Eu vou te encontrar.

Capítulo 25

    Os olhos de Anthony me seguiam para todos os lados, não podia dar um passo para esquerda e ele me acompanhava, eu estava com medo de sua reação quando descobrisse a minha ligação com o Thomas, e eu vi que ele esperava qualquer coisa saindo da minha boca, menos aquilo, infelizmente fomos interrompidos pela organizadora da festa que solicitou a nossa presença já que estava quase na hora de cantar os parabéns e repartir o bolo, em um acordo silencioso resolvemos deixar aquela conversa para depois da festa, não sei se isso era bom ou ruim, mas vi refletido em seus olhos o sentimento de traição e aquilo foi pior que uma facada em meu coração.

Estávamos agindo como se nada estivesse acontecendo, ríamos,  conversávamos, tirávamos fotos e finalmente cantamos os parabéns, cada minuto que ficava mais perto da festa acabar, mais minha aflição aumentava, eu não sabia o que esperar daquela conversa, aquela família tinha se tornado em tão pouco tempo tão importante para mim e agora com o risco eminente de perde-los uma dor se alastrava no meu peito, sem querer eu adotei aquelas meninas como minhas, o amor que tenho por elas é tão grande quanto o que tenho pelo meu Matheus e o Anthony ele chegou como uma bomba relógio e destruiu todas as paredes que construí ao meu redor, sem nenhum tipo de proteção eu me deixei levar e ele se tornou o primeiro homem que amei na vida e concerteza será o único a ocupar esse posto, já que não acredito poder sentir por outro o que sinto por ele, eu o amo e só agora percebi isso.

Quando o último convidado saiu da mansão e a porta se fechou os olhos de Anthony caíram sobre mim, queria poder sorrir para ele e beija-lo fechando a noite com chave de ouro,  mas eu não poderia fugir daquela conversa, já a protelei demais e agora sabia que não tinha para onde fugir, já tinha dado banho e colocado as meninas para dormir, enquanto Anthony fazia sala para os últimos convidados, aquela hora da noite só alguns funcionários do buffet ainda estavam no jardim limpando tudo para que os caminhões pudessem vir buscar e levar para o deposito da empresa, os funcionários da casa tinham sido liberados para curtir a festa e concerteza estavam a caminho de casa agora, então era como se estivessemos sozinhos.

Ele estende o braço me indicando o caminho do escritório e eu caminho a sua frente, minhas mãos estavam geladas e eu sentia leves tremores pelo meu corpo, um frio gelado estava hospedado em minha barriga desde o momento que falei para o Anthony que Thomas era meu pai, não sabia o que esperar, a ansiedade me consumia quando entramos em seu escritório, ele foi para trás de sua mesa e eu fiquei parada no centro do escritório.

- Eu estou desde o momento que me contou tentando entender o que está acontecendo, como você pode ser filha do Thomas?

- Ele e minha mãe se apaixonaram na adolescência e bom eu sou o fruto dessa paixão.- eu falei sinalizando para mim mesma.

- Ele sabe? Sabe que você existe?

- Acho que não.- Aquilo era o que mais me afetava, eu queria realmente acreditar que ele não sabia da minha existência, que ele não teve coragem de abandonar a garota grávida de um filho seu.- Minha mãe disse que ela nunca contou a ele.

- E você sabia disso quando começou a trabalhar aqui? Sabia que ele era amigo da família.

- Sim eu sabia, eu o vi aqui no dia que fiz a entrevista com a Cristina.

- E foi por isso que mesmo depois de eu ter te rechaçado daquele jeito, você aceitou o emprego? - Ele perguntou um pouco mais alterado.

- Sim foi, eu precisava me aproximar dele, eu precisava conhece-lo e então eu aproveitei...- minha voz estava ficando alterada, então eu parei e soltei um suspiro - Eu aproveitei que ele era próximo da sua familia para saber quem ele era.

- Você quer dizer que usou minha família, usou minhas filhas, usou a mim, para cair nas graças do seu pai?- Ele pergunta com o toque de sarcasmo.