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Liv não soube dizer por quanto tempo ficou ali, paralisada ao chão no mesmo lugar, sem dizer uma palavra. Quando se deu conta que estava no passado, diante de Rollo, uma figura histórica sobre a qual tinha ouvido falar a apenas poucas horas atrás, ficou com tanto medo de que seus atos causassem alguma alteração no futuro que congelou o corpo numa mesma posição, os olhos arregalados em choque.
Era informação demais para uma pessoa receber em tão pouco tempo, era difícil até mesmo aceitar que aquela seria a sua realidade a partir de agora. Liv desejou poder acordar em sua cama de hotel com uma terrível ressaca, misturada entre as cobertas e ainda vestida com a roupa da noite anterior.
Essa era uma história bem mais aceitável: Ela não tinha perdido o seu colar, não tinha deixado o hotel na noite passada e muito menos teve visões com homens no reflexo do espelho. Desejou poder dizer a Cameron, quando ele entrasse no seu quarto na manhã seguinte, trazendo um grande copo de água e remédios para a dor de cabeça: "Ei, Cam, acabei de ter o sonho mais louco da história". Ele se jogaria na cama ao lado dela, seu corpo magro já tão acomodado a dividir camas com o de Liv que eles simplesmente se encaixariam lado a lado, como faziam desde crianças.
"Me conta, quero ouvir agora!", Cameron diria.
Ele levava sonhos muito a sério, e sempre que parava para escutá-los, os analisava com cuidado, aos mínimos detalhes. Os dois continuariam ali por horas, conversando...
E então o momento de paz acabou.
- Lívia - Rollo a chamou, sua voz infiltrando-se na mente dela, estilhaçando a realidade na qual Liv queria acreditar que era a real.
Ela não respondeu. Preferiu respirar fundo diversas vezes até aceitar que era mentalmente capaz de lidar com a situação. Sabia que em momentos de crise sobreviveria a pessoa que aceitasse a situação de perigo mais rápido e pensasse em uma maneira de fugir. Em seu caso, ela não poderia fugir. Tinha que encontrar uma deusa e suas maçãs... Que poderiam estar em qualquer lugar.
Liv tentou reunir mentalmente tudo o que sabia sobre a deusa Iduna, mas concluiu que nenhuma das lendas que conhecia ajudaria, pressentiu que o detalhe crucial ainda estava escondido, desconhecido, tinha se perdido no tempo e continuado oculto para os homens modernos. Só alguém que conhecesse as histórias originais poderia ajudá-la.
