Talvez fosse culpa do álcool, mas por alguns segundos Liv não soube o que fazer. Continuou encarando seu reflexo no espelho, a mão repousada no lugar onde seu colar costumava ficar. Ela perdeu o objeto mais precioso que tinha. O presente da sua mãe.
Depois de um certo tempo aceitando esse fato, Liv saiu do transe.
– Preciso recuperá-lo – ela disse a si mesma, balançando a cabeça e andando na direção do lobby novamente.
Enquanto andava, vasculhou pela bolsa a procura do seu celular, encontrando-o assim que chegou na porta do hotel, parando sobre o toldo vermelho da calçada. Agora, as nuvens estavam sobre a cidade, tornando o final da tarde ainda mais escuro e frio. As pessoas corriam pelas ruas, tentando chegar a um lugar seguro mais rápido possível.
Não era o melhor momento para deixar o hotel, isso era óbvio, mas Liv não tinha escolha. Não conseguiria descansar sabendo que o seu precioso colar estava em algum museu de Oslo. E se alguém o achasse e ficasse para si?Cogitar essa possibilidade fez Liv estremecer.
Ela olhou ao redor, pensando nas suas alternativas. Ir até a estação ou ponto de ônibus naquele temporal seria praticamente impossível. Ela desejou que Cameron estivesse ali para ajudá-la e acalmá-la, afinal Cam compreenderia a importância do colar para Liv.O vento forte e imperdoável fez os cabelos dela chicotearem e sua boca amargar, porém nada naquele tempo poderia frustrá-la mais do que saber que perdera seu colar.
– Eu preciso de um táxi – ela disse ao funcionário do hotel que estava parado ao seu lado, torcendo para que ele soubesse inglês. O homem se virou para a garota, aparentemente abatido por causa do tempo fechado. Ele tinha certeza que não tinha ouvido absolutamente nada sobre uma tempestade daquelas proporções nas previsões de tempo. Liv repetiu, chamando sua atenção: – Táxi?
Antes que o homem pudesse responder, um carro branco estacionou no meio-fio. Um adesivo na porta indicava que era um táxi.
– Táxis são caros – o funcionário do hotel alertou-a, gritando para conseguir ser ouvido por cima da tempestade. Seu chapéu quase voou por causa do vento, a careca dele ficando visível por alguns instantes, antes dele segurar o chapéu com uma das mãos. Foi correndo até a pessoa que saltava do carro e abriu sobre ela um guarda-chuva. Na volta, disse a Liv: – Os trens são melhores, senhorita.
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Imortais - O segredo dos deuses
FantasyPLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou uso do conteúdo desse livro. Tentativas de plágio serão denunciadas, como já foram antes. ❝ A tragédia e a morte são duas amigas que andam j...