- Cam, eu perdi o meu colar, aquele que a minha mãe me deu. Estou voltando ao Templo de Uppsala para tentar encontrá-lo... Por favor, eu preciso da sua ajuda, então me encontre lá. Ah, e não se atrase! Mas se você atrasar... Eu vou entender, como sempre. Tchau, Cam. E... eu te amo.A voz de Liv se foi. Ele não se mexeu, a não ser para clicar no botão e repetir a mensagem. Escutou a melhor amiga de novo, podia ouvir cada nuance no tom de voz dela e identificá-lo. Em dado momento, percebeu a sutil pausa que Liv fez, dando um suspiro que era tão característico dela própria que Cameron poderia catalogar na sua mente todas as vezes que a viu dar aquele suspiro.
- E... Eu te amo, Cam.
De tudo, essa parte era a mais dolorosa, o adeus final. O nome dele na voz dela reverberava pelo silêncio, como que causando uma agitação no ar, perdurando no silêncio do quarto.
Eu te amo, Cam. Será que ela sabia? Cameron podia dizer que pelo seu tom de voz, Liv estava com medo no momento em que gravou aquela mensagem. Mas do quê? De alguém, de nunca mais achar o colar, medo da tempestade?- Você não tem mais nenhuma mensagem – a voz automática da caixa postal avisou.
Cameron virou-se de lado na cama, sentindo os músculos do corpo doerem, por ter ficado praticamente dois dias inteiros sem descansar, contatando a polícia, ajudando-os na investigação... Ele foi praticamente forçado pelas autoridades a voltar ao hotel e deixar que a polícia continuasse dali, o que para Cameron era inaceitável, já que era a sua melhor amiga que estava desaparecida.
Lívia sumiu faz três dias, ele disse a si mesmo pelo o que pareceu a centésima vez. Era difícil de acreditar que a pessoa que estivera ali do seu lado praticamente a vida inteira, não estava mais. Era estranho não tê-la por perto, era angustiante não saber o que tinha acontecido com Liv. Depois da carta que ele achou no quarto da amiga, as coisas só pioraram.
Quando Cam chegou até o museu, ele estava interditado pelos bombeiros por causa do desabamento no jardim. Por meio segundo, seu coração congelou sobre a chuva fria que caía, enquanto encarava a fumaça dos escombros subir ao céu cinza chumbo, parado do lado de fora do museu. Liv estava ali dentro, ele tinha certeza.
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Imortais - O segredo dos deuses
FantasyPLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou uso do conteúdo desse livro. Tentativas de plágio serão denunciadas, como já foram antes. ❝ A tragédia e a morte são duas amigas que andam j...