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Um exemplo de como geralmente são os salões vikings.
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O salão estava emergido em um silêncio oco e preenchido de tensão. Ninguém sabia por onde começar, ninguém queria ser o primeiro a falar.
Tanto tinha acontecido e tanto tinha que ser discutido, mas no momento todos pareciam exilados em suas próprias mentes, tentando entender o que se passara.
Depois de Liv e Rollo serem recebidos nos portões, o General de Rurik propôs que entrassem e se acomodassem no salão da fortaleza, a única parte do lugar que sobrevivera ao incêndio... O terrível incêndio que tivera apenas uma vítima fatal.
O Rei.
Essa, pelo menos, era a história oficial, mas não foi o que a irmã de Brynja sussurrou no ouvido de Liv quando elas se abraçaram.
A garota estava pálida e rígida quando ficaram frente a frente, mas assim que Liv se adiantou e a puxou para um abraço, a tensão desapareceu do corpo de Anneke e ela desmanchou, soltando um soluço e pegando até a si mesma de surpresa.
Anneke não esperava desmoronar assim que Liv a abraçasse, mas foi o que aconteceu. Não tinha percebido até aquele momento o quanto precisava do abraço de uma pessoa na qual confiava.
O coração de Liv se apertou enquanto segurava a nova Rainha nos braços. Parecia terem se passado anos desde a última vez que se viram.
Anneke aparentava ter envelhecido cinco anos, deixando de ser uma criança e tornando-se uma adulta. Lívia sentiu os ossos frágeis e a corpo mais magro dela contra o seu e perguntou-se se a garota estava ao menos se alimentando.
— Ele está morto — Anneke segredou com um fiapo de voz fragilizado que logo foi carregado pelo vento, como se esse segredo fosse precioso demais para ficar flutuando por ali. Seus ombros estremeceram, ameaçando ceder a um peso insuportável que ela tinha carregado durante tanto tempo. — Eu coloquei um fim ao nosso sofrimento, Liv. Eu o fiz.
A inglesa se afastou e tomou o rosto dela nas mãos. Os olhos da garota estavam tomados de pavor, talvez se permitindo pela primeira vez entender o que tinha feito. Ela tirara a vida de outra pessoa.
— Anneke — Liv disse baixinho. — Ah, meu amor. Só de imaginar tudo que você passou...
Anneke se jogou nos braços dela novamente, quase esmagando-a em um aperto forte, a dor era grande demais para guardá-la no peito.
Outro soluço engasgou em sua garganta, mas ela escondeu o rosto no longo cabelo escuro de Liv para que ninguém mais visse as lágrimas queimando em seus olhos.
Estava feito. Estava feito. Estava feito.
Não havia como voltar atrás agora, ela não queria voltar. Fizera algo horrível, que a mudara para sempre, mas Erik mereceu cada minuto e grito de dor. Não se arrependia.
