agora