Me visto com o jaleco branco bordado com meu sobrenome, orgulhoso de mim mesmo.
Sai de casa carregando o juramento da medicina no pensamento, o que agora faz muito sentido para mim. Quando cheguei no meu consultório meu coração falhou por um minuto, ele é moderno e suas paredes carregam a cor cinza. Meu armário se destaca em todo o cômodo, com madeiras mescladas. Uma porta me leva para outro cômodo, onde se encontram os aparelhos para exames, os medicamentos, uma maca, etc.
Me assusto com o telefone tocando e me apresso para atender.
-Dr. Bennett falando.
-Olá Dr. Bennett, aqui é Patrice, recepção do 5° andar, o Sr. Luccas me pediu para que lhe apresentasse aos seus novos pacientes. - A voz feminina diz.
- Ah sim claro, onde posso te encontrar? -Pergunto a Patrice.
- Pode me encontrar em 10 minutos, na ala C do seu andar, por favor?
- Claro, estarei lá.
- Ok. -A ligação se encerra e eu seguro a ansiedade.
Qual será o estado de saúde deles?
Se acalme Bennett, assim vai acabar matando seus pacientes!
Isso é verdade, argh! Que agonia. Não vou conseguir esperar 10 minutos nessa sala monótona. Então me ajeito no banheiro do consultório e saio. Os corredores do andar estão calmos e sem muito movimento, por se tratar do andar de especialização, nem sempre teremos dias movimentados.
Ainda bem que sai mais cedo do escritório, estou completamente perdido aqui. Já andei por vários corredores e ainda não achei a tal Ala C. Vejo um enfermeiro passar correndo por mim e corro atrás dele, o chamando. Ele para ofegante.
- O que deseja? -Diz, buscando ar para levar aos seus pulmões.
- Pode me informar onde fica a Ala C?
- Estou indo pra lá agora. - E assim sai correndo. Eu o sigo, correndo também. Quando entro na Ala percebo sua diferença. Os corredores são do tom vermelho sangue, os móveis variam entre cores quentes e me sinto um tanto quanto confortável no ambiente. Fico tão deslumbrado pela área que perdi o enfermeiro de vista. Merda.
Me sento em um dos confortáveis sofás marrons, à espera de Patrice. O movimento na Ala parece aumentar, vejo alguns enfermeiros correndo, a recepcionista fazendo ligações, uma médica passa correndo com vários aparelhos em mãos, igual aos enfermeiros. Isso me preocupa. As lâmpadas piscam e me preocupo de verdade. Me levanto e corro junto aos médicos e enfermeiros.
- O que está acontecendo?
- A Ala está em pane, a energia está instável e os aparelhos dos pacientes desligando. - Uma enfermeira diz correndo. Corro também e abro uma porta de um corredor qualquer. Os aparelhos piscam junto às luzes. Olho para um garotinho na cama e corro para ajudar ele. O aparelho que o ajuda a respirar falha miseravelmente, o garoto está roxo e treme. Retiro com cuidado o aparelho de seu nariz e rapidamente faço a respiração boca a boca. Espero alguns segundos e sem nenhuma reação. Faço o mesmo processo. Nada. Grito por ajuda, não penso direito na hora. Olho para o garoto de novo e ele se contorce pela falta de oxigênio. Procuro uma máscara com o aparelho de oxigênio, acho uma nos armários, as luzes pararam de piscar e a energia voltou. Ligo o aparelho rapidamente na tomada e coloco a máscara no rosto do garoto, que agora, respira normalmente.
Suspiro, aliviado.
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Celeste
Teen FictionE se a vida lhe apunhalar por todas as direções? E se ela lhe derrubar e te machucar ao ponto de você não se levantar? Essas foram as 2 perguntas que me fiz durante algum tempo, até eu mesma sofrer as apunhaladas e me machucar. Talvez o empurrã...