Epílogo

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8 anos depois.

Uma vez fiz uma promessa para minha mãe em que seria muito feliz e acredito que tenho cumprido muito bem essa promessa nos últimos anos e que vou ser muito mais graças a descoberta que fiz há alguns dias.

Hoje era a festa de quinze anos de Sofia e toda a família estava no pé da escada esperando ela descer com o vestido da valsa que ela dançaria com seu pai no jardim.

Antony estava ansioso, esfregando uma mão na outra tentando conter o nervosismo, apesar de já ter passado por isso antes com a Luiza.

- Essa é só a festa de debutante,  imagine quando ela for a noiva ele vai ter um infarto.- Falei e Luiza e Pedro começaram a rir.

- Espero que demore um bom tempo para isso, não pretendo morrer jovem. - Ele respondeu e todos rimos mais ainda com o drama do Antony.

E então ela apareceu no degrau mais alto da escada, o vestido dela não era nada menos que perfeito,  ela estava estonteante, percebi os olhos de espanto do Pedro, o Matheus engolir a seco e a boca aberta do Anthony e eu e a Luíza não conseguíamos disfarçar os nossos sorrisos, nossa menininha tinha crescido.

Ela desceu as escadas e quando chegou perto do pai ele a pegou pela mão e beijou sua testa, Antony não conseguia esconder o encantamento e eu sorria com aquela cena.

- Você está linda filha.

- Obrigada pai. Mãe você está chorando?

E eu de fato estava, nos últimos tempos minhas emoções pareciam estar em uma montanha russa.

- Você cresceu tão rápido,  não é mais a minha menininha.

Todos riram do meu drama, principalmente Pedro e Luiza.

- Eu sempre vou ser sua menina.

- Promete?- ela me abraçou e depois beijou meu rosto.

- De todo o coração.

Depois virou-se para os irmãos, Luiza logo abriu os braços e as duas compartilharam um abraço lindo e que graças a Deus o fotógrafo estava presente para registrar.

Depois foi a vez do Pedro que a abraçou e beijou no rosto, o que eu achei não ser uma boa ideia.

Minha família tinha aprendido com o tempo a se relacionar,  esse vínculos foram sendo criados aos poucos e eu e o Antony nunca impusemos que eles se vissem como família, mas eles foram se amando e se protegendo de uma forma tão imensa que muitas famílias de sangue não conseguiam alcançar que agora eles não sabiam como romper esse laço e tentavam esconder a verdade de si mesmo e dos outros,  só tentavam, porquê era nítido que entre aqueles quatro o amor ultrapassava a barreira do fraternal.

Por isso eu disse que não achei sensato o beijo que Pedro deu em Sofia,  primeiro porquê Luiza o olhou com um olhar totalmente decepcionado e depois que se dependesse do olhar que Matheus o encarou, o coitado estava caído no chão, mesmo eu sabendo que ele fazia só para provocar o sobrinho.

Sim, os dois achavam engraçado se chamarem de sobrinho e tio e eu achava lindo a relação de amor,  amizade e companheirismo que eles tinham.

Ainda não consegui contar a verdade ao Matheus, então ele ainda acredita que o Raul era seu pai de verdade e que ele queria me machucar nos afastando, então ele não conseguiu adotar o Cristhofer como seu pai,  apesar de se tratarem assim,  também acho que isso se deve ao sentimento que ele nutri por uma de suas filhas e não quer enxergar,  mas tudo ao seu tempo.

Sofia cruzou os braços com seu pai, eu com o Pedro e Luiza com o Matheus e seguimos em direção ao jardim onde todos aguardavam ansiosos a apresentação da debutante a sociedade.

Sofia dançou com o pai e depois com o Matheus que foi seu príncipe e como Ambos não enxergava o amor que fluía entre eles.

- Quando será que eles vão tomar coragem e assumir o que todo mundo enxerga só eles que não? - Antony chega por trás e me abraça pela cintura.

- Acredito que não vai demorar muito, está óbvio demais.

- E aquele outro casal ali? - olhamos na direção de Pedro e Luiza,  os dois dançavam e sorriam,  demonstrando a felicidade que sentiam em estarem juntos.

- Bom aqueles ali acho que mais cedo do que imaginamos.

- Espero que sim,  quero que minhas filhas experimentem o amor,  como eu experimento todos os dias ao seu lado.

- Eu desejo o mesmo para eles,  um mundo de amor como nós temos.

E então eu o puxo para a pista de dança e ele enlaça a minha cintura e eu o seu pescoço e começamos a dançar sem desprender o olhar um do outro.

- E se espalharmos o nosso amor um pouco mais?

- E como faríamos isso esposa,  está querendo virar Cupido?

- Na verdade eu estava pensando em um resultado para daqui nove meses.

- Nove mes... Você tá querendo engravidar?

- Na verdade acho que o resultado tá mais para sete meses. - Eu não consigo me segurar e começo a rir da sua expressão confusa.

- Sete mes... Você já está gravida? - Eu aceno com a cabeça e lágrimas inundam meu rosto quando vejo o sorriso que ele esboça.

- Eu vou ser pai novamente?

- Nós vamos ser pais novamente meu amor.

E então ele grita no meio da pista de dança,  para quem quer ou não ouvir.

- EU VOU SER PAI!!!

Observo que todos estão confusos, até quando ele se ajoelha e beija a minha barriga todos entendem do que ele está falando e ouvimos aplausos e assovios e sorrisos estampados no rosto de todos.

Eu pensei que eu não poderia ser mais feliz do que já era, claro que como todo casal e com filhos adolescentes aindo por cima, nós tínhamos desentendimentos, mas até isso depois de tudo que passei nessa vida era motivo de felicidade,  eu tinha uma família,  filhos e tinha encontrado o amor da minha vida e então eu soube que estava gerando dentro de mim um fruto desse amor,  felicidade é um eufemismo para o que eu sinto agora.

Agora sim é o fim.

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