Um barulho irritante tomou conta do quarto, demorei alguns segundos para perceber que o telefone do Anthony tocava insistentemente na mesinha do lado da cama, olhei para a janela que estava aberta e percebi que ainda era noite e então peguei o celular, ainda eram duas horas da manhã, o número estava salvo como sendo do hospital, pensei que poderia ser grave e então comecei a balançar o Anthony insistentemente para que despertasse.
- Linda, volta a dormir. - Ele pediu rodeando minha cintura com seu braço e se acomodando no travesseiro novamente.
- Anthony acorde, o seu celular está tocando é do hospital pode ser grave.- Quando eu terminei de falar parecia que ele tinha tomado um choque de tão desperto que estava, pegou o aparelho da minha mão e atendeu.
- Alô, sim é ele.- um intervalo se fez enquanto Anthony ouvia a pessoa do outro lado da linha e depois como em um passe de mágica ele levantou-se e começou a vestir - se.- E como ele está?.- Mais um intervalo.- Certo, certo estou indo para o hospital, qualquer coisa me ligue, estou a caminho.
- Amor, eu não sei como dizer isso mais seu pai teve duas paradas cardíacas, os médicos o reanimaram com o desfribilador, mais ele está muito fraco, eles estão fazendo alguns exames, mais eles acham que ele não vai aguentar por muito tempo.
Eu rapidamente me levantei e coloquei a roupa que estava vestida antes de dormir, do quarto liguei para Cristina que tinha ficado essa noite na mansão, por algum motivo que não sabia, para que viesse ficar próxima as meninas e enquanto fazia isso o Anthony terminava de se vestir.
Eu estava querendo resolver o máximo de coisas possíveis porque só assim não pararia para pensar que estava perto de perder meu pai, que agora realmente seria uma órfã, logo agora que o reencontrei.
Senti o Anthony me puxando e me abraçando e eu segurei sua camisa com os punhos fechados querendo arrancar forças não sei de onde, os " e" e "se" pulavam da minha cabeça, e se eu não tivesse inventado essa história de me esconder através de um disfarce de babá, e se eu não tivesse sido uma egoísta a dez anos atrás e o tivesse procurado logo quando soube da sua existência, teria construindo uma relação de pai e filha com ele? Será que foi o que faltou para sermos realmente felizes depois da morte da mamãe, o apoio e o amor que um podia dar para outro.
- Eu me sinto tão impotente, eu queria poder mover céus e terras para ele não estar passando por isso, mas eu não posso e sentir isso é tão ruim.- As lágrimas agora já molhavam todo o meu rosto.
- Eu sei Ana, eu sei como está se sentindo.
- Ele não pode morrer, eu não posso perder mais ninguém, porque ninguém fica comigo, porque eu sempre me sinto tão só.
- Eu estou aqui meu amor, e eu juro que sempre vou estar.
- Promete que não vai deixa-lo morrer, promete.- Eu o olhava nos olhos enquanto pedia e seus olhos me olhavam com tristeza.
- Eu não posso te prometer isso Ana, eu prometo que vou fazer o meu melhor, mas eu não posso prometer que ele irá ficar bom.
Eu sabia que estava sendo ridícula falando aquilo, mas eu queria ter algum tipo de garantia, queria que o Anthony fosse meu super herói e no fim do dia viesse me salvar, mas ele era um homem comum que não tinha super poderes, mais me amava e isso eu podia sentir em cada palavra que ele direcionava a mim, em o quão impotente ele estava por não retirar de mim essa dor e eu não sabia como retribuir toda essa dedicação que ele tinha comigo.
- Vamos, temos que ir para o hospital.
Ele segurou minha mão e saímos do quarto, encontramos Cristina no corredor indo em direção ao quarto de Sofia.
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Eu vou te encontrar.
RomanceA vida de Ana resumia-se em: cuidar da mãe que estava com câncer, terminar o colégio e ter de aturar o seu pai alcoólatra. Tudo isso até a morte da mãe de Ana. Juliet é a melhor amiga de Ana. E numa tentativa de animar Ana, Juliet leva-a a uma festa...