Capítulo 2

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Não sei porque ou como eu concordei em vir para essa festa, é a pior festa que tive o "prazer" de presenciar durante toda a minha vida e só para observação eu não estive em muitas, na verdade essa é a segunda festa de ensino médio que fui chamada para participar e apesar da minha pouca experiência sei que não tem como ficar pior.

Eu previ que isso aconteceria assim que coloquei os olhos no "amigo" da Juliet, o garoto, eu acho que é Lucas o nome dele era um tremendo babaca, eu quase ofereci um babador quando ele olhou para o decote da minha amiga, mas eu não devia me surpreender ja que a July só se envolvia com idiotas, não é porque ela era burra ou tinha o dedo podre pelo contrário ela sabia exatamente quem eram os caras legais e os afastava ou fugia deles como o diabo foge da cruz, ela tinha medo de se apaixonar ela dizia que não entregaria seu coração em uma bandeja para depois que a pessoa se satisfizesse jogasse os restos fora, eu achava que ela tinha medo de sofrer como seu pai sofre até hoje com o abandono da mulher.

Quando entrei no carro do Lucas sabia que o local da festa não chegaria rápido o suficiente, o garato só sabia falar como era bom em tudo e dos lugares que visitou ou das coisas que possuia, se ele tivesse conseguido tudo com seu próprio dinheiro eu até que dava um pouco de crédito mas o garoto era um filhinho de papai de primeira linha que não sabia a hora de calar a boca.
No meio do caminho eu quase falei para ele calar a boca mas senti o olhar da July sobre mim e quando a olhei ela gesticulava com a cabeça e falava sem emitir som a palavra, não, então eu cruzei os braços e fechei os olhos mas o que queria mesmo era tampões de ouvido para não ter que escutar aquela voz.

Quando chegamos à festa não sabia o que era pior ficar no carro ouvindo aquele idiota do lucas falar e falar ou ficar naquele lugar onde se podia ou eu achava que podia se encontrar todos os clones do Lucas e as suas versões femininas que eram esnobes e olhavam eu e Juliet como se fossemos o côcô produzido pelos seus pudleos, ainda bem que eu não ligava para a opinião delas senão eu estaria me sentindo o pior dos seres humanos.

-Eu nao aguento mais isso- sussurrei.

- Não aguenta mais o quê?

Pensei que nao seria ouvida, engano meu, acho que essas patricinhas tinham a audição super desenvolvida para ouvir as fofocas e os anúncios de promoção nos shopings.

- Nada, eu vou dar uma volta.

- Que seja.- ela me falou entortando aquele bico pintado de vermelho.

Eu sai do grupo ao qual tinha sido apresentada quando cheguei a festa e me dirigi ao jardim dos fundos da casa, era um lugar muito bonito, minha casa era grande mais aquela sem duvida era o triplo da minha, tinha uma estufa toda feita de vidro que dava para ver se cutivava muitas flores, uma quadra de tênis e uma piscina enorme, o paisagismo do jardim também era muito bem feito, cheio de canteiros com flores minúsculas e o que mais me impressionou foi o balanço de madeira que estava entre a estufa e a quadra de tênis e era recoberto por um dossel que tinha sido tomado por uma trepadeira, fui em direção ao balanço e me sentei e voltei a pensar no que mais me afligia nos últimos dois meses que é minha vida em um futuro não tão distante, tomei um susto quando senti o balanço sendo empurrado, eu pulei do balanço e quase cai se mãos fortes não tivessem me segurado.

- Calma linda, não precisa se assustar eu não sou um monstro- ele falou bem proximo ao meu ouvido fazendo minha pele se arrepiar.

- Eu nao te conheço, claro que preciso ter medo.

- Podemos corrigir isso.- ele falou me girando fazendo eu ficar de frente pra ele, foi quando perdi a respiração ele era lindo e concerteza não era um monstro.

- Meu nome é Raul, e o seu?

Eu não conseguia responder, eu sabia que ele estava falando mas meu cérebro não conseguia processar a pergunta e emitir uma resposta.

- eu estou falando com você.

- desculpa eu...

- eu sei você está boba e tentando entender como alguém pode ser tão lindo.

E depois dessa perdeu toda a chance de eu me encantar por ele.

- eu estou boba mesmo mas é tentando entender como alguém pode ser ao mesmo tempo um idiota e convencido.

- ouch, essa doeu.

- ai meu Deus do céu, eu devo ter sido muito mal na outra encarnação para aguentar tantos imbecis em um só dia.

E depois desse desabafo o o maior de todos os idiotas começa a rir, mas não é qualquer risada é uma gargalhada das mais gostosas que ja vi e que me causou um arrepio que me fez cruzar os braços para tentar me esquentar, mas não era frio que eu sentia era calor muito calor, e ao mesmo tempo muita raiva.

- o que foi? Eu não sabia que estava com nariz de palhaço.

Ele parou de rir e me olhou, um olhar tão intenso que estava fazendo meu rosto esquentar e eu sabia que estava corando.

- não linda seu nariz não está vermelho, mais suas bochechas sim e isso é adorável.

E ele fala isso chegando cada vez mais perto de mim e sem a intenção de parar já que inclina a cabeça para alcançar meus labios e neste momento eu saio do meu torpor e desvio meu rosto segundos antes de receber meu primeiro beijo.

- Ana.

- O quê?

- meu nome você tinha perguntado é Ana.

- sim ana, lindo nome por sinal.

- Obrigado, é acho que vou voltar para a festa.

Falo isso já me virando e voltando para dentro da casa que estava tocando uma música alta e barulhenta, fiz uma careta mas não podia voltar atrás então continuei meu caminho.

- Espera, fica eu sei que você não quer voltar.

Eu me virei , o encarei e parecia que ele ficava cada vez mais lindo toda vez que o olhava.

- E ficar fazendo o quê?

- Eu posso pensar em varias coisas para fazer.

Ele fala me olhando com uma cara de menino traquino que me faz querer rir mas ao contrário do que quero e fecho a cara e falo figindo aborrecimento.

- Eu fico mas nada de piadinhas ou cantadas.

- Tudo bem, eu dou minha palavra de escoteiro.

- Você ja foi escoteiro?

- Não.

Ele fala, ri e estende a mão para que eu possa pegar, eu olho para a sua mão e suspiro, resignada aceito sua mão e voltamos para o balanço eu sento e ele faz o mesmo e um do lado do outro conversamos desde música favorita a animais de estimação e pela primeira vez eu queria que aquela noite se estendesse por muitas e muitas horas.

Eu vou te encontrar.Onde histórias criam vida. Descubra agora