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Capítulo 1. A morte predomina sobre a bravura.
O cheiro de açúcar tostado invadiu completamente o nariz de Lívia Fitzgerald enquanto ela entrava no Café Pomar, pontualmente às oito horas.
Sentir aquele cheiro, já tão conhecido pelos seus próprios sentidos, era quase um ritual sagrado nas manhãs da jovem fazia cinco anos.
O dia seria nublado e sem sentido se Liv não fosse até a cafeteria pela manhã e respirasse fundo o cheiro do açúcar tostado, ou colocasse para dentro do organismo um pouco de café, para assim ter forças e conseguir sobreviver ao restante do dia.
Sentia-se quase em casa entre as paredes pintadas de amarelo e o chão revestido de madeira já desgastada do seu lugar preferido.
Sorriu para Georgie, a garota atrás do balcão azul, e não precisou dizer uma única palavra.
Georgie sabia muito bem o que ela pediria, então Liv simplesmente caminhou até a mesa ao lado da vitrine, de onde ela poderia ver Cameron quando ele estivesse chegando.
Aquele pequeno ritual de sentar-se na mesma mesa todos os dias era uma das coisas que era mais sentiria falta. Não queria admitir pra si mesma, mas talvez sentisse falta até do atrasos de Cameron.
E ele sempre se atrasava. Não importava qual fosse o compromisso, desde casamentos a jantares ou até mesmo sua própria formatura, Cameron sempre se atrasava.
Era quase uma lei do universo que isso iria inevitavelmente acontecer. E o garoto também sempre tinha uma boa explicação para o seu atraso. Liv já estava tão acostumava que aprendeu a ser paciente com o melhor amigo.
Por um tempo, tentou corrigir isso, sempre marcando com ele uma hora antes do horário certo, mas mesmo assim, o garoto nunca era pontual.
