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    Foi Brynja quem atirou a flecha flamejante

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    Foi Brynja quem atirou a flecha flamejante. O objeto cortou o ar e atravessou o aglomerado de pessoas em um arco perfeito, até atingir o barco fúnebre onde estava o corpo do Conde.

O fogo começou a se espalhar preguiçosamente, fazendo a madeira estalar. A multidão caiu em um silêncio enlutado e perplexo, como que prendendo a respiração, enquanto a fumaça cinza da combustão subia aos céus e tingia tudo de escuro.

 Brynja continuou parada no final do corredor de guerreiros, há quase três metros de onde o barco fúnebre estava, sem tirar os olhos do que um dia fora seu pai. Ela usava um atapetado de peles brancas por cima dos ombros que iam até a cintura e um vestido vermelho que alcançava seus pés. Pela primeira vez em muito tempo, tinha tirado a sua armadura e cotas de ferro.

Seu cabelo loiro estava solto e reto, sem nenhuma trança, e o vento que vinha do mar o fazia dançar pelas suas costas, como se o próprio cabelo tivesse vida. Provavelmente sabia que todos olhos que não observavam o barco se tornar cinzas, estavam olhando para ela, julgando sua reação, por isso Brynja se manteve firme, a mão apertando o seu arco com força o suficiente para deixar os nódulos brancos.

Vê-la daquele jeito fez Rollo lembrar-se de quando eram mais novos e Brynja tinha só dezesseis anos: era uma pirralha magrela e não parava de insistir que seria a melhor guerreira que ele conheceria se Rollo a ensinasse a lutar.

Desde aquele tempo, era muito esperta e convenceria qualquer um a fazer qualquer coisa.
Sua maior prioridade do mundo era dar orgulho ao seu pai, por ser a filha mais velha, e não ser um homem.

Uma única lágrima desceu pela bochecha alva dela e delineou a maçã do rosto. Fora a primeira lágrima que deixara escapar desde que soubera da morte do Conde, dez dias atrás.

Rollo sabia, no entanto, que apesar de permanecer firme, ela estava destruída por dentro. Organizou a cerimônia fúnebre do Conde Argus falando o mínimo possível e com muita rapidez.

Até mesmo quando perguntou qual das escravas que serviam em sua casa queriam se juntar ao Conde para a cerimônia, a guerreira não fraquejou, mostrando-se inabalável. Rollo estava lá quando uma mulher de mais ou menos trinta anos, ombros magros e cabelos loiros apagados, deu um passo à frente e disse que seria um honra servir ao Conde Argus no outro mundo.

Imortais - O segredo dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora