Capítulo 4

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Eu tinha deixado a janela do meu quarto aberta para facilitar entrar em casa na hora que chegasse, por isso pulei a janela sem problemas peguei o celular dentro da bolsa que carregava para iluminar minha peregrinação dentro do quarto até chegar ao interruptor de luz já aproveitando para discar o número de telefone da July, acendi a luz e me virei e antes que pudesse apertar o botão para iniciar a chamada uma voz me interrompeu.

- quer dizer que a vadiazinha resolveu dá uma voltinha essa noite?

Eu olhei para meu pai que estava sentado em minha cama e me perguntei como ele tinha entrado em meu quarto, acho que ele leu essa pergunta em meu rosto porque começou a falar.

- eu não sei se você sabe mas todos os dias eu vinha até o seu quarto dá um beijo na minha filhinha e todas as noites eu encontrava a porta trancada, mas nunca perdi a esperança de que minha filha aceitasse que o papai dela queria lhe desejar uma boa noite e qual não foi minha surpresa quando nessa noite encontrei a porta aberta, mas essa surpresa não foi maior quanto não encontrar minha filha no quarto e em parte alguma da casa.

- o que você quer aqui?

- o que eu quero?bem essa é uma pergunta muito interessante, sabe Ana quando era pequena eu até tentei gostar de você mas você era tão chatinha, uma voz fininha me chamando de papaizinho que chegava a doer nos meus ouvidos...

- dá pra falar logo o que quer?

-impaciente querida?

Logo que eu o vi dentro do meu quarto achei que ele estava bêbado mas observando bem ele estava muito sóbrio e isso era o que me assustava porque se estivesse bêbado poderia colocar a culpa na bebida mas ele sóbrio colocaria a culpa em quê?

- não, não estou impaciente só quero que saia do meu quarto eu preciso dormir.

- você acha que depois do seu passeiozinho eu vou sair do seu quarto e deixar por isso mesmo.

Com cada palavra ele se aproximava cada vez mais de onde eu estava parada.

- continuando com a minha história você era uma criança bem chatinha mas com o passar dos anos foi desabrochando e hoje você tá bem gostosa, tem tempo que eu morro de tesão em você.

E ele fala isso com a boca colada em meu ouvido e passando a mão com toda delicadeza pelo meu braço eu tremo e me arrepio mais nao é por sentir desejo e sim medo, medo por não saber o que ele pretende, medo por saber que não vou ter forças para me defender e nojo de saber que o próprio pai possa ter tal sentimento por sua própria filha e terror de saber que no mundo possa existir pessoas tão crueis quanto meu pai que era o homem que deveria me proteger, me amar e não abusar de mim.

Ele tira a mão que estava acarinhando o meu braço e agarra a minha cintura e eu o empurro com toda a minha força mas ele só recua o suficiente para que eu possa me virar e girar a maçaneta só para perceber que estava trancada eu me viro e ele da uma gargalhada que me faz sentir ância de vômito e ele mostra a chave do meu quarto pendurada no seu dedo indicador balançando de um lado para o outro.

- procurando isso aqui querida?Você acha mesmo que daria mole de deixar a porta aberta para você sair a hora que quisesse, na na ni na não.

Eu corro para alcançar a chave e ele levanta a mão para que fique inalcansável e eu começo a dor socos em seu peito e ele vai andando pra trás até que ele se desequilibra quando esbarra em um baú que fica na frente da minha cama e cai derrubando também a chave e ficando meio desorientado, com essa oportunidade eu pego a chave no chão e corro até a porta a abrindo mas não consigo ir muito longe antes de sentir duas mãos no minha cintura ele me agarrra e me vira e é quando eu vejo o olhar de divertimento em seu rosto parece que quanto mais eu não cedia as suas investidas mais ele se excitava
eu ja não conseguia conter as lágrimas elas caiam copiosamente e eu só sentia o seu gosto salgado na minha boca

Eu vou te encontrar.Onde histórias criam vida. Descubra agora