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    A notícia que o Conde de Skiringuissal acordara se espalhou mais rápido que fogo em palha

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A notícia que o Conde de Skiringuissal acordara se espalhou mais rápido que fogo em palha. Logo, as comemorações da noite anterior que mal tinha acabado recomeçaram, os deuses foram adorados mais do que nunca e o clima entre os homens da Rainha para com seus anfitriões da cidade melhoraram bastante, acabando com qualquer tensão reminiscente. Mas os homens tolos, que tomavam as dores de seus senhores e depois as esqueciam quando a menor das desavenças era resolvida, não sabiam que as raízes daquele embate se tornaram ainda mais fortes quando o Conde acordou.

Anneke fez questão de confessar tudo ajoelhada ao leito do pai na manhã seguinte, enquanto chorava até o último resquício de água do seu corpo, expulsando para fora toda a culpa que tinha acumulado durante as longas semanas.

O Conde ouviu tudo com paciência e no final apenas abriu um sorriso condescende para a ingenuidade da sua menina. Era por vezes demasiado duro com suas filhas, porque queria que elas fossem sábias e espertas para sobreviverem sozinhas quando ele partisse. Tinha dado certo com a mais velha, e ele não poderia sentir mais orgulho de Brynja. No entanto, o Conde Argus sabia que aquele momento tudo que Anneke menos precisava era um sermão. Ela precisava de algo muito diferente, o perdão.

Ele amou a filha pela sua ingenuidade, pelo seu coração bom e pela intensidade dos sentimentos dela. Odiou com todo fervor aquele homem de cabelos de fogo que tinha se aproveitado de uma garota e impelindo-a a uma traição. Ele acalentou Anneke em seus braços e decretou que não queria ouvir mais uma palavra sobre os erros da garota, mas por dentro estava jurando Erik de morte. Argus iria querer vingança. Se a megera da Rainha achava que podia vir e concertar tudo com sorrisos e festas, estava terrivelmente enganada.

O Conde estava rodeado por todas as suas filhas, com a mais nova de todas pendurada no seu pescoço e as duas menininhas de cabelos loiros dourados-escuros aos seus pés, Karina e Linna. Anneke ocupava seu lugar de sempre, ajoelhada ao lado da cama, com Brynja sentada numa cadeira ao seu lado, numa postura enrijecida pelo tempo demais usando armaduras e cotas de ferro.

As duas eram assustadoramente parecidas, seus cabelos tinham um tom a mais de mais de branco, não dourado como as outras, mas como um reflexo do próprio raio de luz do sol. Riu sozinho imaginando como um homem tão feio como ele tinha feito criaturas tão bonitas. Sentiu-se cansado só de pensar no trabalho que tinha dado criá-las corretamente, perguntava-se se tinha feito da maneira que sua falecida mulher aprovaria. Esperava que sim, porque antes de tomar qualquer atitude em relação as garotas, pensava no que sua esposa faria no lugar dele. E Argus conhecia muito bem a mente singular da mãe das meninas, por isso nunca tinha impedido Brynja de ser do jeito que era, nem se incomodava em repreender o jeito sonhador de Anneke. Só se esforçava para torná-las espertas e afiadas.

Imortais - O segredo dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora